quinta-feira, 30 de abril de 2015

Ser eu


Com o passar dos anos gosto deste ser em que me transformei. Foi um aceitar lento e muitas das vezes doloroso e inseguro. Tateando, pensando, ouvindo-me, cheguei aqui. Hoje não me importo com o que os outros pensam do meu perfil ou de mim. Sou, simplesmente, eu! Faço o que penso que tem de ser feito, independentemente do que os outros pensam que devo ou não fazer, se me fica bem ou mal, deixando de traçar os meus dias à sombra de pensamentos alheios.
Sei fazer quase tudo e gosto disso em  mim. Quando não sei, parto à descoberta Tive uma educação muito boa nesse aspecto. Passo quase instantaneamente de faxineira para um jantar glamoroso onde é necessário brilhar.
Foi esta a educação que dei aos meus filhos. Podemos fazer tudo, nenhuma tarefa é menos própria desde que tenha de ser feita, o nosso perfil não depende, de todo,  disso. Depende sim do modo como tratamos os outros, como amamos  o que somos, como nos adaptamos às situações e como vivemos em conjunto. Depende, acima de tudo, da nossa capacidade de saber onde estamos e ser, em cada ocasião, o que esperam de nós.
Detesto mulherzinhas que do alto dos seus sapatos com gastas meias solas se consideram indignas para certas tarefas e acções e dependem das "criadas" para o trabalho menos próprio, o tal que lhes mancha a reputação de senhoras "não faz nada". A mim, nada me mancha a alma porque gosto de ser como sou.
Uma mulher inteira.

terça-feira, 28 de abril de 2015

Viagem marcada


Necessito urgentemente de descanso. Ver coisas novas, dias sem horas e espaços bonitos onde sempre me sinto muito bem. Falta pouco para uma pequena pausa bem merecida. Com bom tempo e muita história para rever.




domingo, 26 de abril de 2015

Coisas que lembram emoções


Ontem, fiquei  toda a tarde a tratar das roupas. Tarefa adiada mas que urgia arrumar.
Todos os anos, quando arrumo as roupas da estação que acaba, pergunto sempre interiormente o que terá mudado na minha vida quando abrir novamente estes sacos. Desta vez, o abrir dos sacos  acompanha realmente um dia a dia difícil que teve origem lá mais atrás já os sacos de Verão estavam arrumados.
Tenho um apego grande a algumas peças de roupa. Sei que nunca mais as vou usar mas guardo-as de estação para estação porque me trazem recordações. As calças de ganga  com "boca de sino" com brilhantes com que percorri metade da Europa ( vou voltar a usá-las este ano!), o vestido preto que vesti no Alentejo num fim de semana feliz, as calças de linho das férias de Verão, as echarpes das noites de Agosto, o meu chapéu de grandes abas que trouxe dos Estados Unidos, as peças irreverentes que necessitam um grande bem estar psicológico para as usar.
Uma vida contada pela roupa e por tudo o que senti com ela.

E quando me começa a apetecer algo...


É mais do que certo que vai acontecer! Ontem, às voltas com as arrumações de roupas seleccionei imensas que já não uso. Faltam ainda os sapatos, os livros, os objectos, os ....
Numa das próximas feiras da buzina lá estarei. Agora é pensar o design da banca que passa evidentemente pela utilização em simultâneo da bagageira do carro. Falta ainda convencer a minha colega de "negócio" que nunca deixou de me acompanhar nestas aventuras!
Tenho uma faceta de comerciante a latejar dentro de mim que nunca se conseguiu exprimir a 100%. De vez em quando, fala muito alto para se fazer ouvir!
Adoro!

sábado, 25 de abril de 2015

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Coisas que o tempo ensina


Com o passar do tempo, vamos ficando mais sábias,  as certezas diminuem e tudo se relativiza. Gostaria tanto de ter descoberto umas quantas verdades há uns quantos  anos atrás! Aqui ficam algumas dessas  convicções que o tempo foi encostando à minha maneira de ser:

- O que hoje parece certo pode ser tremendamente errado amanhã. As circunstâncias mudam o modo como vemos os factos e a vida.

- Não temos todo o tempo do mundo . Sinto a obrigação de aproveitar todos os momentos o melhor que posso e sei porque amanhã já pode ser tarde.

- Não devemos acreditar em tudo o que vemos e ouvimos. Cada pessoa tem as suas motivações, muitas das vezes ocultas,  que podem ditar tudo o que dizem. Ter em conta  as suas opiniões pode ser um grande erro.

- Todos os dias devemos procurar um desafio a superar. Nem que sejam desafios simples como decorar o nome daquele funcionário que só vemos de vez em quando e, quando isso acontece, temos  de olhar para a plaquinha do nome antes de falar com ele.

- Encontrar sempre um modo de ver e de sentir o lado cómico da vida, das coisas e das pessoas. Perspectivar sempre o que sentiremos sobre os episódios que vivemos daqui a 20 anos! É um bom exercício mental.

- Encontrar dias para novas aventuras e novos desafios que nos manterão  novos durante muitos mais anos. O entusiasmo será talvez o melhor anti-envelhecimento que existe.

- Dedicar todo o  tempo possível à  família. Essa sim, merece todos os nossos sacrifícios.

. Controlar o mau humor e o mau feitio. Só nos prejudicamos com gritos, descontrole e falta de humor. 
Lembrar sempre que muito poucas coisas valem uma arrelia, uma zanga, uma discussão.

Tudo esquece, tudo muda, tudo passa. A vida é assim mesmo!

Bom fim de semana.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Pensamento do dia


Hoje não acordei bem! Estou aqui à espera que o corpo se recomponha. Como sempre faz!
Obrigada corpo.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Tempo que passa


Fotos antigas dos meus 19 anos, depois dos meus 24 anos, a idade que filho mais novo tem agora. As duas foram tiradas no Algarve. A primeira, quando passei em Albufeira 15 maravilhosos dias com uma amiga e sua família. Um mundo totalmente novo para mim. A segunda, quando passei uns dias com a minha amiga Roseanne no apartamento que os meus tios tinham na altura na Oura. A minha amiga não chegou a fazer 50 anos. Morreu na véspera de Natal. Naquela altura nenhuma de nós sabia o que estava para vir.
A terceira foto representa o passar do tempo e a mudança de morena a loira.
Se gostaria de voltar? Não, nem pensar! Gosto muito mais de mim agora. O passar do tempo trouxe grandes lições com ele!

Reencontros


Conheci-a  quando ambas tínhamos 24 anos e convivemos durante um ano. Fizemos viagens juntas, partilhámos todos os serões  e viveu comigo uma importante fase da minha vida. Aprendi com ela a tricotar com perfeição e fui com ela pela primeira vez aos sítio onde, anos mais tarde, haveria de ter uma casa.
Depois, eu mudei de cidade e ela também. Anos depois, soube-a ao leme de um agrupamento na zona. Telefonámos, marcámos encontros, mas a vida foi adiando o reencontro.
Foi esta semana à entrada de uma reunião.
Como eu gostei de a voltar a encontrar! Os mesmos olhos azuis intensos e o mesmo sorriso. Mais anos mas o mesmo entusiasmo. Afinal, só tinham passado 29 anos!

sexta-feira, 17 de abril de 2015

A casa da praia, outros tempos, recordações


Amanhã vamos até lá passar o dia! Deve estar fria e será necessário abrir as janelas para fazer entrar o sol. Provavelmente não haverá tempo para ir até à praia mas sentirei o barulho das ondas e pensarei o que sempre penso: 
É tão bom estar aqui! Como gostava de ficar aqui uma semana inteirinha sem pensar em nada, a descansar  e a comer peixe fresco ao almoço e pão quente logo pela manhã.
Depois, vêm-me à cabeça outros fins de semana, outros Verões em que a casa se enchia de barulho, bicicletas encostadas ao muro da entrada, portas abertas, um entra e sai que dava gosto e os filhos pequenos! Ora em grandes caminhadas, ora em passeios culturais, ora em tardes  de sol e de areia.
Amanhã regressamos. Só nós os dois. Os filhos, esses continuam a desbravar os caminhos da vida.

O que aprendo


Vivia em Coimbra, há muitos anos atrás, um médico endocrinologista que era o terror de quem queria fazer dieta. Duro, muito duro, nas abordagens que fazia a quem ia à consulta com a finalidade de perder uns quilos. Contavam-se histórias diabólicas de meninas que desciam as escadas a chorar, de mulheres maduras que do alto da sua idade lhe iam respondendo defendendo e justificando a sua falta de vontade e de heroísmo na luta contra a balança. No entanto, conhecedor e grande médico, quem por lá passava e levava a coisa a sério, raramente voltava a engordar.
Um dia, fui lá. E tudo o que me disse fez sentido. Na mão trouxe um papel  com o plano alimentar, tão simples e saudável que até fazia impressão e nos levava a questionar por que não comíamos todos assim. Reduzir hidratos de carbono complexos, cortar totalmente o açúcar ( isto quer dizer não comer absolutamente nada doce)  diminuir ao máximo as gorduras, fazer 5 a 6 refeições por dia, beber água.
Leva-se bem este plano alimentar. Necessita alguma planificação para que à hora da refeição exista sempre algo saudável para comer evitando desvarios devido à fome.
Sempre que necessito perder quilos volto a esta rotina que tão bem interiorizei. É fácil de apreender e não necessita grandes conhecimentos. Pelo caminho, fui pesquisando novos pratos como o puré de couve, de bróculo, de couve flor que dão uma sensação de saciedade e são pouco calóricos.
Aprendi que não se consegue fazer dieta a passar fome e que a primeira semana é sempre a pior de todas. Depois, como tudo na vida, o corpo e alma habituam-se ao novo regime.
Não conseguiria seguir estas novas abordagens que incluem frutos secos (calóricos que dói) granulas caseiras, sementes de toda a ordem, sumos detox (muitas das vezes feitos com grandes quantidades de fruta que tem açúcar). Não digo que não resulte desde que bem aplicado mas exige muito tempo e aumenta a possibilidade de fazer tudo mal feito por falta de conhecimentos científicos apurados.
Sempre que resolvo entrar em dieta recorro ao velho plano alimentar do Dr. Ruas. Este é o dia!

terça-feira, 14 de abril de 2015

Viagens que me lembram

 O mercado local

Não foi programada por mim. Apareceu à última hora. Parti com duas colegas e amigas de longa data para uma semana na Roménia no âmbito de um projecto europeu. 
Não é costume viajar com amigas mas foi uma viagem maravilhosa. Aprendi imenso com o grupo de trabalho dos vários países, vi outras condições de escolas, senti outras vidas de alunos bem mais difíceis do que as nossas,  visionei aulas bem diferentes das nossas e fiquei com muito menos paciência para ouvir queixas e desabafos constantes dos que comigo trabalham todos os dias.
Ao fim do dia, corríamos as ruas da pequena cidade onde estávamos, rindo e conversando como só pessoas que se conhecem há muito conseguem fazer.
Aventuras que ficaram para as nossas histórias, episódios que se encerraram quando o avião aterrou.
Depois, duas de nós passámos por dias difíceis, muitas noites sem sono e muita coisa mudou nas nossas vidas mas esses dias ficarão para sempre em nós.

sábado, 11 de abril de 2015

E depois ... fui rever as fotos!

 Piccadilly Circus

Central London

À entrada de casa

Tão pequenos os meus filhos! Tão engraçados, vivos e cheios de vida! Não quer dizer que agora não o sejam mas é tudo tão diferente!!

Coisas que me tocam


Filho mais velho está em Londres em trabalho. Tem corrido pela cidade e revivido espaços por onde andámos há muitos anos atrás. Passámos em Londres três semanas maravilhosas andando muito a pé, descobrindo a cidade, dando grandes passeios de bicicleta,  visitando tudo o que era museu e monumento. 
Levávamos sempre grandes e completas sandes e fruta para o almoço porque eles eram crianças e necessitavam de se alimentar bem. Normalmente, utilizávamos os inúmeros parques londrinos ou partilhávamos os espaços para comidas dos museus, pouco usuais por cá na altura, mas por lá cheios de famílias felizes em férias. 
Éramos  diferentes das habituais famílias que recorriam a Europa em excursões organizadas. Nós partíamos à descoberta. Trocámos a nossa casa com uma família londrina que vivia numa casa soberba e típica que ainda hoje eles recordam com saudade. Tinha um jardim com vasos cheios de espinafres e todas as manhãs passávamos algum tempo a regá-lo para que nada murchasse. Nesse ano, trocámos também o carro. Foi uma aventura conduzir pela esquerda até Oxford. À noite, víamos televisão para que os meninos aprendessem inglês e passeávamos por Candem Street vendo os punks, as lojas de artigos em segunda mão, as livrarias, as lojas  de magia,  regressando a casa pelas bermas do  Regents Canal em grandes passeios de bicicleta com filho mais novo na cadeirinha frontal. 
Ontem, recebi uma mensagem com uma fotografia dele a almoçar umas sandes no jardim perto de Westminster com a legenda - Estou a ter uma sensação de déjà vu!
Por vezes penso se não teriam sido todas estas viagens na infância que fizeram dele o viajante destemido que é com esta sofreguidão de mundo que sempre teve e pratica!


quarta-feira, 8 de abril de 2015

Coisas que penso


gosto de seguir blogues.  Conhecer os seus autores através da escrita. Não sou daquelas seguidoras que comentam os vestidos, os filhos, as férias. Não me interessa esse aspecto. 
Gosto simplesmente de ver e sentir como a vida das pessoas se vai modificando ao longo do tempo. Como as prioridades mudam, como as rotinas se alteram, como eles próprios anseiam novos desafios e assumem novos modos de ver o mundo.  Gosto de ler nas entrelinhas o trabalho da vida e do tempo em cada uma das almas que escrevem. 
Acredito que por estes lados também esses aspectos são visiveis. Também se nota o alterar dos dias, a nossa tristeza, o tentar levar a vida de uma forma positiva (quando por vezes este exercício é tão difícil!), o envelhecimento e uma certa nostalgia de outros tempos. 
Acredito que se adivinhem os anseios e se leiam as desilusões. 
Acredito que pouco a pouco o meu envelhecimento seja cada vez mais visível, deixe de me rir por dentro de todas as coisas más que me acontecem e que o tempo me canse desta luta insana que travo em cada dia e simplesmente baixe os braços e me deixe levar pela corrente que me quer arrastar.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

How you spend your days...


 is how you spend your life.
Vamos lá então começar um novo dia com energia e pensamentos positivos. Aguarda-me muito trabalho mas eu gosto de trabalhar!

Dias de sol


A minha Páscoa foi perto do mar. Mesa farta e a alegria do futuro em outras Páscoas noutro local que não naquele. Todos juntos novamente apesar de, durante o tempo que medeia entre uma e outra Páscoa,
um de nós tivesse vivido o risco de não chegar aqui. Mas chegou e damos graças por tudo.
O sol hoje pareceu mais quente e a luz mais brilhante.
Sabemos que para o ano a mesa não estará aqui entre estas paredes! Esteja onde estiver, que estejamos novamente juntos.