terça-feira, 22 de julho de 2025

Reflexões

 


Uma das características que admiro numa pessoa é aceitar-se tal e qual é. Saber de onde veio, falar do seu passado sem vergonha,  sem se comparar a ninguém e perceber o quanto as suas origens o enriqueceram até chegar aqui. 

Não é necessário seu um pobrezinho (como antes se dizia) mas há por aí muita gente a tentar colocar-se em bicos de pés, a inventar para si e para os outros um passado que foi criado nas suas cabeças e nunca existiu. Tudo tão obvio por entre as vírgulas dos sues discursos supostamente polidos e cheios de pormenores estudados à pressa!

Acordem! O nosso passado somos nós. A nossa família é a nossa maior riqueza e o passaporte para uma vida cheia de sucesso. 

Os meus dois irmãos têm sotaque beirão. Eu não tenho, não sei porquê! Talvez por não ter nenhuma queda para as línguas ou porque vivi e convivi lá menos tempo. Não é que me orgulhe disso mas eles têm grande orgulho no seu sotaque beirão que mostra a todos de onde são e quais os valores que os norteiam. 

Gosto de saber fazer coisas que ninguém sabe como amassar pão e cozê-lo no forno de lenha, temperar um cabrito e assá-lo no forno, cortar as batatas para as semear  e tirá-las da terra com todo o trabalho necessário pelo meio, fazer compotas para o Inverno, todos os procedimentos da matança do porco, plantar uma horta e tratar dela, matar lesmas com sal, colocar armadilhas para as toupeiras,  cortar feno para os animais, apanhar castanhas e nozes, e por aí adiante. Paralelamente, sei colocar uma mesa com todo o preceito,  receber pessoas e fazer festas à volta da mesa, cozinhar pratos complicados, decorar uma casa, gostar de estar rodeada de objectos de qualidade e de bom gosto. Profissionalmente, nada me impediu de assumir todos os cargos existentes num agrupamento, alguns deles bastante exigentes, de ser uma boa professora, de ter a capacidade de me dar a cada um dos meus alunos e perceber muito bem as suas vidas longe da escola. 

Ter uma vida rica não é para esconder! É para agradecer todas as oportunidades  de aprendizagem que esta condição nos trouxe. Viver 10 anos numa aldeia em que todos eram família e ter sido empurrada para uma escola de cidade, em zona nobre, onde não conhecia ninguém e todos os meus colegas tinham frequentado colégios e eram filhos de algumas das famílias mais influentes, tornou-me mais forte. Sobrevivi e aprendi. 

Ontem pensava nisto enquanto ouvia o nosso Presidente, filho família, vivendo sempre em cama de penas e não conhecendo e não conseguindo interagir com verdade com as pessoas que não são assim. É como se fosse um muro de incompreensão. Uma vida pobre do ponto de vista emocional que, apesar das grandes notas académicas, não lhe trouxe o conhecimento necessário do mundo e das coisas. O mesmo acontecia com Paulo Portas quando se via em feiras ou festas populares. Um ser fora da sua zona de conforto onde tudo o que fazia ou dizia, soava a falso. 

Montenegro está  noutro nível. Assume-se tal e qual como é. Sabe e tem orgulho nas suas raízes e isso nota-se. Sabe falar com todos, não tem medos está de bem com ele próprio. Gosto disto. 

Ser verdadeiro  é sempre a melhor opção.


segunda-feira, 21 de julho de 2025

Eu e os dentistas

 


Hoje tive mesmo de ir! Uma urgência num incisivo bastante visível necessitava de arranjo. Toda a manhã na mentalização. Ao almoço, telefonei à amiga que tinha tido uma boa experiência com médica dentista numa cidade próxima. Telefonei e, feliz acaso, estava a dar consultas.

Confesso que entrei no consultório a suar mas sem escapatória. 

Este medo horrível da cadeira do dentista ficou-me dos tempos de criança em que às mãos do Dr. Mineiro, em Gouveia, (nunca lhe esqueci o nome) aconteciam sessões de pura tortura. Acrescente-se que nunca tive bons dentes e em miúda tinha uma apetência por doces que não ajudou nada. 

Aos vinte e poucos encontrei, em Coimbra, um dentista super. Amigo do meu cunhado, mantivemos um contacto muito regular durante quase um ano. Ficou tudo lindo e limpo. Depois disso, a irracionalidade do medo foi tomando conta de mim. A última tentativa foi num consultório em Lisboa. Caminhei para lá cerca de cinco vezes para me tratarem um molar que, passado meio ano, caiu redondinho e arranjadinho com raiz incluída!!!!!

Já marquei nova consulta. Gostei da abordagem! Vai ser desta! Há males que vêm por bem. Este foi um deles!

domingo, 20 de julho de 2025

Como faço malas


 Num dos quartos da casa vou acumulando o que quero levar.

Desta vez, vão ser dois períodos diferentes que exigem dois tipos de roupa. 

Praia com roupa super informal, fatos de banho, saídas de praia, calças leves, chinelos, chapéu e pouco mais. Um casaco quente que o oeste nunca perdoa.

Para o outro período mais à frente há que levar roupas mais formais para visitas a monumentos, solares de outros tempos e um ou outro jantar formal. 

Vou fazendo combinações e fazendo rolinhos que sei que não vou vestir daquele modo. Nunca consegui e não vai ser agora. Apetecem-me sempre coisas diferentes que encarnem a personagem que quero ser naquele dia. 

Sempre admirei aquelas pessoas que colocam na cadeira, à noite, a roupa que vão vestir no dia seguinte! E vestem-na! Eu nunca conseguiria. É sempre tudo obra do momento, do que me passa pela cabeça enquanto tomo banho e do que me apetece tanto em cor como em design. 

Maneiras de ser!


Dois dias com neta mais nova!

 


Modelar o tempo pelos tempos dela! Absorver os sorrisos e os risos, dar muito mimo, muitos abraços, muitos afagos porque nos revigoram e nos fazem felizes. 

Dar-lhe a melhor parte de mim! Porque é assim que desejo! 

O mimo e a doçura enternecem-me. 

Hoje a casa está vazia e triste! Estou sem planos, com grande dificuldade em realizar tarefas. Olho para a cadeirinha dela e lá está. 

Até nova estadia querida neta!!

quarta-feira, 16 de julho de 2025

Semana de exames e de consultas

 


Nunca mais acaba! O pior já foi. Amanhã ir com cara metade aos Lusíadas, fazer exames e consulta com ortopedista. Vir a correr para uma consulta com enfermeira e médica de família. Querem conhecer-me! Antes que fique sem apoio médico e me risquem o nome da lista, é melhor apresentar-me. 

Dia 18, colocar holter e ir retirá-lo a 19.

Descansar em Agosto! Dia 2 de Setembro, consulta de cardiologista com ecocardiograma e ECG. Ainda nesse dia levar cara metade a fazer análises. Dia 8, consulta de endocrinologia. Dia 23, consulta do pós operatório, em Coimbra.

Isto é o programado. Faltam ainda os imprevistos!!!!

Viva Agosto!! Viva!!

Novos projectos


 Nunca se é demasiado velho para se começar de novo. 

Ontem, aceitei um desafio que me deixa feliz. Gosto de me sentir desafiada. Gosto da motivação que isso me traz e das transformações que isso faz na minha vida diária. Manter a fasquia alta faz desanimar o senhor envelhecimento. Arrasta-o para longe de mim e isso é muito bom.

Estava mesmo, mesmo a necessitar de um desafio. Chegou na altura certa.

terça-feira, 15 de julho de 2025

Houve um tempo em que me arreliava

 


Um tempo em que qualquer maneira de ser que fosse muito diferente da minha e me destruísse as minhas expectativas, os meus prazeres ou momentos da minha felicidade, me irritavam sobremaneira. Desgastei-me com ditos, alguns mentirosos, com procedimentos, com actos que achava que não merecia.

Depois, sem fazer muito por isso, veio o tempo da aceitação. Sei que nunca irei mudar nada, que tudo continuará igual, ou por personalidade, ou por intencionalidade, e deixei de me importar. Tanto me dá que o rio corra para a direita como corra para a esquerda ou até resolva voltar a montante. Para mim, está tudo bem!

Cuidar do meu bem estar, porque sou uma pessoa com necessidades e gostos que a cada dia que passa se tornam mais urgentes. Fiz tudo o que pude. Sofri durante anos um desgaste enorme somatizado, muitas das vezes. 

Chegaram os dias de paz. Uma paz conseguida à custa de muita "guerra" interior.

Pensam assim? Pois muito bem! Podem continuar que a mim não me influenciará nunca mais. 

Mesmo que os pensamentos passem a acção, adapto-me porque o mundo não é perfeito. Eu não faria! Mas quem sou eu? Daqui a 30 anos ninguém saberá! Relativizar dá uma perspectiva muito sábia à minha maturidade.

Agora vou ali investigar uns assuntos que me interessam e da parte da tarde vou sair com amigas de longa data. 

É só mudar o chip! A qualquer momento da nossa vida. Tivera eu a sabedoria para o ter mudado muito antes!


segunda-feira, 14 de julho de 2025

Já em casa

 


Depois de 5 dias fora, procedimento cirúrgico pelo meio, algum stress, muito cuidada por quem me ama de verdade e já voltei. 

Tempo agora para arrumar tudo o que está a necessitar arrumo, incluindo o meu cérebro, traçar planos de melhoria e aceitar o dia a dia tal como se nos apresenta. Sentir  que não estamos sozinhos na luta e em muitas casas a vida também é silenciosa e tudo continua. 

Dar um novo rumo, reorganizar, aventurar-me, não ter medos paralisantes e tudo vai bater certo. 

A solidão combate-se. Dá muito trabalho e muita luta mas empodera saber que, mesmo só contando comigo, vai valer a pena ter amanhecido!!

terça-feira, 8 de julho de 2025

Tudo tratado

 


Ontem, foi dia de tomar resoluções. Muita hesitação, muita dúvida, muitos pensamentos novos que foi necessário burilar mas deu tudo certo.

Agora é altura de ir ali fazer uma procedimento cirúrgico, que espero seja de pequena monta, e voltar mais leve de preocupações. 

Há sempre um dia que se espera e sem se saber como chega. É sempre assim. Parece longínquo, mas logo, logo, aparece ao virar da esquina.

Vamos lá então!

domingo, 6 de julho de 2025

No final, tudo tem solução.

 


Apoquentam-me os cenários que traço no cérebro, as nuvens negras que tenho de desfazer, o modo de actuar se a situação A, B ou C acontecer.

Hoje acordei com a sensação de que tudo tem solução e todos têm maneiras de as resolver. Não sou especial e o melhor para mim é deixar andar. Programar o que posso e pensar que quem está vai resolver. Bem ou mais ou menos é o que terá que ser. Na volta tudo fica bem e eu martirizo-me numa altura em que apenas necessito de muita paz. Pensar em mim! Regra número um.