Ao final da tarde um velório da mãe de uma colega. Sentou-se na entrada um grupo de colegas quase da mesma idade que deu em recordar tempos de escola, uns em colégios, outros em escolas públicas e as reguadas e sovas (sim, sovas a valer) de professoras satânicas de há muitos anos. Um deles, com uma capacidade invulgar para contar as coisas com muita graça, com o pormenor certo, facilitando a visão do quadro, ou não fosse ele professor de História!
E eu ali a imaginar uns miúdos e miúdas pequenos nas maiores tropelias e ataques à autoridade, a visualizar os "super ratos", batas atadas ao pescoço com o resto a fazer de capa a descer rampas de lama à sexta feira à tarde, as tascas com caramelos, os baloiços que pais carinhosos construíam para os filhos e a professora -" alguma coisa anda a distrair o seu filho!" Mas o quê? Interrogava-se a mãe. Não havia televisão, nem rádio, nem telefone...nem...nem... afinal era só o baloiço que os pais tiveram o bom senso de não tirar.
O que eu me ri. Para dentro claro que estávamos num velório.
Depois, na despedida, bastou baixar a cabeça para perceber a idade da senhora que falecera. Uma tontura séria tomou conta de mim.
Foi castigo divino! Só pode!
As contradições da vida. Somos nós que temos razão ou as professoras antigas?
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