segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Viver no campo ( rascunho só agora publicado)


Até é engraçado e descansado quando se sabe que vai ter fim!! Os serões são imensos e as manhãs dão para realizar mil e uma tarefas. Por outro lado entra-se numa letargia que impede a concretização de qualquer plano mais arrojado.
Viver no campo exige grande disciplina,  algum stress e muita força de vontade!!
Incongruências mas é o que sinto. Vamos lá então ao exigente e rotineiro passeio nocturno.
Ah! Faltava dizer que está a chover!!!

Andámos de férias


mas ninguém deu por isso!!! O meu blogue é lido por tão poucos que nada acontece se eu ficar uns tempos sem escrever absolutamente nada. Não faz mal! Só escrevo porque me dá prazer!
E se há anos e anos escrevia em cadernos que ninguém lia agora escrevo por aqui. 
Há dias em que me apetece escrever mais, outros em que sou assolada por tantos sentimentos que não consigo colocar as ideias encarreiradas. Outros dias, a alegria dos dias realça a escrita e ainda noutros o caricato, o inconcebível, o triste da espécie humana dá origem a outros posts. 
Gosto de escrever o que sinto. O que amo. Descrever o mundo visto pelos meus olhos.
Agora foi tempo de parar. De retemperar. As dificuldades de 15 dias em plena serra foram um pretexto para me calar por aqui. Viver o drama da mãe e de todos os que acompanham. Tantas e tantas tardes em que as lágrimas se soltaram com aquelas vidas concentradas numa antecâmara sem saída!
Mas isso fica para daqui a uns dias quando a minha mente absorver tudo o que vivi e senti. sobre a morte, o esquecimento e o que é viver.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Somos os melhores amigos



Hoje fazes anos! Podias não fazê-los e começo o dia a agradecer o teu novo fígado, a agradecer o tempo certo em que chegou e a agradecer o bem que correu tudo apesar dos entretantos. O saldo é positivo sem sombra de dúvida.
Muita coisa mudou nas nossas vidas nestes últimos três anos. Mal sabia eu (nunca se sabe!)quando desejei tanto ir contigo a Veneza que ali se iniciaria um calvário que nunca imaginámos.
Muitas rotinas se alteraram e a muitas coisas novas tivemos de nos habituar. Remámos de acordo com a maré. Uns dias de uma forma mais fácil, outros dias de uma forma complicadíssima, arreliadíssima, com um sentimento muito grande de injustiça. 
Aprendemos que viver é mesmo isto: Remar, remar, remar até chegar a um porto seguro que um dia há-de chegar. Uns dias remámos através de tempestades, outros dias  os remos deslizaram mansamente e fomos avançando.
Houve dias em que pus em causa tudo e outros em que as certezas me invadiram mas soube sempre para onde ia.
Parabéns!!! Aproveitar os dias e a vida é a palavra de ordem! Depois das tempestades costuma haver bonança!!! 

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Coisas a que ainda não me habituei


Antes, no mês de Agosto era impensável trabalhar!!! Era sinónimo de ir, de andar por aí, em muitos dos anos, durante todo o mês. Quando regressávamos,  os filhos mostravam-se entusiasmadíssimos para verem o que tinha mudado na cidade(?) e para mitigar as saudades que tinham do seu canto e dos seus brinquedos.
Depois, com o passar do tempo e os afazeres aumentados fomos acalmando. As férias passaram a 15 dias mas sempre nos principio do mês, quando todos partiam. Em 2010, o meu pai faleceu a 12 de Agosto. E nada mais foi igual!
A beleza do mês toldou-se para sempre. 
Agora trabalho afincadamente nestes dias. entro às 9 e  acabo só cerca das 8 da noite. O trabalho faz esquecer muita coisa.
Tenho saudades da mãe. Acordei um destes dias com um pesadelo que a envolvia. É tempo de estar com ela ou com o que resta daquela força e daquele sorriso. É esperar os dias em que sentimos que por momentos voltamos a ter a mãe. Nesses momentos, cada vez mais raros, gosto de deitar a cabeça no seu colo e voltar a ser a mais nova que precisa de mimo. Ela passa-me as mãos magras e enrugadas pela cara e não necessito muito mais.
Pouco a pouco, foi morrendo a vontade de partir, a vontade de aventura. Não sei se será para sempre mas é assim que me sinto!

domingo, 7 de agosto de 2016

Há factos que custam a aceitar


Tantos projectos que ainda tenho para concretizar! Tanta paisagem para visitar. Tantas emoções que ainda me falta sentir para ser mais eu e mais tolerante. Tantos sítios que ainda esperam por mim! Tantas pessoas que ainda me falta conhecer e continuar a admirar-me com a inteligência humana, com o bem fazer, com as ideias que me inspirarão. Tanto ainda para aprender! Tanto ainda para dar!
Como é possível que já tenha 55 anos?????
Terei eu ainda tempo para isto tudo???

Não resisto a uma história de amor




Daquelas que passam por tudo, por dias bons, dias maus, dias muito maus, mas em que se sabe que se é talhado para estar ali e o  outro lhe faz falta à mente  e ao corpo  e sem ele nunca mais será a mesma coisa. Não interessa a idade e a beleza dos corpos. Nisto do amor interessa mais a alma.
Leonard Cohen, o grande compositor, apaixonou-se e viveu com Marianne durante alguns anos da sua vida. 
Ela morreu com 81 anos. Ele escreveu-lhe esta mensagem e depois compôs esta música que perdurará e lembrará esta história de amor. Gosto muito.

"Chegámos a um tempo em que somos tão velhos que os nossos corpos se desfazem; penso que serei o próximo, dentro em pouco. Quero que saibas que estou tão próximo de ti que, se estenderes a mão, talvez possas tocar a minha. Sabes que sempre amei a tua beleza e sabedoria, mas não preciso de discorrer sobre isso porque já sabes de tudo perfeitamente. Quero apenas desejar-te boa viagem. Adeus, velha amiga. Todo o amor, encontramo-nos no caminho.”

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Depois de uma semana 5 estrelas


Casa escolhida no meio do nada mas cheia de pormenores de bom gosto, um grupo de gente boa, simpática, que gosta de se divertir e tem o riso fácil. Ver os meus felizes,  pouco fazer, conversar, dizer piadas, ir à praia, comer bem, estar feliz por estar ali.
Assim foi a minha primeira semana de férias! E foi tão boa!

A trabalhar nas duas primeiras semanas de Agosto


Este facto, há alguns anos, traria uma depressão enorme à minha pessoa! Agosto era mês de partir, de descobertas, de filhos em férias.
Agora é assim e não vale a pena ficar triste. É levantar, arranjar e partir para o trabalho até ás tantas. 
Preparar o ano que começa em Setembro quando todos voltam e esperam que tudo esteja  pronto. Lidar com as incertezas, com as mudanças contínuas, com as alterações constantes mas  necessárias.
Ter tempos marcados, dias cheios, prazos curtos a cumprir. Ver o tempo a passar e ficar em stress.
Hoje é sexta. Não deveria estar a pensar em trabalho mas estou!

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Para recomeçar

Somos passageiros – do infinito

A vida, como um comboio, leva-nos a muitos lugares, tempos, razões e sentimentos. Cada um de nós entrou numa estação e noutra, que desconhece, terá de sair. Vemos muita gente embarcar e desembarcar.
O caminho é sempre único, mas as belezas do mundo são comuns. Algumas estão nas paisagens dos dias e noites que vivemos, outras no interior do comboio: os passageiros que partilham connosco partes da viagem... e ainda há a maior de todas as belezas: a do mundo que cresce dentro de cada um de nós. A maravilha de ser, ter e sentir um coração que cresce só porque pode recolher um pouco de cada canto que há no mundo.
Muitos imaginam a felicidade como um sossego onde o prazer é permanente, mas a verdade é que temos de ser nós a lutar contra os desejos que nos inquietam e destroem a paz, aqueles que concretizados satisfazem, mas logo um vazio maior se apodera da alma… Importa aprender a distinguir as boas inquietações, que nos levam a superar os nossos limites, dos desassossegos que apenas nos destroem, porque nos fazem fúteis e caprichosos. Há bons prazeres e boas dores…
Ser feliz não é estar acima das nuvens. Não é um comboio especial ou uma carruagem de primeira classe. Não é, sequer, uma estação. Ser feliz é aprender a aceitar a viagem, tal como ela é, de coração aberto...
Ser feliz é ser um pedaço belo de mundo que não perde o brilho da sua harmonia, apesar de todos os acidentes do caminho, apesar dos invernos que parecem não ter fim... e, até, das tempestades que vêm sempre com vontade de arrancar as árvores pela raiz e o nosso comboio dos carris...
Talvez ser feliz passe pela capacidade de deixar um pouco de si em cada canto que há no mundo.
Viver é poder sentir de perto muitas lonjuras... ser feliz é fazer-se próximo e encontrar forma de ficar sempre ali.
A felicidade, como a vida, não é um momento, é uma viagem sem regresso, uma aventura sem fim. 

José Luís Nunes Martins