sábado, 26 de dezembro de 2020

O final do ano aproxima-se

 


Com ele o desejo de prometermos mil e uma coisas  para tudo alterar no próximo Janeiro! Pura ilusão! Não vale a pena tal trabalheira!

Em qualquer época do ano podemos resolver mudar em nós tudo o que está mal! E tanta coisa está mal! E nós sabemos e temos o desejo de mudar!

Com a a velhice veio-me a sabedoria de que tem de ser lenta esta mudança. Muito lenta mesmo! Fazer quando nos apetece e temos gosto nisso porque a vida tem  de ter uma grande parte de felicidade.

Parece preguiça mas é só a sabedoria de encontrar o momento certo para fazer o que tem de ser feito. Este momento existe!

O resto do tempo, aprendo como concretizar, procuro na internet, recolho notas, guardo fotos. Há ainda um tempo que guardo para os assuntos que ainda não têm solução. Pouco a pouco vai aparecendo no meu cérebro a luz que procurava. Experiência! Chama-se experiência!

E assim vou vivendo! Com as minhas alegrias, o que consigo concretizar, o que consigo fazer pelos outros e o que consigo fazer por mim própria. 

Para 2021 só desejo mesmo poder apertar entre as minhas mãos as mãos quentinhas da minha mãe! Parece pouco mas é tudo!!

sábado, 5 de dezembro de 2020

Por onde se começa a preparação da ceia de Natal?

 


A minha é decididamente pela mesa dos doces!!! Aquela mesa irresistível que fica à disposição da gula que todos temos. A toalha é purpura e de damasco porque a solenidade assim o exige e porque o amarelo dos doces conventuais harmoniza a cena que se quer perfeita.

De seguida, pensa-se nos locais de confiança onde encomendar aquilo que não se confecciona em casa: lampreia de ovos, etc.

Pega-se depois no nosso antigo livro de receitas e, perante quem vem e os seus gostos, escolhe-se o que se vai confeccionar. Receitas boas e fáceis porque o Natal não é sinónimo de estar muito tempo na cozinha. Mete-se a mão na massa para filhoses, sonhos e rabanadas. 

Passa-se depois ao prato principal sem grandes desvios. Apenas só no modo de cozinhar e empratar  o fiel amigo. 

As entradas são as últimas a ser pensadas. Talvez porque uma boa tábua de queijos seja uma óptima maneira de começar uma refeição.

Andamos, nesta fase, na escolha dos fornecedores dos doces difíceis!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

O significado do Natal

 


Ainda não tinha pensado nele! Antevia más notícias, porta fechada, silêncio, família confinada e cada um por si neste tempo de cada um pelos outros.

De repente eis que um telefonema muda tudo! O meu mundo iluminou-se e tudo começou a girar em tudo o que quero transmitir sem palavras a quem amo. Ideias,  segredos, alegrias, descobertas, antevisões, surpresas, projectos, luzes, árvores, brilhos, memórias, aconchego,  a comida que gostam, a toalha mais bonita, o fogo mais vivo, as músicas mais suaves. 

Hoje, à hora do almoço, começou o meu Natal!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

O assentar da poeira



Foram quatro dias com filho mais novo e esposa que vieram festejar o aniversário connosco. Já quase não me lembrava do quanto era bom ter-te em casa, no teu quarto, vestindo as antigas roupas, acendendo a lareira, cozinhando como antigamente!

Relembrar os tempos tão bons que tivemos e imaginar que outros dias ainda melhores virão com família, com novos projectos, com novos desafios e com novos amores.

Fazes muita falta aos meus dias mas permaneces sempre, sempre, no meu coração. O teu riso dá-me vida, a tua boa disposição acalma o meu coração. 

És o meu menino mais novo e assim continuarás até ao resto dos meus dias.

Parabéns!! Entrar nos trinta é um grande marco! Aproveita bem esta década de ouro meu filho!


domingo, 22 de novembro de 2020

Pensamentos num dia de sol


Quando estou triste, arrumo os pensamentos para um canto escurinho do meu cérebro e assim sobrevivo. Limito-me a fazer tarefas, umas atrás de outras, como se o movimento do corpo mostrasse o caminho que quero trilhar.

Depois, por qualquer razão desconhecida, os pensamentos guardados e escondidos assolam-me e permanecem em mim. A vontade de me tornar melhor esmorece, a criatividade desaparece, a alegria interior dissipa-se, a leveza do dia pesa mais e fica apenas um corpo a olhar o sol que brilha.

Pouco a pouco, vou encontrando novas ideias, nem sempre as melhores, novas tarefas, novos sonhos e a vida segue o seu ritmo sabendo, na parte mais importante do meu ser, que este dia nunca mais voltará e não cumpri a ideia de o tornar o melhor possível. 

Estou farta disto tudo!

domingo, 15 de novembro de 2020

Vamos lá confinar



 Apesar de o concelho em que vivo não estar em confinamento nada melhor que ficar em casa porque, mais dia menos dia, tudo isto se torna nacional e custará menos a transição. 

Ontem ainda saí da parte da manhã para realizar tarefas com tempo marcado e  encher a despensa e frigorífico. 

De tarde fui para a cozinha (como sempre acontece quando o stress me atinge) e preparei o doce de "abóbora porqueira". Explico: O doce de abóbora que tradicionalmente se serve com requeijão como sobremesa típica na Serra da estrela, tem mesmo de ser  elaborado com abóbora porqueira. Chama-se assim porque é esbranquiçada, muito grande e alongada e serve essencialmente para alimentar porcos nos longos dias de Inverno. Minha mãe guardava uma das maiores para fazer o doce a que juntava uma vagem de baunilha e generosas quantidades de canela. A abóbora amarela com que confeccionam os doces de Natal não existe na Serra. Só a conheci aos 10 anos quando viemos viver para Coimbra.

O doce feito com abóbora amarela não tem o mesmo sabor nem casa bem com o requeijão. Quem não sabe... come e gosta! Eu não gosto mesmo nada!

Ao final da tarde, quando o açúcar já tinha derretido e a abóbora aos quadradinhos boiava na panela, coloquei a lume brando. Foi ganhando ponto até chegar ao ponto de pérola. Estava pronto!  Com a varinha mágica consegui um creme espesso, com cor dourada e muito saboroso.

Já posso comprar requeijões (um dos meus manjares preferidos) porque o sabor destes dois ingredientes me transportam à casa dos avós e à casa dos pais em tardes de Inverno quando os requeijões atingiam o seu melhor sabor. 

Saudades! No fundo, não somos mais que sonâmbulos à procura da nossa infância!


sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Foto espectacular

 


Tenho-a guardada no meu ambiente de trabalho e de vez em quando olho para ela!

Com o passar dos anos, vamos pensando mais em quem queremos ser daqui a uns anos se a saúde nos permitir. Desejamos não perder os nossos pontos fortes, continuar curiosos e com vontade de viver.

Esta foto foi tirada num passeio, já no tempo do confinamento,  dos utentes do lar de idosos onde a minha mãe está. Passeios pela natureza, sem ninguém exterior, o que lhes permitia respirar ar puro sem contaminações.

Traduz tanta energia, tanta vontade de ser, tanta coragem e tanta leveza que me emociona.

Mais tarde, conversei com esta senhora. Cheia de vitalidade, alegre, com vontade de fazer aquilo de que gosta sem interferências alheias, muito lúcida quanto à ocupação diária do corpo e da mente. Gosta de estar ocupada porque lhe mantém a sanidade mental e a alegria. 

Depois desta conversa, saí a pensar que é assim que eu quero ser. Deixar as amarras da vida e desfrutar os últimos anos em liberdade mental e emocional. 

Grande exemplo!

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Dia especial para sempre

 


Nasceste há 33 anos! Neste dia! Tão imatura como mãe, recebi a benção da tua vida como quem recebe o melhor presente de Deus! E assim foi e é!

Meu porto de abrigo, meu amigo, meu  pequenino para sempre! Só tu me acalmas e me fazes ver a vida de outro modo, muito mais calmo e racional, como só tu sabes fazer.

Ouvir a tua voz é acalmar o meu coração e libertar a alegria. 

Tanto orgulho no ser lindo que és! 

PARABÉNS meu rochedo!


domingo, 1 de novembro de 2020

Coisas da Vida

 


Há tanto tempo que não vinha aqui! Não me tem apetecido! Ando a tentar colocar um pouco de ordem na minha vida nestes tempos difíceis.

Voltei à Escola, e vivo ansiosa com medo de ficar doente. Parece tudo igual mas não é! Preocupo-me muito mais com o dia de amanhã, se ficarei doente, se continuarei bem, se algum dos que amo ficará doente e por aí fora. 

A vida social resume-se ao telefone. Vamos falando, rindo, imaginando que é mesmo assim. No entanto, se vejo um filme do antes, estranho as caras destapadas e a proximidade entre as pessoas. Não é um bom sinal. O meu cérebro programou a distância como normal. Faltam-me abraços, beijos, proximidade. 

Inquieta-me não poder ver os mais velhos porque o tempo deles é finito e quero partilhar ainda momentos com eles. Em algumas tardes de sol, como a de hoje, sinto que entrei num filme de ficção em que só se pode estar em locais afastados, longe de tudo, no meio da natureza, como se tivéssemos fugido da cidade para não morrer.

Deixei de fazer planos, de antecipar momentos, de imaginar recompensas. Tenho a vida suspensa. Até quando, não sei!

sábado, 10 de outubro de 2020

Descobrir o nosso propósito de vida

 


Há pouco tempo assisti a uma conferência online que versava este assunto. A necessidade de descobrir o propósito de vida e de o seguir como forma de estarmos em sintonia connosco e com a vida. 

Não sou muito filosófica! Tenho até alguma dificuldade em teorizar certos assuntos e seguir certos dogmas. Confio mais na minha prática de vida, no que sinto em diferentes situações do meu viver, procuro o sentido da vida nos momentos em que me senti mais plena e mais feliz. Desconfio sempre das experiências que me conduzem a lugares onde a escuridão e o desânimo estiveram presentes no passado.

Quanto ao propósito de vida, tenho-o tão marcado em mim que nunca duvidei dele. O meu propósito é conseguir que, um dia mais tarde, quando se recordarem de mim por qualquer razão os meus filhos sejam unânimes a dizerem:

-A minha mãe sempre esteve lá para mim! Nos momentos bons e nos momentos maus nunca esteve ausente.

Algum propósito mais importante? Não creio!

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

O que o confinamento trouxe e transformou visto e sentido a longo prazo.



Em Março ficámos em casa. Trabalho com os alunos à distância trouxe novos ritmos, novas aprendizagens feitas à pressa, novos desafios e algumas alegrias. Por entre o trabalho sobrou tempo para cuidar do ninho e voltei, quase sem dar conta, aos tempos da minha adolescência em que tudo se fazia devagar com mãe e avó em casa para que a vida familiar corresse sobre rodas. Voltaram as horas na cozinha, as dicas para lavagem de vidros, a necessidade de manter a casa em ordem sem ninguém para ajudar e tudo à minha responsabilidade. Abriram-se as malas do enxoval amarelecido para tudo ser lavado e branqueado. Recomecei a bordar e a fazer tricot.

Andei atarefada até Julho entre avaliações finais, trabalho de escola, reuniões online e atividades de mulher prendada. Em Agosto saí de casa mas levei comigo os hábitos adquiridos. Nada de maquilhagem, cabelo seco ao sol, roupa comoda que me tinha acompanhado durante estes meses em que quase não vi ninguém. 

Chegou Setembro, as aulas começaram mas, pelo hábito, continuei no mesmo registo. 

De repente parecia que tinha deixado de ser eu e parte de mim tinha ficado perdida lá para trás. Olhava para a minha roupa mais formal e quase já não me lembrava o que combinava com quê e de como eu costumava usá-la. Parecia que não tinha nada para vestir, nada me parecia bem e comecei a ficar meio perdida. 

Uma tarde parei para pensar. Durante umas horas vesti e despi a quantidade absurda de roupa que se espalha por vários armários. Relembrei deste modo o meu eu de antes da pandemia. Guardei uma parte de um armário para colocar as peças já experimentadas e combinadas. Pouco a pouco fui entrando na minha antiga pele. Comecei a ser eu. Deixei a roupa comoda mas pouco elegante e substituí-a pelas peças mais queridas e formais. 

Se estou mais contente? Claro que estou!

Se necessito de comprar roupa nos próximos anos? Claro que não! Necessito apenas de mais umas tardes de ensaios de estilo e de renovação. 

O curioso disto tudo é verificar que todas estas mudanças necessitaram de muito tempo para serem percepcionadas e alteradas. 

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Temas essenciais


 É pena não haver em edições portuguesas  obras científicas sobre aprendizagens eficazes e como  levar os alunos a investir nelas. Livros práticos com exemplos, esquemas, modelos, tabelas que permitam aos docentes diversas abordagens alavancadas em dados científicos.

Resta comprar online e fazer destas obras a nossa leitura de cabeceira.

Este, estou a rever e a sistematizar conhecimentos.

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Coisas que me enternecem


 Diálogos com a minha neta.

. esta árvore está morta!

- porquê vovó?

- porque não respira nem faz fotossíntese.

. ah! E porquê?

- porque não tem folhas

.-mas agora é outono vovó. As folhas caem.

- é verdade mas nesta árvore já não vão nascer novas folhas.

. o que é a fotossíntese vovó?

- é o modo como as árvores conseguem produzir o seu alimento. Elas não necessitam de ir ao supermercado. Produzem o seu alimento.

- e fazem isso nas folhas?

. sim. As folhas são muito importantes nisto tudo.

- as árvores são muito inteligentes vovó!!

Como é que não hei-de derreter com esta neta?

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Coisas de meu pai




Como duas gotas de água, eu e ele nem necessitávamos  de falar. Sinto umas saudades imensas deste entendimento que nunca mais senti! Podia contar-lhe tudo e ele a mim. Já no fim da vida, tornou-se mais solto nos desabafos e eu ria com ele e aconselhava-o. 

Lembro-me especialmente e com muita saudade de um passeio de carro que fizemos os dois para falar de coisas muito importantes na minha vida. Eu conduzia e ele ouvia as minhas razões. Acabou da forma como sempre acabava:

O teu coração é  o teu mestre. Tens de ouvi-lo!

E, com o tempo, habituei-me a esperar que o coração falasse. Antes de decidir qualquer coisa e não sei o que fazer, espero pacientemente que no meu cérebro o coração comece a formar a resposta. Quando tal acontece desce sobre mim uma grande certeza e decido bem. Aprendi com o pai e tenho desenvolvido a técnica de ouvir o coração. Nunca se engana! Mesmo que pareça o contrário, o tempo acaba sempre por colocar tudo no seu lugar.

Querido pai!

Coisas de minha mãe

 


Gostava de ajudar, de ouvir os outros, de concluir sobre as suas necessidades e, sem dizer nada a ninguém, ajudar de todos os modos e feitios. Incomodava-a a pobreza, a carência e a doença que tudo acarreta. Herdou este modo de estar na vida da "madrinha velha" como nós, os seus sobrinhos netos lhe chamávamos. Mulher independente, solteira, com posses, estava lá sempre para acolher quem não tinha com que alimentar os filhos, quem necessitava de medicamentos, ou quem só necessitava de um conselho amigo. 

Quando era pequena, as tardes de Domingo eram passadas em conversas com as mulheres que vinham dos casais e que iam lá a casa acabando sempre por lanchar. Minha mãe ouvia-lhes a solidão e os problemas e tinha sempre uma palavra para cada uma delas. Na penumbra da cozinha, trocavam problemas, carências, dificuldades e saiam, muitas vezes, com sacos de roupa ou outras necessidades.

Perante a grandeza da minha mãe, sempre me meteram muita impressão as falinhas mansas, as conversetas sem fim, as ajudas fictícias, o passar a mão pelo ombro para ficar bem na fotografia e nada mais. 

Ajudar o outro é estar lá com uma dose muito grande empatia. Não interessa dizer que se vai. É preciso ir!

Os dias só fazem sentido, se deixarmos de olhar o umbigo e começarmos a olhar e a ouvir os outros muito para lá do que é visível. 

Como a minha mãe costumava dizer amiúde:

De boas intenções está o inferno cheio.

terça-feira, 15 de setembro de 2020

Coisas em que penso muito agora

 


Minha mãe tinha muitas expressões que empregava amiúde. De tanto as ouvir, quase não se pensa no seu significado. Por qualquer razão têm-me vindo à memória. Nos últimos dias tenho matutado nesta. Porque se tornou muito verdadeiro para mim e porque a paciência que sempre pautou a vida da mãe está a ser muito necessária agora à vida da filha.

O que mais me aborrece é que Nosso Senhor mais me abastece!

Verdade!

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Dia muito importante

 


Hoje fazes 4 anos! Foram tempos muito vividos e emocionantes para todos. Ver-te crescer e ganhar independência,  personalidade, beleza, graça e inteligência iluminou cada um dos meus dias. Por vezes, era só mesmo isso - um farol na escuridão! 

Não conhecia este amor que rejuvenesce e traz ao de cima a nossa criança escondida e esquecida. És a luz dos meus olhos e só o simples pensamento que me conduz a ti me faz feliz. Anseio por dias que hão-de vir dedicados só a ti e ao que tu desejas. Só isso é importante! Quero lá saber do resto! Quero é ver o brilho dos teus olhos!

Feliz aniversário querida neta!

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Sobre a jornada para um corpo mais saudável - algumas reflexões

 


Algumas dicas:

- A primeira semana é a pior. O corpo pede açúcar e o dizer-lhe não é mal aceite. É necessário enganá-lo com fruta embora não exagerando. Duas peças de fruta por dia que este ano tudo está super doce.

- Programar as refeições com antecedência evitando chegar à hora das refeições sem nada saudável para matar a fome. Costumo cozinhar os legumes de véspera e deixá~los num recipiente de vidro no frigorífico. Quando a fome chega é só necessário acrescentar a proteína. 

- Cozo normalmente 8 ou 9 maçãs com água e canela que deixo no frio. Pela tarde dentro, há sempre 4 pedaços saciantes à minha espera que sabem muito bem.

-Os iogurtes não são todos iguais. Há alguns que são autênticas bombas calóricas. Escolher muito bem os que dizem zero açúcar e zero gordura. 

-O café da manhã passou a um grande copo de água com muito pouco leite e café solúvel e a metade de um pão geralmente sem nada dentro. 

-Ir para a cama com um pouco de fome não nos mata. Não me faz diferença.

-Quando me apetece algo mais saboroso faço uma omelete com dois ovos, e muitos legumes em frigideira  antiaderente com pouca gordura.

-Existe sempre sopa no frigorífico e é essencial que tenha bom paladar para não ser sacrifício. Se não gosto de algum ingrediente (nabo) não o coloco.  As ervas aromáticas são boas aliadas. Sopa de feijão verde com segurelha fica divinal. Uma boa sopa de peixe como prato principal não é vedada.

-Tenho feito todos os dias meia hora de aeróbica com vídeos do youtube. Guardei e sigo sempre os mesmos. Sinto-me melhor quando já sei as coreografias e a sequência dos exercícios. Deixa-me muito bem disposta e o facto de me sentir dorida significa que faz mais por mim do que a caminhada. 

Para me motivar resulta ter um camiseiro que me estivesse apertado e que de dois em dois dias experimento. Não há maior alegria que senti-lo a ficar largo.

E é isto. Por agora!


Reflexões


Foi muito tempo fora dos muros da escola! Estivémos separados fisicamente mito tempo. Adaptámos as estratégias, inventámos novos modos de chegar a eles, estudámos e aprendemos muito e, no final do ano, parecia a cada um de nós que tinha atingido os objectivos. As férias serviram para desconectar e sentirmos que havia vida ao ar livre, que o som do mar ainda lá estava e que o sol a bater na pele tinha um poder curativo fantástico.

E eis que chega Setembro. Os números da pandemia começam a crescer, as videoconferências regressam em grande e em diálogos à distância começo a perceber-me que o pormenor é o mais importante neste regresso. As aulas como eram ainda não estão para chegar e talvez nunca mais cheguem. É necessário pensar novos gestos, novas abordagens, novos pormenores que farão a diferença. Nada de ajuntamentos, nada de contacto ou aproximação. O simples gesto de recolher uma folha de papel das mãos de um aluno é vedado. O dispensador de gel faz de barreira entre o quadro e o aluno e a desinfecção será a palavra de ordem. 

Vai ser muito difícil pensar antes de  me aproximar de uma mesa para tirar uma dúvida, ou apenas fazer sentir a minha presença, tantas vezes dissuasora de comportamentos menos próprios  numa sala de aula. Tenho tão interiorizados estes gestos que receio não ser capaz de os coarctar nos próximos dias.

Se tenho medo de ficar doente? Muito!

Muita calma neste regresso.

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Outros tempos



Minha mãe era uma excelente cozinheira que tratava por tu toda a boa cozinha da Beira Alta.  

No Verão tínhamos sempre familiares a passar férias ou só de visita. Nessas alturas, saíam do armário os pratos com flores verdes com o seu cheiro característico, os guardanapos de pano enfiados em bolsinhas bordadas, as jarras de vidro e a toalha imaculada. Havia sobremesa e café acompanhado por uns esquecidos divinais. Desfilavam pela mesa empadões de frango, coelho frito, cabrito no forno, pasteis de masa tenra, bolos de bacalhau,  peixinhos da horta, ervilhas com presunto e ovos escalfados,   travessas enormes de arroz doce, leite creme queimado, enfim um prazer supremo para os olhos e para o paladar.

Sentar-se àquela mesa exigia que se soubesse comer de faca e garfo, se tivesse maneiras, se soubesse ouvir as conversas dos adultos e só se levantasse quando o mais velho à mesa o  autorizasse. Minha irmã, desde muito nova, se sentou com os adultos. Gabavam-lhe as maneiras e a compostura que trouxe até à actualidade. Eu e meu irmão ficávamos na cozinha, um de cada lado da mesa à espera que os adultos se servissem. Só então, quando as travessas regressavam à cozinha, nós nos servíamos entre gargalhadas e maus comportamentos. Estes almoços eram também momentos de grande liberdade porque ninguém nos vigiava. Uma vez ou outra uma tia já idosa fazia-nos companhia. Não me lembro por que razão não ia para a mesa! Atrapalhação com os talheres? Talvez!

Num desses almoços meu irmão veio com a teoria que a comida depois de ser lambida por um gato sabia melhor!? Colocámos os pratos no chão e fomos buscar um gato que adorou a experiência. Depois acabámos de comer!

Até me arrepia pensar nisto agora mas aconteceu! 

domingo, 6 de setembro de 2020

Despertando a decoradora falhada que há em mim (II)



Tenho um roupeiro  parecido com o da fotografia que necessita urgentemente de uma remodelação. Já não é necessário para roupa e um dos carpinteiros a quem pedi opinião sugeriu que o deitasse fora porque não valia a pena a sua conservação. Entrei em choque! Foi a primeira peça de antiquário que comprei para a antiga casa e, nessa altura, fiquei tão feliz que deitá-lo fora me pareceu um sacrilégio. Permaneceu onde estava e de vez em quando olho para ele à espera que me diga algo.

Encontrei hoje procurando outras coisas na net. Parece-me que esta mudança de funções, só com umas prateleiras e um vidro lhe darão uma nova vida, um novo lugar cá em casa e acrescentarão algo ao meu hobby de decoradora. 

Primeiro propósito para o Outono. 

Despertando a decoradora falhada que há em mim


Todos nós temos espaços da nossa alma que vamos descobrindo, pouco a pouco, ao longo da vida. Começa de uma forma lenta e  um dia percebemos que gostamos imenso desta nossa faceta, deste nosso gostar e começamos a investir nele. 

Pouco a pouco, tenho vindo a desenvolver este meu gosto pela decoração das mesas para uma refeição especial. Comecei pelas toalhas que vou comprando. Umas mais clássicas, outras de outros tempos, damascos lindos que só por si fazem o decor, outras mais brilhantes de cores alegres que combinam com loiças de design. Neste momento, tento encontrar peças decorativas como jarras antigas, peças antigas da Bordalo, copos diferentes e de cores variadas. Vou adquirindo sem pressa e combinando mentalmente com o que já tenho. Dois ou três dias antes, começo a pensar nas combinações, nas velas e nas flores a incorporar. Normalmente é na véspera à noite que monto o cenário. É permitida uma certa anarquia desde que o resultado final seja harmonioso. 

Quando somos muitos, gosto de montar uma mesa mais pequena para as entradas de modo a que se possa circular e conversar bebendo um aperitivo. Existe sempre a mesa  das sobremesas que nunca é só uma cá por casa. Combino entre doces de colher, pequenos bolinhos individuais, doces de fatia e fruta laminada. Esta mesa é sempre mais cuidada e dramática e mantém-se pela tarde dentro de modo a que todos possam repetir. Gosto de receber, de estar e de conversar em frente de boa comida. 

Nunca é tarde para iniciar um hobby desde que nos faça felizes!

sábado, 5 de setembro de 2020

No início deste novo ano

Uma das professoras
Os dormitórios dos alunos
O cozinheiro da cantina escolar
Os serviços administrativos da escola

As viagens são sempre um óptimo modo de ver novas coisas e aprender novas realidades. Em 2012 tive a oportunidade de participar num projecto escolar que me levou a uma pequena cidade na Roménia  e a uma escola que ainda hoje me lembra. A cidade (Targu Jiu) fica a sul da floresta da Transilvânia e a escola era constituída por um prédio onde decorriam as aulas e outro destinado a  dormitório dos alunos que pertenciam à montanha e  que ali viviam só visitando a família aos fins de semana. 

Recordo, com alguma tristeza, os olhos sem brilho destes alunos em plena adolescência vivendo em instalações sem conforto que seriam extremamente frias no Inverno rigoroso. Tudo para que pudessem tirar um curso que lhes permitisse melhorar a vida.

As aulas decorriam de forma ordenada mas  imperava uma certa tristeza que começava pelo semblante dos professores. Ali, até o livro de ponto, com dimensões fora do comum, era preto!!

Os serviços administrativos resumiam-se a duas senhoras sentadas num exíguo espaço que resolveriam todos os problemas que iam aparecendo. 

Lembro-me muitas vezes destes alunos, desta escola, destes colegas lá de longe, tão mal pagos e tão explorados. O mal dos outros não é conforto mas ajuda na minha motivação perante todas as condições que temos nas escolas hoje em dia. 

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Coisas que me lembram

 


Quando era mais nova e vivia em Coimbra fui grande consumidora de filmes, alguns deles muito bons. O Teatro de Gil Vicente tinha a preocupação de fazer ciclos de cinema dos grandes realizadores e espetáculos soberbos que eu não perdia. 

Vem isto a propósito de um filme de Ingmar Bergman que vi quando tinha 18 anos - A hora do lobo (1968). Naquela altura, impressionou-me muito pela temática e não o percebi muito bem. Hoje percebo perfeitamente este conceito da hora do lobo quando a noite começa a fechar-se e vem a madrugada e em que somos assaltados pelos nossos piores pesadelos. Parece que tudo o que tentamos esquecer durante a luz nos vem mortificar naquele tempo escuro de uma forma ampliada e  a nossa mente fica completamente negra. Entre o sonho e a realidade, sentimos os piores medos tornarem-se realidade e depois voltarem para um lugar da mente mais recôndito que nos permite acordar e ver a vida com olhos mais promissores. 

Não sei se todos sentem isso mas sempre que a hora do lobo me invade lembro-me do filme, da estranheza que, do alto da minha imaturidade, senti perante tanta angústia e da sensação de terror que o filme transmitia.

Coisas que se aprendem  e só se compreendem muito mais tarde! 


quarta-feira, 2 de setembro de 2020

O youtube como aliado

 


No tempo da pandemia descobri os vídeos do youtube. Desde a aeróbica  passando pela dança e acabando nas sessões  de pesos, há ali um manancial de exercícios de que podemos usufruir dentro de casa evitando ginásios com muita gente e deslocações ao final do dia que deitam por terra a pouca motivação já existente. Evitamos também o nosso sorriso amarelo quando constatamos que a nossa forma física está muito aquém da do grupo. Poderia servir de incentivo mas a mim dá-me logo vontade de desistir que nisto do desporto as ideias de competição não apareceram. 

Deste modo, podemos fazer uma sessão de treino entre o corte dos legumes para a sopa e o arranjar a fruta para a sobremesa. Muito mais rápido, eficaz e motivador.

Aqui ficam algumas sugestões:

Este já é muito velhinho mas muito eficaz para trabalhar os braços. 

Este porque é fácil e a música é dos meus queridos anos 80 o que me deixa sempre muito bem disposta.

Este porque só tem a duração de 15 minutos, está bem explicado e não é muito difícil. 

Vamos lá!

segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Decisões importantes

 


Em Agosto, amadureci a ideia e pensei muito na melhor solução para uma vida saudável. Li alguns artigos científicos e juntei-lhes toda a sabedoria adquirida numa vida  de dietas. Optei por voltar ao passado, à comida saudável, às dicas do Doutor Ruas e hoje começa o tempo de tratar de mim e da minha saúde. Nesta época da vida, a parte estética, embora importante, perde pontos para a parte da manutenção da saúde e do bem estar. 

Estamos então neste ponto: zero açúcar, gorduras  no mínimo dos mínimos e hidratos de carbono reduzidos. Espera-se uma perde de peso lenta mas eficaz de modo a que seja sustentável. Paralelamente, um programa de exercício de pesos localizado e muitas caminhadas.


sábado, 29 de agosto de 2020

Renascer em Setembro

 


Depois de tanto tempo confinada, vai saber bem voltar. Apesar do medo e da incerteza em relação ao que aí vem, uma certa alegria cola-se à entrada deste mês novinho em folha. Há algumas dúvidas mas, com o tempo, tudo se resolverá.

Poderão os meus alunos perceber bem o que eu digo  por trás de uma máscara? O ambiente de sala de aula será o mesmo com as máscaras? Conseguirei cuidar das suas participações e intervenções da mesma forma?  O que faço à distância imposta quando quero tirar dúvidas, olhos nos olhos? Para onde vai a cumplicidade de um sorriso na altura certa? Terei tempo de ver tudo respondido. Por agora fica a incerteza.

Bom início de ano lectivo!



segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Mudar as rotinas

 

Estive um mês na casa de férias! Nunca tinha estado tanto tempo! O confinamento assim o exigiu! Ora no quintal, ora na praia, ora dormindo com o som das gaivotas e, em algumas noites, do mar! Primeiro instalou-se o nevoeiro que me trouxe muitos passeios a pé, e muita leitura e depois abriu o sol para tardes de praia que souberam muito bem.  Perfeitamente seguros e confortáveis não fizemos muito mais. Aproveitámos o tempo para descansar e projectar algumas ideias a concretizar. Comemos muito bem e saudavelmente, muito peixe e muitos legumes e frutas. Visitámos o património e fotografámos  momentos.

Pronta para o recomeço.

sábado, 25 de julho de 2020

Amanhã é o dia dos avós!


A primeira neta foi um presente incrível! O dia em que soube que ela ia nascer foi um dos dias mais felizes da minha vida! 
Quando nasceu começou a aprendizagem de uma nova forma de amar. Leve, alegre, cheio de ternura. Transformou-me! Fez-me mais nova, com mais sonhos, tornei a brincar e a divertir-me imenso  com isso.
Mãe de dois rapazes, foi necessário aprender a magia do cor de rosa, os pormenores das meninas, os lacinhos, os complementos, uma sensibilidade feminina de menina que nunca tinha visto de pequenina! Foi tão bom!
Quando estou com elas a única coisa que quero é fazê-las felizes! Absolutamente mais nada! Com a felicidade delas, chega a minha!
Quero deixar-lhes recordações boas. Quero que os momentos com elas sejam lembrados mais tarde. Quero que me tracem o perfil e sorriam quando se lembrarem de mim!
Tudo o resto é paisagem!

sexta-feira, 24 de julho de 2020

Agosto


E eis que se aproxima!
Muito antes, era tomada de uma ansiedade boa que antevia dias inteiros com filhos.
Neste momento, é tudo muito mais calmo mas ainda apetece pesquisar os bons restaurantes e as novidades que possam aparecer para eu as viver.
As rotinas de preparar o cabelo, a pele, as unhas e afins para o sol intenso ainda se mantêm. A vontade de reunir todos à volta de uma mesa também.
Venha lá então Agosto! Só com coisas boas por favor!

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Nunca temos ideia e um dia caímos na realidade

Na festa dos 18 anos de filho mais novo

Tenho muitas saudades deles! Eram os meus tios da América! Aqueles que sabia que gostavam muito de nós e que mesmo longe estavam sempre presentes. A sua vinda, ultimamente todos os anos, era uma alegria e a sua despedida colocava-me sempre um nó na garganta. Durante o seu tempo por cá todos fazíamos o possível e o impossível para estar com eles entre grandes almoços e conversas longas pela tarde fora. 
Quando o soube doente, há uns anos atrás, chorei ao telefone, sem conseguir disfarçar a dor que senti. Recuperou e voltou a vir ver-nos porque a alma essa sempre foi nossa.  Depois foi a vez da tia, já mais tarde,  superar  as fragilidades da vida.
Tínhamos grandes conversas ao telefone, falávamos da vida, dos filhos, dos projectos, dos pormenores que os faziam sentir mais perto e nunca havia pressa para desligar. Vê-los com os meus pais era muito gratificante porque os unia um amor muito forte. O tio é muito parecido com a minha mãe, física e psicologicamente, ou não fossem irmãos e o declínio dela foi, durante muito tempo, um grande sofrimento para ele.
Ficaram mais velhos, mais tristes e deixaram de viajar. Por vezes, telefonam e a tia pergunta como se chamam os meus filhos e eu respondo como se fosse normal ela não saber! Quando a confusão se torna visível, despedem-se como que a pedir desculpa e eu compreendo a sua altivez moral que é necessário preservar.
Por um tempo, antes da pandemia, pensei insistentemente em ir vê-los e estar com eles. Ansiava o tempo certo para partir. Depois, com isto tudo, percebi que não há tempos certos e que devemos partir sempre que o coração manda. 
Tenho medo de não os tornar a ver! Tenho pena de não ter ido, mesmo no tempo errado. 
Prisioneiros das suas fragilidades e da idade, vivem na mesma casa, onde um dia aterrámos com os filhos ainda pequenos para passar 5 semanas de grande felicidade. Já não existe a mesa do jardim e o Verão já não é passado à sombra da árvore mas ainda oiço a alegria dos meus filhos a correr na relva do jardim dos tios. 
Está a ser difícil esta realidade!

terça-feira, 21 de julho de 2020

Simplificar a vida

Amanhã começo a organizar tudo o que necessito para o próximo mês. Roupas muito leves, um casaco, calças de fato de treino, que no Oeste nunca se sabe e eu não gosto de frio.
Muitos chinelos, muitas túnicas e fatos de banho vários.
Roteiro cultural já feito e direcções apontadas no telemóvel. Este ano vamos deixar de lado os restaurantes com grande pena minha. Adora sair pelo cair da noite para me sentar num restaurante de peixe fresco acompanhado por uma boa conversa. Paciência!
Há muitos anos que tenho o mesmo ritual. Reservo um quarto para estas tarefas e três ou quatro dias antes  começo a fazer os conjuntos de roupa  e acessórios que quero levar colocando tudo em cima da cama. Quando está tudo, é só meter na mala com a certeza de que nada falta.
Detesto fazer malas no último dia, à pressa, deixando para trás metade das coisas que gostaria de ter levado comigo.

Acampar na vida

foto tirada por filho mais novo numa dessas manhãs

Todos os anos a primeira semana de férias era sempre passada no mesmo sítio - Parque de campismo do Serrão - Aljezur. Rotinas perfeitamente estabelecidas com as tarefas todas distribuídas, enchíamos a alma de praia, de sol e com o peixe mais saboroso que comi até hoje. Naquele tempo, aquelas paragens ainda não tinham sido descobertas pelas massas e a praia da Amoreira era um oásis de calma, para grandes passeios ao longo do rio. À tardinha voltávamos à tenda cansados mas felizes. O parque tinha uma piscina onde passámos muitas tardes e onde os meninos nadavam até à exaustão. 
Tinha cavalos, aluguer de bicicletas, campos de ténis, um barbecue comunitário para assar o peixe e as árvores do eucaliptal davam a sombra sempre necessária nos Agostos escaldantes. Consigo ainda ver os meus filhos pequenos a correr para o supermercado para comprarem o pão, queijo, fiambre e alface para as sandes do pequeno almoço e voltarem a correr com o saco felizes  e contentes. Relembro as conversas intermináveis na mesinha dos quatro bancos enquanto acabávamos de acordar e tomávamos o pequeno almoço e as saídas à noite para passear em Lagos e comer um gelado. Lanchávamos muitas vezes na padaria do Rogil que agora é muito falada mas já naquele tempo era a perdição total! Explorámos todas as praias desertas ali à volta, descobrimos uma feijoada de búzios estonteante que repetimos muitas vezes e reservávamos sempre um dia para ir almoçar a Monchique. Era uma vida simples mas aproveitei bem todos os momentos.
Vinha de lá como nova e depois seguíamos viagem para outras paragens. 

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Sobre o medo da vida


Os meus pais souberam educar-nos muito bem! Deram-nos ferramentas preciosas para lidar com a vida e com os percalços. Ensinaram-nos pelo exemplo, lutando sempre com um sorriso nos lábios! Se houve momentos duros? Então não houve! Mas até esses, tempos mais tarde, foram recordados a sorrir! 
A importância do trabalho e da dedicação como um modo de chegar mais longe e, ao mesmo tempo, centrar o nosso dia a dia para que não esmorecêssemos. 
Por vezes penso que levei este ambiente longe demais mas estou a aprender a relaxar um pouco que sinto ser necessário neste momento da minha vida.
Não sinto medo da vida! Não temo o que há-de vir! Logo se verá e resolveremos tudo o que for aparecendo. Muitas das vezes a realidade é bem mais fácil que a imaginação. 
Estas ferramentas mentais interiorizadas ao longo da minha vida com eles, permitem-me ir com confiança porque sei que, mesmo que tudo dê para o torto, posso sempre contar comigo e com as minhas capacidades para endireitar as calçadas que trilho.
Parece simples mas não o é! Parece que toda a gente é assim, mas não é! 
Obrigada pais por todo o exemplo e por todas as gargalhadas que soltámos nas piores alturas e depois delas. 
Criaram guerreiros!

Última semana


Para trabalhar e concluir as tarefas do ano lectivo. Depois um mês de Agosto calminho e cá estaremos para recomeçar quando o calor começar a diminuir. 
Começar o dia com 20 minutos de meditação que me fazem muito bem! Quem diria há uns anos atrás que iria ser fã de meditação? Que bem que me faz! 
A vida a ensinar que nem tudo é preto e branco, que o que é hoje não é amanhã e que o que devemos carregar é apenas a certeza absoluta de que, aconteça o que acontecer, seremos capazes de lidar e de enfrentar. Esta confiança em nós faz a diferença. 
Não é viver com medo do que possa acontecer. É ter a certeza que conseguiremos enfrentar!
Boa semana!

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Aviso importante: Eles crescem!


Trocaram de posição. O resto está lá tudo!

E quando menos esperamos eles cresceram, saíram debaixo das asas e aí vão eles. Criaram laços para a vida, recordarão sempre a casa dos pais, o amor que tiveram e tudo o que aprenderam mas chegou o tempo de criarem as suas próprias famílias. Como eu fiz e como é natural para a felicidade deles. Não cortam os laços mas serão diferentes. É tudo tão normal e tão previsível que nem daria para um post. Acompanhar e viver com eles o seu crescimento foi o melhor que a vida me deu! Penso que aproveitei bem todos os momentos. Estive lá sempre que foi importante. Faltei a alguns jogos e a algumas corridas mas eram tantos!
O que me continua a enternecer é este cuidar do outro, este sentimento que os unirá para sempre para além de tudo e apesar de tudo. É um sentimento tão reconfortante e tão lindo que chega a emocionar-me!
Crescem agora  as minhas netas. Voltar a ver este sentimento de irmandade a florir é um presente da vida. Poder ver estas amigas irmãs daqui a uns anos é o meu desejo mais apetecido!

Quando chegas a esta altura do ano


E com o calor que se faz sentir, começas a desligar a mente e não te apetece mesmo nada pensar em trabalho. Tudo é mais doloroso e demorado, parece que as ideias inovadoras se foram e nada circula!
É neste tempo que a criatividade tem de estar no topo para que o novo ano comece bem. Uma  plena contradição!
Sonha-se com mar, com água, com belas receitas de culinária, com novas bebidas refrescantes e toda a mente se centra na organização do tempo de lazer!
Vamos lá! Menos devaneio que ainda faltam muitas tarefas para concretizar e quase duas semanas ainda me separam do tal tempo de ócio!
Agora vou ali fazer umas compotas super originais e já torno para o trabalho quando anoitecer e ficar mais fresco.

terça-feira, 14 de julho de 2020

Quando chegas à conclusão que tens os sintomas todos


Começas a perceber que tens de interromper este ciclo e fazer algo por ti e pela tua saúde. Tanta tarefa, algumas já fora de tempo, e tão pouca motivação. Este tempo todo dentro de casa começa agora a dar os seus frutos de uma forma totalmente negativa. 
As notícias não ajudam e  a ideia de voltar à normalidade em Setembro, pouco a pouco, começa a ficar esfumada pelas informações recentes. 
Este isolamento está a matar-me! 

A calma dos meus dias


Fui ali passar um fim de semana especial e voltei para o calor. Naquela terra nunca está um calor sufocante. É agradável estar na praia e não temos a sensação de assar debaixo da canícula.
A casa é fresca e as sestas prometem descanso. É uma casa silenciosa e luminosa. 
Foram dias de acordar sem despertador e descer para o quintal para tomar o pequeno almoço com algumas gaivotas que passam. 
Foi o tempo de estar com queridas netas e mimá-las como gosto. Foi a saudade quando foram embora e encarei  a piscina naquela tarde tão apreciada pela querida M. totalmente vazia, já sem bonecos e sem agitação. Até o crocodilo que deita água estava mais murcho!
Ali o tempo é manso! Ali sinto o stress a deixar o meu corpo e sinto a paz que procuro todos os dias. 
Ansiosa por voltar. Querida M. vais ter muito tempo para brincar na água!

quarta-feira, 8 de julho de 2020

Já fui e já voltei

Fui ver a mãe! Já se podia entrar mas eu fiquei à janela do quarto dela.  Parece que me conheceu e ficou contente com a minha presença. Não leva uma frase até ao fim mas nas palavras nota-se que alguma da vida que viveu, da qual eu faço parte, ainda lá está num espaço escondidinho do cérebro. 
Se valeu a pena? Muito. Mais uma vez que estive com ela que a olhei nos olhos, agora tão pequeninos e ainda vi o seu sorriso infantil. 
Vale o tempo da viagem, vale os kms percorridos, vale o sacrifício!
Querida mãe tu vales tudo!

domingo, 5 de julho de 2020

Um dos locais mais bonitos onde já passei férias





Este monte alentejano estava repleto de pormenores de bom gosto. Agora já tem a piscina de que sentimos falta na altura! Monte do Frei Cuco, perto de Santiago do Cacém. Uma semana com família alargada, muito riso e a doce espera da querida neta!
Estávamos todos felizes com esse futuro quase, quase a transformar-se em presente!
Ótimo para partilhar com casais amigos e onde os filhos podem brincar em liberdade. 
Adorei!

Os prós e os contras de passar férias em sítios conhecidos.


Já há muitos anos que isto não acontecia. Férias eram sinónimo de aventura, conhecimento, novas coisas, olhares de espanto e alguma adrenalina. 
Experimentámos um ou dois anos ficar muito tempo lá em casa  e foram as férias em que vim mais branquela para casa. Não sei porquê, não ia muitas vezes à praia nem apanhava muito sol. Instalava-se uma rotina pouco saudável que não me permitia descansar.
Agora tenho outra idade e outra noção das coisas. Não me vou importar nada com a areia que entra nem se há tudo o que se necessita. Se não houver, invento!
Comecei a fazer o roteiro cultural dos sítios que quero visitar por ali perto. Há ainda muito por descobrir e muita História para conhecer. Um mês vai dar para muito!
Alimentação o mais saudável possível baseada no peixe que falta, por vezes durante o ano. Arranjei um peixeiro que buzina à porta todos os dias! Fiquei feliz!
Por vezes, as coisas mais simples, são as que nos constroem os melhores dias.
Estou com alguma expectativa. 

sábado, 4 de julho de 2020

Conhecer o que é nosso


Foi oferecido o fim de semana e lá fomos nós até Vouzela. Não conhecia muito bem mas tem muitos atrativos, uns doces maravilhosos, uma gastronomia de babar e  está perto das termas de S. Pedro do Sul onde fizemos uma tarde de SPA que ficou na memória. 
Já tinha dito por aqui que não apreciava muito turismos rurais! A Casa De Fatauncos teve uma particularidade! A senhora que nos recebeu providenciou tudo o que pedimos e depois disse "até amanhã" e ficámos sozinhos na quinta! Não havia mais ninguém e foi óptimo. Passeámos pelos jardins, visitámos a casa e dormimos uma noite santa. Ao outro dia a senhora voltou e serviu o pequeno almoço numa sala lindíssima onde estávamos acompanhados  pelo silêncio e pelo canto dos pássaros. 
Gostei imenso principalmente por me sentir "dona disto tudo" por uma noite!