quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Serões que não acabam


Estar sozinha tem destas coisas! O serão estende-se infinitamente. Fazem-se todas as tarefas e ainda sobre tempo para...nada!
Coloca-se a leitura em dia apesar da pouca disposição, prepara-se o dia seguinte, telefona-se para saber de todos mas falta a a conversa, o riso, a troca de ideias (às vezes nem sempre pacífica!) os projectos, a mão na mão!
Os dias são iguais e sucedem-se num encadear que conduz ao fim de semana. Só isso interessa. 
Os que amo não estão próximos e fazem-me muita falta! Até o silêncio deles eu acho de menos!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Mais cedo ou mais tarde...



Dá-se conta que eles cresceram, decidem a sua vida  sem perguntar nada a ninguém, demonstram muita maturidade e são felizes assim!

 Aos pais, resta fazer figas para que nada de mal lhes aconteça!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Coisas que só alguém com mais de 50 anos pode entender!!


Hoje, já no final da tarde, um grupo de colegas falava sobre as suas infâncias passadas no estado novo em aldeias distintas do país. Eu na Serra da Estrela, outra colega em Trás-os-montes e outra ainda no centro do País.
O que era ser criança naquela altura! Uma aventura!!
Eu contava de todos os velórios a que assisti, de um deles em que se velava um corpo mirradinho e entrevado com os joelhos encolhidos de anos de cama e do meu grande problema de como se conseguiria fechar a urna. E de como eu perguntei depois do funeral:
- Como é que conseguiram fechar a urna?
 Veio a resposta seca:
- Partiram-lhe as pernas!
E das colegas de escola que morriam com doenças banais, hoje em dia, como  apendicite e em que toda a classe acompanhava o caixão branco transportando florinhas.
E da chegada dos soldados mortos no ultramar, das mães que vinham esperar a urna à entrada da aldeia e dos seus gritos lancinantes. E do som dos tiros no silêncio do cemitério misturado com gritos de revolta. 
E das brincadeiras perigosas com 5 ou 6 anos como fazer almoços e jantares sozinhos em casa, mexendo em óleo fervente para fazer batatas fritas e saltando por cima dos telhados  andando de telhado em telhado.
E os lobos de que tínhamos tanto medo. Uma delas contou que viu um e o pai lhe recomendou para não olhar e continuar andando e ela assim fez!! E das histórias de um tal eremita de que apareceram só os pés dentro das botas, todo o resto comido por alcateias famintas na neve do Inverno.
E o grito dos porcos nas madrugadas de Dezembro a morrer às mãos dos homens. Ainda hoje sonho com isso de vez em quando! E do medo que eu tinha de todos os porcos.
E perante a interrogação e o espanto colectivos de como não ficámos traumatizadas para o resto dos nossos dias perante tais vivências, uma das colegas, com um sentido de humor engraçado comentou:
-Eu até uma autopsia vi!!
-?????!!!!!! Como????
Um dia um miúdo foi atropelado na aldeia e morreu. Chegou o médico para fazer a autópsia que se realizava na pedra do cemitério onde se colocam as urnas para a última oração. Andavam por ali umas  crianças que assistiram ao trabalho meticuloso do médico sem que ninguém as mandasse embora!!!! E dizia ela:
- Ainda hoje vejo as mãos do médico meticulosamente a cortar-lhe a fronte!
É um post tremendo este! Mas a infância rural de quem tem agora mais de 50 anos é cheia destes episódios macabros mas que nesta altura da vida são hilariantes para contar aos netos betinhos e nos transformar em heroínas de fábulas passadas há muito, mas mesmo muito tempo!
Perante este pequeno resumo percebe-se o título do post. Só alguém com mais de 50 anos pode perceber o que escrevo. Sem drama porque era assim e ponto final!

Estamos assim


A minha casa, logo pela manhã, está assim! Fria, escura e silenciosa. Esperando tempos com mais movimento e mais alegria. Fotografar a escuridão é um modo de afastar a tristeza. É assim! E melhores dias com muito sol, chegarão! Quando menos se esperar!

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Mimos


Sou muito atenta aos mimos que me dão. Basta um acenar, um olhar, uma mão no ombro, a disponibilidade que se demonstra para ajudar. Quando nos sentimos mais frágeis, todos estes gestos   nos emocionam.
 Na sexta feira fui cedo para Lisboa. Sabia que a senhora que me ajuda nas lides da casa vinha da parte da tarde. 
Hoje, quando entrei na sala, deparei-me com as flores que trouxe do seu jardim. Ficaram aqui à minha espera porque ela sabia que eu necessitava de mimos. Obrigada. 

Uma dupla infalível


Quando se trata de reconfortar a mente e o corpo depois de uma longa viagem e de um longo dia.
O chá traz-me à memória  outros lugares e o aconchego da amizade. O mel de urze lembra-me a minha terra.  O pão de sementes não me lembra nada. Só o quanto eu gosto deste pão!
 Depois deste repasto estou pronta para uma noite de sono e uma semana de trabalho.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Coisas engraçadas


Há uma pessoa muito querida e muito próxima que sempre que Vítor Gaspar aparece tem sempre pena dele,  do seu ar e do seu discurso arrastado.
Diz ele que imagina sempre o ministro a chegar a casa todas as noites, derreado e cansado devido às críticas e ao volume do que tem em mãos (terá?) e a pedir à esposa:
-Ó Maria arranja-me aí um chazinho que estou com uma grande dor de cabeça!!
Não deixa de ter graça esta imagem! Que seria talvez verdadeira se ele não fosse  político! Como é, sabe-a toda e não se deixa abater com mesquinhices de orçamentos de estado ou outras coisas de igual importância.
Os políticos vivem noutra esfera! Num mundo à parte do comum dos mortais. Só pode ser assim para eu poder ter uma explicação para tudo o que oiço e tudo o que vejo!

De má onda está o mundo cheio


De modo que poderia escrever muito negativamente sobre a última semana, sobre o internamento, etc, etc mas não vou fazê-lo.
Posso centrar-me nas coisa boas e valorizá-las e é isso que escrevo e que sinto:
Tenho carro para me deslocar ao hospital; 
tenho dinheiro para a gasolina;
tenho disponibilidade para poder deslocar-me ao fim do dia 100km para um lado e outros 100km de regresso a casa;
tenho família que me apoia com os seus telefonemas todos os serões;
tenho amigos a quem sei que posso recorrer;
tenho dois filhos maravilhosos sempre a dar-me mimo;
tenho saúde para poder estar e acompanhar;
Pensando assim, sabendo que no país que temos muitos não têm as condições básicas para poderem acompanhar quem está doente, sinto-me muito melhor e mais grata à vida apesar de tudo!
Não há nada como olhar para o lado e saber relativizar o que nos vai acontecendo.




terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Sítios que me acalmam


E penso que aos outros também. Fiquem-se com sítios de arte, de bom gosto e de bom viver porque polvilham os dias de glamour, de amor e de festa. Mesmo os dias mais tristes.

Um lindo blog.
Restos de um país que já não existe. Gosto destas pesquisas sobre outros tempos.
Este blog porque gosto de ideias novas e outros modos de viver a vida.
Este inspira-me no dia a dia. Descomplica a vida e mostra uma nova maneira de ser família. Ou como todas as famílias deveriam ser.

Aproveitem os dias e o anunciar da Primavera. Ainda faz frio mas a luz do dia já se espraia até mais tarde.

Pensamento do dia


Haverá muitos e muitos mais dias em que nos possamos sentir assim. Prontos para uma nova partida, descobrindo o mundo nem que seja na nossa casa.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

É só isto


Quero-te assim! Alegre, forte, confiante, feliz, torrado pelo sol forte das ilhas de que tanto gostas.
Quero-te assim depressa! A tempo de viver contigo tudo aquilo que temos ainda para viver. 

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Semanário



Sobre o cansaço e a doença e a certeza de que é necessário fazer alguma coisa.
Sobre os corredores dos hospitais e do verde água das paredes que tenta afastar o cinzento dos pensamentos.
Sobre a solidão das viagens no escuro da noite e o chegar a casa onde o frio da casa fechada arrepia quem entra.
Sobre a sensação de que se quer a todo o custo a vida que se tinha na semana anterior mesmo sabendo que tem de se ir em frente e investigar.
Sobre os meus filhos que mesmo sem falar sabem como me sinto e um e outro separadamente me vão sussurrando  um  "gosto muito de ti mãe" que me enche a alma.
Sobre tudo o que sinto nestes dias longos. Sobre a certeza do que é importante e da falta que me faz nos meus dias mesmo naquelas coisas pueris que não se valorizam quando acontecem.
Sobre o cérebro que sabe que tem de se centrar nas tarefas e no trabalho como sempre faz nos momentos mais negros da minha vida. Nunca me falha o meu cérebro!
Sobre as madrugadas que trazem com elas todos os pensamentos que não ouso ter durante os dias.
Sobre o conforto que se sente quando os amigos querem saber de nós. 
Sobre a estranheza boa que é ter o médico e o filho na mesma pessoa balançando o saber científico com as emoções que é preciso conter e moldar. Sobre os olhares que trocamos que dizem tudo o que sentimos.
Sobre as boas notícias do final da semana - todos os exames dizem que não! Que não é nada do que nos recusávamos a formular hipóteses.
Sobre o chegar a casa nesse dia e ouvi-lo dizer - Esta semana foi tramada!
Pois foi!


terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Por mais escuro que seja o caminho...


Haverá sempre uma luz que ilumina o caminho. É preciso é encontrá-la e segui-la por entre os meandros das curvas da estrada.
Bom Carnaval!

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Ausências


E, neste dia especial, continuo a sentir muito a falta da voz do meu pai ao telefone:
- Menina Eulália, muitos parabéns!
 Oiço-o no coração com saudade! Muita saudade!

Passeios


Aproveitando o sol!
Primeiro foi o Mondego que acompanhou os meus passos.  Mais a montante na infância e depois no caminho da foz quando se espraia para admirar a universidade e a velha cabra.
Agora é o Tejo! A sua faina e a sua beleza ali para os lados de Vila Nova da Barquinha.

E para acabar em desgraça...


Um bolo muito bonito e muito bom vindo de uma pastelaria diferente que faz sucesso. Gostei! A repetir. Só não sei é quando!

Partilhas




O meu almoço! Eu sei muito bem que não devia! Esta gordura toda é péssima! Mas sabe tão bem!
E foi assim! Leitão uma vez no ano. Porque hoje faço anos e, só hoje, vou fazer só o que me "dá na gana" como dizem na minha terra. E apeteceu-me! Muito!
Estava (digo bem, estava!) muito bom e os três convivas (eu e mais dois) adorámos.
Sempre tinha a saladinha para amainar consciências revoltas!

Bday


E há sempre um dia a partir do qual se fica um ano mais velha!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Novos tempos


Hoje, numa sessão fotográfica, diz o fotógrafo, máquina em riste:
- Pensem que vão ganhar o euro milhões!!!!
Qual "cheese", qual carapuça, da nossa infância! Para caras felizes é só necessário pensar na hipótese de ficar rico num ápice!
Confesso que tenho alguma dificuldade em me deleitar com essa possibilidade. Primeiro, porque raramente jogo; segundo, porque desde que assisti a uma conferencia de um matemático sobre a verdadeira probabilidade de isso acontecer esmoreci para sempre; terceiro, porque sempre que penso nessa possibilidade,  penso primeiro num carro novinho em folha que não avarie, muito confortável e com todos os extras, principalmente um anúncio sonoro que avise quando me aproximo de obstáculos, depois numas quantas viagens sem contenção de custos e... já não consigo imaginar mais nada! Não quero mudar de casa nem de país, não quero deixar de trabalhar, não quero mudar de vida, não quero ter batalhões de gente a pedir ajuda e não quero ter de fugir para longe sem ter culpa nenhuma. Deve ser uma grande chatice isso de ficar rico e ter a obrigação de rentabilizar o ganho contribuindo para a "salvação" do mundo!
Espero que tenha ficado bem na foto! A pensar no euro milhões, duvido! 
Antes tivesse gritado "salsicha" como o fotógrafo ordenou aos alunos e eles cumpriram de bom grado!

Onde foi tirada esta foto?


Na China? Outro qualquer país do oriente? Lugares exóticos com culturas diferentes e apetecíveis?
Nada disso! Em plena Chinatown  - New York!
Era a entrada de um templo budista! O cara metade aproveitou o sítio e a ocasião para uma das suas palestras eruditas sobre outros lugares e outras culturas que ele conhece tão bem.
Nós ficámos mais ricos de conhecimentos e também descansámos do calor de Agosto num templo climatizado e muito fresco à boa maneira americana.
Thanks God!

E agora...


Vou ali fazer entrar em erupção estes vulcões feitos pelos meus alunos e já volto! Ficaram muito giros!
Como eu gostava de ver uma erupção a sério!

A importância de um pai!


Um pai vê sempre as coisas de um modo mais relativo. 
Quase sempre, quando há problemas com os alunos rapazes, há sempre um pai ausente, uma figura mítica mas que não está todos os dias ou, ainda pior, um muito mau relacionamento muitas das vezes provocado e ampliado pelas mães.
Falta a estes meninos um centrar no mundo, nas regras e numa certa "brutalidade" social que é preciso saber usar. O pai ensina isso.  Retira-os do colo do amor infinito e sem consequências da mãe para os lançar ao mundo e os ensinar pouco a pouco a voar.
E quando isto não existe, temos meninos com asas perras que continuam a brincar no ninho do colo da mãe onde não há consequências e o amor é eterno e ampliam esse ninho para os professores e para a escola com os resultados negativos que daí resultam. Perderam a possibilidade de aprender que em sociedade o amor é finito e resultante dos nossos actos e do modo como nos relacionamos. 
Um pai é uma figura fulcral no crescimento e amadurecimento dos filhos. É o molde onde encaixam e crescem as asas que se querem fortes.
A mãe... é só o amor infinito!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Quase


Esta é uma semana de pensamentos sobre idade, envelhecimento e planos para o futuro. Sempre que se aproxima mais um aniversário, desce sobre mim a angústia do envelhecimento, da falta de tempo para viver tudo aquilo que ainda não vivi e da necessidade imperiosa de definir metas e de traçar planos. Muitos deles não serão cumpridos, eu sei! Imperfeições da minha pessoa, comodismo e outros traços que tais. 

Mas sinto que controlo a vida (pura ilusão!)  e o passar dos anos. Só com este exame de consciência prévio consigo entrar em mais um ano de vida sem angústia.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Coisas simples e pequenas


Se bem que adorei Veneza, o tempo, a possibilidade de estar lá no Carnaval, a companhia... não podia ter acabado melhor o domingo do que com um passeio ao sol com o André. 
Já aqui o disse muitas vezes: os meus filhos são o melhor de mim e vê-los e estar com eles enchem os meus dias. Pensei que com o tempo talvez passasse esta ânsia de os ver, de estar, de permanecer! Mas não!
Os meus filhos são o meu mundo! 
E um passeio com eles, ora um, ora outro, ora todos, serena-me a alma e o coração.
Boa semana!

Veneza


É assim como que um amor eterno! Uma luz que encanta e uma beleza que entra no coração. O som da água, o colorido das coisas e das gentes, o tumulto, o silêncio nas ruelas estreitas que lembram outros lugares e a vida dos que passam apressados. 
E a água sempre a rodear os passos de quem vai. 

Voltámos


Depois de um fim de semana banhados por uma luz diferente numa cidade de sonho. Muito bom! 
Eu sabia que, um dia,  ia chegar à Praça de S. Marcos! E esse dia aconteceu! Em pleno Carnaval para tornar mítica a minha passagem por um dos locais que, desde sempre, sonhei visitar!