terça-feira, 30 de junho de 2020

A última história ao contrário


Quando era Coordenadora da Biblioteca Escolar institui que seria muito enriquecedor trazer pessoas palestrantes  que tivessem algo interessante para contar e acrescentassem algo aos alunos. Um desses dias, convidei uma "miúda" que fazia voluntariado em África em aldeias perdidas para contar as suas experiências. Foi uma sessão super interessante e na qual também eu aprendi imenso. Entre muitas peripécias ela contou a rir que lá não tinha nome. Chamavam-lhe "a Branca". E os habitantes da aldeia, logo pela manhã, perguntavam uns aos outros:
- Já viste hoje passar a branca? 
Contou também do desconforto que sentia em ter aquela cor de pele  num mundo onde todos eram escuros e a sensação de diferença que não era nada agradável!
Ser diferente é tramado. Seja por que razão for!

segunda-feira, 29 de junho de 2020

Rubrica: Estórias de outros tempos


Por vezes vêm-me à memória coisas que contava a avó sobre o primeiro carro que foi à aldeia, quando a irmã dela viu a Rainha D. Amélia no passeio público e outras histórias engraçadas. Relembro que a minha avó nasceu em 1894! 
Havia na aldeia um senhor chamado Sr. Alexandre, rico, com toda a certeza,  que tinha regressado das colónias e tinha trazido com eles dois empregados de raça negra. Penso que estes dois empregados, um rapaz e uma rapariga, deveriam ser um pouco mais velhos que a minha avó! Eu nunca os conheci!
E como eram conhecidos na aldeia? Exatamente assim: a preta do Senhor Alexandre e o preto do Senhor Alexandre!!Nunca soube o nome deles porque de certeza ninguém o sabia! Nem rasto destes dois empregados trazidos para  uma terra fria e branca a maior parte do ano e tão longe das suas savanas e do seu calor tropical. 
Se havia curiosidade em relação à diferença da cor da pele? Penso que sim! Eram os únicos em muitos Kms em redor.
Vem da observação de novos hábitos e novos métodos desses empregados a mania que a minha avó tinha de me sentar ao domingo em frente dela,  muito quietinha  e de  me fazer imensas tranças neste cabelo super liso que tenho de modo a ficar tipo cabeça imitação de corona vírus!
Vidas tristes, estórias que se repetem mas agora com outros nomes.

Razões para eu gostar


Ir até lá e sentir o cheiro e o barulho do mar. Ter um quintal onde posso almoçar. Aqui também tenho uma varanda enorme que parece infinita sempre que tenho de a limpar, mas não é a mesma coisa. Temos menos privacidade e é uma varanda!
Lá, abres o chapéu de sol, colocas uma toalha, puxas uma cadeira, vais buscar um vinho fresco ao frigorífico logo ali e tens um momento feliz!
Gosto também de tomar lá o pequeno almoço mesmo com nevoeiro e gritos de gaivotas.
 Em Agosto vai haver muito disto!

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Já vão 10 anos!


Esta foto lembra outros tempos! Fins de semana em Lisboa com um despreocupação total! Passeios ao final do dia e brincadeiras antes do jantar. Jantávamos muitas vezes fora, andávamos por ali a descobrir a grande cidade e todas as suas oportunidades. Vivíamos sem dificuldades de qualquer ordem ou, pelo menos, tínhamos essa sensação!
Tinha o cabelo mais escuro  e  até faz impressão olhar para mim! Não gosto mesmo!
Mas a vida encarrega-se de ir mudando, pouco a pouco, para que nos habituemos e  tenhamos tempo para começar a ver novas coisas boas se calhar bem melhores que as anteriores no tempo presente.

terça-feira, 23 de junho de 2020

Aula síncrona com os meus alunos


Tenho saudades deles! De chegar à porta  e eles todos em monte à minha espera, do burburinho da entrada, do aquietar do início da aula, das piadas, da confiança,  dos ensinamentos que me davam sobre gente nova no começo da vida, de me rir com eles sobre o que ia acontecendo, de ralhar com eles sempre que não cumpriam, de me fazer de cega, surda e muda e esperar que passasse porque, por vezes, não valia a pena reparar. O que é certo é que tudo se compôs, os mais espevitados trabalharam imenso, descobriram novos métodos e novas capacidades dentro deles. 
Em Setembro, se tudo correr bem, lá  estaremos!

Semana de muito trabalho e de pouca vontade


Última semana  de aulas a distância. Fazer um relatório de um acção de formação. Pensar níveis a atribuir, lançar propostas de avaliação no programa, lançar aulas previstas, começar a preparar a ata com o secretário, avisar alunos das mil e uma tarefas que ainda têm de realizar para finalizar o ano. Telefonar para a escola para combinar as melhores horas para arrumar e organizar os processos individuais sem muita gente na sala. Madrugada? Penso que sim que tive uma boa ideia. 
Pedir aos colegas todos os contributos para a a reunião, verificar se o meu computador tem som e imagem em condições para o conselho de turma porque ultimamente tem falhado algumas vezes. Pudera! Com esta maratona tudo se estraga! Estar presente nas reuniões e presidir a da minha direção de turma.
Noutros tempos, marcava um fim de semana fora no final de tudo isto para que entretanto me sentisse motivada pela recompensa. Agora só o pensar em dormir em camas que sabe-se lá quem lá esteve me faz suores frios.
E é isto! Vidas felizes na sua simplicidade!

segunda-feira, 22 de junho de 2020

Parece que sou a mesma pessoa mas não sou


Algo durante este tempo de confinamento mudou em mim! Não me apetece sair de casa, estou bem aqui dentro do meu mundo, bordando nas horas vagas, lendo, planificando, dando aulas, organizando o trabalho e deixei de gostar de sair à rua. Não me apetece ir a lojas, não me apetece ver as novidades, qualquer viagem é uma carga de trabalhos e acabo sempre por ficar no meu canto. Deixei de tomar café, não gosto de ir a esplanadas, e o pensar em sair deste modo em que vivo é um pensamento aterrador. 
Sei que tenho de vencer esta inércia, sei que tenho de voltar ao que era, mas não sei como. Estou bem assim! 
Perdi o entusiasmo pela vida e pelas coisas nestes meses sempre a fazer o mesmo, sempre preocupada sempre sem reforço positivo para nada do que ia fazendo. Pouco a pouco achei que não valia a pena muito do que tentava e do que fazia e que o modo de vida que desenvolvi me dá muito mais paz de espírito e muito menos trabalho. 
Vou precisar de muito esforço para voltar à minha vida anterior! Penso que no todo nunca mais conseguirei.

Emocionou-me!


Voltar, contrariar a vida e o passar do tempo, encontrar o que nos fez quem somos. Coisas de velhos!

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Recordar só serve para lembrar que tivemos uma vida


Nunca poderá servir para viver no passado afirmando que nesse tempo é que era bom e tantas saudades e era tão feliz e pensava que seria sempre assim e blá, blá blá! 
Não era, nunca foi e nunca será. 
O que interessa mesmo é pegar neste tempo que temos todos os dias e transformá-lo no nosso melhor tempo. Porque é possível ainda vivê-lo, porque temos saúde e vontade e isso é o mais importante. 
Recordar é só ver o caminho que percorremos até aqui até sermos quem agora somos, até termos aprendido tudo o que sabemos, umas vezes a bem, outras vezes a mal e termos um orgulho enorme em tudo aquilo que conseguimos construir. 
Aproveitar, viver e ser feliz. O meu lema para os próximos anos!

terça-feira, 16 de junho de 2020

Uma pessoa senta-se para trabalhar, abre o computador e...pumba!


Notícia do dia: Esta terra está na linha da frente na quantidade de mortos por Covid 19! E logo agora que eu começava a relaxar um pouco, que o sol apareceu, que já apetecia sair e dar umas voltas. 
Só me apetece voltar novamente para a concha e esperar que passe. Ainda fui investigar o relatório completo mas é mesmo assim como estava nas "letras gordas". 
É verdade que os locais estão cheios de gente e tudo saiu para comprar o que nunca imaginou que precisava. 
Aqui está o resultado!

domingo, 14 de junho de 2020

Para ti!


O desconfinamento está a ser tramado


Quando se está em sítios com pouca gente tudo é pacífico. Ainda alguma relutância em comer em restaurantes (sabe-se lá quem confecciona a comida!)  mas no meio de serras sinto-me mais segura. Talvez me lembre o berço, sei lá!
Esta sexta apeteceu-me peixe grelhado. Rumei ao supermercado que vende o melhor peixe da região. Assustei-me! Tanta gente lá dentro  que era impossível o afastamento de 1 metro quanto mais de dois! Percorri as instalações literalmente a correr, a escolher corredores sem gente, deixei metade das compras para trás, acelerei na caixa para ver se saía mais depressa, trouxe peixe para todo o fim de semana e respirei de alívio quando cheguei à minha segunda casa - o meu carro. 
O meu bronzeado deste ano vai ser conseguido no quintal da casa, deitada numa espreguiçadeira que ainda não comprei,  a ouvir boa música, com bons livros ao lado e  a ouvir lá ao longe o marulhar das ondas!

sábado, 13 de junho de 2020

Deus pode apertar mas nunca estrangular


Frase popular espanhola que hoje faz todo o sentido para mim! Tenho pensado nela todo o dia.
Há dias e noites em que nos sentimos apertados por Ele. Porquê?  Por que razão nos apertas, nos trazes incertezas, nos fazes sofrer na solidão dos dias?
Mas estes apertos tornar-nos-ão mais fortes, mais capazes de sentir o alívio quando tudo passa e fazem com que a felicidade possa existir nos nossos corações.
A certeza de que não nos estrangulas torna a luta com sentido porque caminhamos  ao encontro do bem e da luz!
Obrigada Deus por nos tornares mais fortes e capazes!

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Fizeste 90 anos querida mãe


As mães não têm idade, eu sei! A idade das mães mede-se pelos afectos, pela ternura com que nos olham, pelos cuidados que têm connosco, pela mão no ar a dizer adeus sempre que nos vamos de perto delas, pelos silêncios nas alturas certas como se adivinhassem, pelos sorrisos felizes sempre que nos vêem. 
Não devia ser permitido que a idade das mães fossem simples olhares sem frases completas, sorrisos vagos de quem já nos amou muito, olhares cansados que pedem, sem saberem, ajuda que não podemos dar, uma impotência imensa a tomar conta de nós, a saudade de outros tempos que já não voltarão, dias suspensos em casas que não a nossa e um nó na garganta por toda a situação porque só apetece deitar a cabeça na beira da janela e chorar até não ter mais lágrimas. 
Depois é dizer adeus ( como se fosse normal dizer  adeus à mãe no dia dos anos e deixá-la ali!) engolir em seco, fazer de forte, e acreditar que não há solução. 
Foi tão diferente quando fizeste 80 anos! Mas já não te lembras mãe. Nós gostámos de te oferecer a festa e tu estavas feliz! Tanta coisa aconteceu nesta década! Tanta coisa!!

sábado, 6 de junho de 2020

Fazes anos e eu vou estar contigo


Não festejo dias de irmãos porque é óbvio que somos aquelas tês almas que conhecem parte da nossa vida que mais ninguém conhece e que quando é necessário sabemos fazer pinhas ao redor de quem amamos.
A minha irmã, além de saber tudo da minha vida, é a minha tutora, a minha mãe emprestada, o meu ombro amigo, a quem recorro para contar mágoas e sentimentos que não conto a mais ninguém.
Que seria eu sem ti? A quem pediria conselhos e quem me acalmaria a alma como só tu sabes fazer?
Amanhã há festa e eu vou estar contigo como não podia ser de outra maneira.
Minha irmã, minha melhor amiga, minha alma fora do corpo.
Gosto muito, mas mesmo muito, de ti!
PARABÉNS!

terça-feira, 2 de junho de 2020

Há um dia certo para que um dia do calendário anual se torne especial para sempre!


O dia 2 de junho será a partir de hoje um dia especial! Antes, em anos anteriores, era só mais um dia!

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Hoje é um dia importante.


Fecha-se um ciclo tão bom e tão claro e começa outro ainda mais rico e novinho em folha. Multiplica-se o amor, a  atenção e a emoção. 
Fica a recordação para, daqui a uns anos, me lembrar como era no fecho deste ciclo que me trouxe a alma de novo e me fez descobrir um amor intenso  que eu não sabia que existia.
Espero ansiosamente novas alegrias!

Só para recordar....


O quanto foi maravilhosa a nossa estadia em Marraquexe. Primeira recomendação: procurar um Riad no centro da medina e andar a pé.
Este Riad foi mágico para mim! (Riad Khol)

Com este calor... só mesmo no Alentejo


Um dos últimos anos, em cima da hora, resolvemos procurar um poiso para uma semana de férias mesmo para descanso intenso como estávamos a necessitar. 
Fui parar ao site de um hotel rural em ... Arronches. Por aqui passámos muitas vezes em finais de Agosto quando regressávamos de outras paragens e até temos uma história engraçada de uma dessas passagens.
Lá fomos os dois passar uma semana ao Hotel Rural Sto António. Nada caro, um bom pequeno almoço, uma boa piscina com imensas espreguiçadeiras e o silêncio alentejano. O quarto tinha uma boa varanda  que permitia, no final do dia, ver passar os rebanhos que regressavam casa. 
Para jantar  rumávamos, invariavelmente, à Estalagem um restaurante que serve a boa comida alentejana genuína e típica. Adorei cada prato e cada sobremesa. 
Muitas vezes, é onde menos se espera que se encontram os melhores lugares.  
Talvez ainda voltemos!