sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Desperdiçar o tempo


Acordei com esta sensação desagradável de ver passar os dias! Abrem-se as redes sociais e saltam fotos de lugares paradisíacos ao sol escaldante de outras paragens. É moda, dizem! É aproveitar o tempo presente! É viver a vida. 
Cá por casa, prepara-se o novo ano, marcam-se compromissos e aproveita-se o tempo para consultas. 
Neste ano que se aproxima. quero aproveitar melhor o meu tempo, nesta vontade imensa de viver bons momentos. Sem olhar para o lado mas apenas para mim própria e naquilo que quero mesmo concretizar. 

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Acabou o Natal


Mesas lindas onde brilham as melhores toalhas. Os pratos são os mais bonitos, tudo cuidado ao pormenor. Chegam os doces que os convivas mais gostam. Aquece-se a casa, compra-se a lenha para a fogueira que sem ela não há noite de Natal. 
Quando tudo está pronto,  o tempo acelera e corre. Casa cheia, casa novamente vazia!!
Já estamos a 26, recomeçam os dias aqui e noutros lados. A calmaria foi-se. Alguma paz também.
Planificam-se de novo outros dias e outros encontros. Até lá, pormenores do dia a dia, coisas chatas a fazer, dormir o mais possível, descansar a mente.
Fazes falta Natal!

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Já pode começar

Chegou o pai que subiu com alguma dificuldade as escadas mas sorriu quando chegou à porta e viu os netos. Chegou a mãe, carregada de coisas para a ceia e vontade de ajudar. Chegou a avó e ali permanece à lareira à espera de qualquer coisa. Vê-se que se sente amada porque, de vez em quando, sorri! Habitam todos na casa há muito tempo! Há muitos objectos deles, fotografias, e agora eles! Todos os Natais aparecem  para me consolar! Só a partir da sua chegada, começa verdadeiramente o meu Natal. Hoje, no meio da chuva, dentro do carro, a caminho de uma das tarefas infindáveis, apareceram nos meus sonhos e chorei como quando era criança. Depois, senti que começou o Natal!
O antes e o depois juntos! Talvez seja mesmo isto o Natal. Um tempo em que arrancamos ao passado a força para nos renovarmos e para seguir para o futuro!
Feliz Natal!

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Sentei-me a trabalhar às 15.40H

São 20.52H. Acabei agora!
Para os que afirmam a pés juntos que a profissão docente é assim como que uma espécie de pré-reforma, não se enganem se estiverem a pensar entrar na profissão para um merecido descanso!
Antes de me sentar, já tinha aviado duas reuniões de duas horas cada, dado a minha opinião sobre o sucesso dos alunos, emendado avaliações e tratado de uns quantos assuntos pedagógicos necessários para amanhã.
Hoje, dizia cá em casa que continuando deste modo não tenho tempo de ir comprar o bacalhau e demolhá-lo a tempo!! Agenda cheia até segunda. 
Vou fazer o jantar!!

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Fim de semana de ir ver a mãe


Devia ser proibido as mães partirem aos pouquinhos, escaparem-se por entre as memórias ainda tão vivas e ficarem assim, olhar mortiço a olhar para mim sem me conhecer. Devia ser proibido sentir como eu sinto naquela sala cheia de vidas a acabarem-se por entre andarilhos, gemidos ou só silêncios consentidos. Devia ser proibido ter uma mãe que já não me acolhe, que já não fica contente com a minha chegada nem se entristece com a minha ida. Devia ser proibido, assistir à decadência de quem tanto admirei, com quem tanto conversei, de quem tanto me exigiu e, talvez por isso, de quem me fez o que sou hoje.
Nas alturas de Natal, custa mais! Sentimos de uma forma brutal a finitude da vida, de tudo isto que consideramos tão importante, das certezas que temos enquanto seres humanos! Basta somente a demência para varrer o orgulho, o saber fazer tudo bem feito, a superioridade com que alguns se passeiam por este mundo. É só uma demência que aparece sorrateira, lenta mas eficaz e nos retira tudo. 
Resta-me o consolo dos seus mimos há muito tempo. Do seu sorriso. Da sua superioridade moral que essa sim é importante!
Querida mãe!

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Aproxima-se o Natal!


Mais do que compras, festa e barulho, para mim esta época é feita de recordações! Mal dos que as não têm. Lembra-me o meu pai, lembra-me a minha mãe, os pormenores dos dias, a família grande, as anedotas contadas até fartar, o sentimento de pertença, a neve que quase sempre aparecia, o aconchego da lareira para a qual, nesse dia, o meu pai escolhia o maior tronco. Tardes inteirinhas à mesa, jogando, comendo e rindo, enquanto a mãe acabava a ceia. As filhoses que tinham um sabor especial e agora já não têm! O meu pai sempre à cabeceira da mesa, calmo e duro como uma viga. À sombra dele fomos crescemos todos. Como eu gostava de ser como tu! 
A minha mãe sempre andando de um lado para o outro, sorriso de criança, velando para que nada faltasse. Mãe cuidadora não só para os seus mas para todos os que dela necessitavam. Nesses dias, dividia-se por vários lares para fazer doces com a tia mais velha ou para levar um prato de filhoses aos que nada tinham. Meus avós sempre presentes. Sem eles não havia consoada. Querida avó, luz dos meus olhos durante tantos anos! Ainda és!
Os tios que traziam com eles o brilho e as doçarias da cidade grande. O bolo rei magnífico que nunca tornei a encontrar igual, as rabanadas de chá, os chocolates em forma de decoração natalícia. As anedotas e a boa disposição do tio. Os presentes que eles trocavam entre eles acompanhados por sonoros beijos de agradecimento. Hoje, ao recordar, é super engraçado!
Tudo acabou. É necessário inventar outros Natais. Outras tradições que fiquem, outras luzes, outros brilhos mais reluzentes porque tudo nestes tempos tem de ser intenso. 
Agora, já ao leme, percorro a vida acompanhada pela saudade.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Ando cansada


De planear, de muito trabalhar, de organizar, de ter ideias novas, de pensar no futuro, de não querer pensar no futuro, de não fazer o que me apetece, de não ter tempo para mim e para os meus desejos, de mau estar, de ter os próximos dias cheios de chatices e de problemas para resolver, de não concretizar o que desejo, de deixar passar o tempo só por inércia, desta sensação de fragilidade que por vezes me assola, de já não ter 20 anos e a vida toda pela frente, de ver e sentir e não poder partilhar, de não me reconhecer naquilo que penso e sou, de palavras duras, de não me apetecer programar o que quer que seja, da falta de alegria, da desilusão sobre a vida e sobre as pessoas.
Ando mesmo cansada disto tudo!

sábado, 7 de dezembro de 2019

Coisas de sábado


Supermercado ao meio dia para fugir às filas. Consegui!
Chegar a casa muito tarde porque ainda fomos à aldeia que vende as melhores laranjas do mundo e vim carregada com licores vários!! A pensar no frio está claro! O de tangerina é divinal!
Fazer almoço muito leve porque amanhã tenho dia de jejum e nem sempre é fácil! 
Tenho que reconhecer que ainda não estamos no amanhã e já estou cheia de fome! Já trabalhei imenso, deve ser disso!
Com uma grande virose em cima torna-se mais complicado raciocinar e preparar as avaliações dos alunos. Quando já não se tem 20 anos é uma chatice alargada!
Ainda não me apeteceu comprar o bacalhau! Lembra-me  querido pai e  o seu ritual da compra do bacalhau. Tudo tão especial e tão preparado que me impede de chegar ao supermercado pegar num qualquer e é este! Tem de haver ritual! Fazes muita falta pai! 
Tudo se vai da minha vida  a pouco e pouco! Este tempo de Dezembro começa a ser o tempo de recordar o que foi e nunca mais será. Reinventar é a palavra de ordem mas é tão difícil esquecer a gente querida da minha família grande e feliz! Saudades imensas da alegria pura de que era acometida por estes dias! Saudades das certezas do tempo que era meu!
Dificuldades de quem cresceu assim  rodeada de gente boa, alegre e que me amava muito!

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Pensar encontros


Gosto de ter tempo para os pensar! Ler, ver revistas, tirar ideias daqui e dali, conhecer as tendências para as poder adaptar. Ando nisto semanas! Pouco a pouco, o que quero concretizar, alinha-se! Passo então para a fase de comprar o que é necessário e ver o que tenho para poder aproveitar. Uma vela aqui, um ramo ali, um castiçal noutro lado. A imaginação a mil, visualizando já o produto final. 
Muito perto, já com tudo imaginado, é só elaborar o produto final.
É assim que gosto de funcionar e preparar festas que hão-de chegar. Parecem saídas do nada, mas habitam em mim durante semanas e semanas.