quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Preparar aulas


Preparar aulas de apoio para os meus alunos. Sei as suas dificuldades e conheço os seus tempos (curtos) de atenção e de concentração. Preciso de pensar estratégias qque resultem e isso leva tempo. Alguém iluminado diz que estas horas de apoio não são lectivas! Para mim são! Sempre foram. É preciso pensar no esforço que cada aluno faz para ter estas aulas ficando mais 45 minutos na escola quando o dia começa a cair e os outros vão embora. É preciso que elas façam a diferença.
Sinto sempre que quem nos governa não conhece este dia a dia de exigência e de relações humanas de uma escola. Transmitem a ideia de que o que interessa é ter os alunos dentro da sala. O que fazem e o que dizem é secundário. Esta ideia passa para os pais e pode ser muito negativa porque não corrresponde à verdade. Na Escola onde eu lecciono há 22 anos, há mais de dez anos que temos aulas de substituição, embora o outro dia tenha ouvido a ministra dizer que foi ela que as instituiu. A necessidade dessas aulas surgiu nas horas de trabalho em equipa que havia nas escolas de então. Lembro-me da resistência que os alunos do 3º ciclo fizeram a estas ocupações dos chamados "feriados" e da inteligência com que os meus colegas os foram conquistando. Ainda antes do PNL aparecer, já nós fazíamos leituras nesses tempos de aula. E os alunos adoravam e corriam à Biblioteca para requisitar a obra e saber como acabava a história.
É por isso que me sinto estranha quando oiço a ministra!! Parece-me sempre que fala de uma escola que não existiu ou pelo menos que eu não conheci.
Fiz estágio numa escola no centro de Coimbra (aonde eu tinha iniciado o ciclo preparatório) e ainda hoje me lembro do profissionalismo de todos os docentes naqueles pré-fabricados sem condições físicas mas onde se discutiam temas pedagógicos da maior relevância. Depois passei para a escola da Figueira da Foz onde aprendi muito. Na escola de Tondela, (também sem condiçõees físicas, o laboratório de ciências era uma capela!!)conheci o mundo rural, aprendi a motivar os alunos de outro modo, conheci professores de Matemática magnificos que ainda hoje dão cartas nesse domínio.
A ministra fala de uma escola de balda, de deixa andar que nunca conheci!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Dia 29 - Uma festa muito importante e feliz







O meu filho André faz 18 anos! Para comemorar, um almoço na "quinta do Casalinho" que reúne família, amigos de infância e os novos amigos da Universidade Católica.
Festejar os dezoito anos deste modo é uma maneira de agradecer a todos os que nos ajudaram a formar o André para que se transformasse no Homem que é. Quero agradecer a todos o apoio, os conselhos, as palavras de ânimo, os abraços, as lágrimas e as alegrias principalmente nos longos últimos dois anos da nossa família.

O meu pai


Velho, cansado de viver, cheio de problemas de saúde. No sábado, estava feliz e eu gosto de o ver assim. Desta foto irradia uma certa força que só eu vejo, a força e o sorriso doutros tempos que não voltam. É por isso que aqui a coloco. Porque me faz lembrar o meu pai de outros tempos, cheio de vida e de esperança no futuro. Foi essa alegria de viver que me transmitiu, foi essa vontade de seguir sempre em frente porque, como costumava dizer - "O amanhã é melhor do que o ontem" e " o teu coração é o teu mestre". Segui sempre estas máximas que me empurraram em tempos mais nublados da minha vida.
Gosto desta foto. É o meu pai de sempre que continua lá sempre pronto a ouvir-me e para quem ainda sou a sua menina.

Novembro é um grande mês!


Mês de festas! foi em Novembro que nasceram os meus dois filhos e foi em Novembro que casei. Neste fim de semana fez 22 anos! Casei no mesmo dia que os meus pais.
Mais um encontro, sempre tão gratificante, com a família. Como uma boa e típica família da Beira alta, festejámos sentados a uma mesa repleta de iguarias. conversas cruzadas, muito riso, muitas afinidades, muitas memórias, muitos lugares vazios dos que já foram e dos outros, os que não querem partilhar porque ainda não descobriram a importância destes momentos. É o regresso a casa, ao ninho, ao mimo.
Á noite, comentava-se o quanto é doloroso quando chega a despedida. Mas fica o momento, a partilha, a recordação e a certeza de que os mais novos que vão partilhando estas tardes, um dia, à volta de uma mesa, se lembrarão de nós, heróis de uma história simples que só modifica corações.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Agenda preenchida


Já hoje é 5ª feira! O tempo voa entre aulas, reuniões, espaços para atender os meus alunos e os seus problemas, espaço para ouvir os colegas, espaço para ler e estudar. Sim, que um professor também estuda embora muitos pensem que não. O meu estudo actual passa pela leitura e análise de um livro "Liderar numa cultura de mudança" de Michael Fullan, grande referência sobre estes aspectos da complexidade e da necessidade de uma liderança transformadora. Diz coisas tão simples e importantes como estas - " É importante fazer com que as pessoas façam parte de uma história de sucesso. Porque afinal é isso que elas querem".
Tenho trabalhado no Conselho Geral Transitório em trabalho de grupo, debatendo ideias e fomentando o diálogo entre todos. Nomeei um moderador que tem feito um trabalho de excelência. Todos gostam de trabalhar, todos dão a sua opinião e, no final de cada sessão ,nota-se que temos mais o sentido de pertença e o sentido de grupo. Para além disto tudo, as conclusões são mais ricas, mais profundas e mais completas.
Gosto de trabalhar deste modo.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Fim de semana em Lisboa


Limpar, cozinhar, mimar. Corrigir testes, rever trabalhos de casa e escrever os reforços para que os alunos progridam e sintam que vale a pena. Preparar uma aula assistida no âmbito da formação de professores de matemática. Aprender a utilizar o programa Geogebra para fazer demonstrações em espaço aula. Preparar a reunião do Conselho Geral Transitório subordinada a um único ponto da ordem de trabalhos: Sessão de debate/reflexão sobre " A Escola que projectamos para o século XXI". Assim foi o meu fim de semana!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Não me apetece estar aqui


Não tenho escrito. Não consigo.
Há dias e semanas em que achamos que tudo está contra nós e que não conseguimos que nos oiçam e que entendam as nossas razões. Assim se sinto. Depois da manifestação de 8, caiu um vazio emocional dentro de mim. Não me apetece trabalhar, não me apetece dar o máximo como sempre fiz. Então se quem manda em mim vem dizer para a televisão que o que eu queria era estar poucas horas na Escola e dar aulas em colégios e explicações, quem sou eu para dizer que, se calhar, não foi assim...
Que me arrenpendo muitas vezes de ter posto o meu trabalho à frente dos desejos da família, e do tempo para dois filhos pequenos.
Que motivos tenho para abdicar do meu tempo, dos meus fins de semana para tratar os assuntos dos meus alunos que passam para além dos muros da Escola? Que motivos tenho para me preocupar com a imagem da minha escola, quamdo a minha chefe vem à rua dizer que somos todos uns malandros preguiçosos?
Que motivos tenho para passar horas a elaborar projectos, a que ninguém me obriga, para que a tal dita Escola esteja mais apetrechada, mais atractiva, mais conducente ao sucesso que quero para os meus alunos?
Que motivos tenho para estar à frente de tantos projectos que fizeram a diferença para tantos alunos.
Que força me move, quando o meu chefe me derrota, me denigre perante todos, menospreza o meu trabalho de tantos anos?
Umas boas bases teóricas sobre o poder da liderança seriam uma boa leitura de cabeceira para tantos "chefes"!
Fica a sugestão.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Lutando pelo futuro!


É pelo futuro que amanhã vou estar em Lisboa. Não tenho como principal razão a avaliação docente. Sempre trabalhei, dei o máximo pela minha Escola e pelos meus alunos. Causa-me tristeza esta falta de visão do que é o dia a dia de um professor por parte de quem está à frente dos desígnios de um País. Como se avalia o consolo, o incentivo, a mão no ombro, a confidência, o apoio, a camaradagem, a meiguice, o abraço na altura certa, o aliviar da fome, o estar lá quando mais ninguém está, o levar para a frente apesar dos traumas, o criar as condições para que cresçam, para que aprendam? É difícil viver com os alunos nestes tempos de mudança constante.
Amanhã estou lá pelos meus alunos, os actuais e os futuros, para que possam ter direito a uma educação de qualidade que lhes permita ter um futuro digno num País em liberdade. Pelo futuro da minha Escola, para que, com o potencial humano que tem, possa criar condições de excelência para efectivas aprendizagens. Pelo não ao facilitismo, à descrença, às actuações pouco sérias que desvirtualizam, pouco a pouco, a Escola onde gosto de ensinar.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O que é uma casa


Gosto de estar rodeada de objectos que me transportam para outros tempos, me fazem lembrar de outras manhãs e de outras noites à lareira.
Este banco veio da casa da minha avó. Era nele que me sentava à lareira nos tempos frios de Inverno. Era sentada nele que muitas vezes jantava e ouvia as histórias que me encantavam. Quando adolescente, puxava-o para mais perto do fogo e sonhava com o futuro.
Agora está aqui comigo. Ainda me sento nele a olhar o lume. E quando o puxo para me sentar, algo no gesto me enternece e volto a ser a menina travessa que falava muito, cantava imenso e gostava de histórias.

domingo, 2 de novembro de 2008

Casa Cheia




Casa cheia de sons do piano que, emudecido durante toda a semana, ganha vida durante dois dias pelas mãos hábeis do meu filho. Trabalho, muitos livros, muito estudo, mas também muita brincadeira e muitos risos de quem tem 17 anos e sonha uma vida plena.

Paisagens


E como hoje não choveu, tive oportunidade de gozar a minha varanda e a paisagem que faz bem à alma. No Outono, este arvoredo ganha cor e matizes de encantar.
No Verão é um prazer almoçar por ali, ouvindo os pássaros e vendo passar as cegonhas. O rio, que não se vê mas se ouve, torna mais amenas as noites de Agosto. Os patos vêm mais tarde, ao entardecer e traçam linhas no céu já vermelho.
No Inverno tudo fica mais cinzento e triste. Caem as folhas e vê-se o que existe para lá das copas das gigantescas árvores.
A Primavera é anunciada pelo verde das nogueiras que começam a esconder pouco a pouco a paisagem vista de cima. Tudo fica mais sombrio, mais fresco e calmo.
E, da minha grande varanda, vou assistindo ao passar das estações. Pedindo que tudo siga igual! Que a paisagem continue lá com as suas ténues mudanças mas sendo sempre árvores.

Manhã no "parque do bonito"



Correr, correr, até ficar muito encarnada! Foi assim o meu começo de Domingo. Soube bem correr acompanhada num local tão calmo. Agora, para acabar a manhã, esperam-me fichas de avaliação, processos individuais de alunos e dossiers. Ao trabalho!