sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

O que é que aprendeste este ano?


Parece fácil a resposta, não?
A ideia foi retirada de outro blogue mas tão importante que partilho a minha resposta:
Aprendi o sofrimento que traz o sentimento de  ingratidão. Sofre-se muito mas no fundo do túnel há sempre a luz de Deus a mostrar o caminho mais certo. Não o melhor, mas o mais certo para cada momento.
Aprendi a paciência e a noção exacta de que a vida nunca é como a sonhámos. Os sonhos vão mudando, encolhendo,  transformando as nossas vidas de outros modos que não o pretendido.
Aprendi que a vida muda de um momento para o outro como se de um milagre se tratasse. Hoje é assim mas amanhã pode ser totalmente diferente. Há que aproveitar as oportunidades.
Aprendi com muita alegria que tinha um papel importante no caminhar da minha neta, no transmitir das histórias, na continuidade do que somos como família.
Aprendi e senti a emoção sempre que a minha neta me demonstra que gosta de mim. Este amor totalmente novo transporta-me para outro estádio que não conhecia.
Aprendi  a dar mais valor ao tempo que passa. Acrescentei aos dias uma certa pressa em viver e conhecer porque, de repente, percebi que não tenho todo o tempo do mundo.
Aprendi a pensar mais em mim e nas minhas necessidades. 
Aprendi que cultivar as amizades é uma prioridade e dizer muitas vezes "gosto de ti" é um modo de fazer florescer o que está plantado há muito tempo.
Aprendi  que temos de dizer mais vezes aos nossos entes queridos que gostamos muito deles e dar-lhes muitos abraços. Parece que não é necessário mas é.

Depois há ainda umas habilidades e pensamentos que me perturbam e que ando a treinar e  que ainda não consegui aprender:
Ser como a Maria  da história que conta Jesus Cristo que se senta calmamente a ouvi-Lo e não como a Marta que cuida de tudo, organiza tudo, recebe os convidados e ainda ouve - " Maria escolheu a melhor parte...". Lá chegarei!
Ter consciência total daquilo que sou e daquilo que valho.
Não me importar absolutamente nada com o que pensam ou dizem da minha pessoa. Trabalho este assunto todos os dias mas ainda me dói de vez em quando.


quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Deixar os preconceitos


Todos sabemos o quanto a imagem é importante nos tempos que correm. 
Não é fácil envelhecer. Começar a ver as rugas aparecerem, ficarem sulcos fundos lembrando o passar do tempo sem haver maquilhagem que disfarce.
Já passou o tempo das intervenções morosas, com recuperações lentas, com medos de alteração de quem somos mudando a expressão.
Agora é a era das intervenções ligeiras, picadinha aqui e ali, ácido hialurónico que disfarça sulcos e torna a pele mais lisa.  Botox para as rugas da testa, para iluminar o olhar retirando os pés de galinha. 
Nada contra! Tudo a favor!
Uma face mais bonita, mais luminosa, com menos rugas apesar do avançar da idade. 
E não, não vou ficar tal e qual  a Lili Caneças cá do burgo nem a Duquesa de Alba de nuestros hermanos!
Para tudo é necessário arte e bom senso e eu tenho as duas!
Chegou o tempo de nova intervenção!
Divulgo porque o tempo dos preconceitos já lá vai! Cada uma de nós deve fazer consigo e com o seu corpo o que contribuir para que se sinta bem. Às urtigas com o que os outros pensam!
E sim, já  estou a chegar aos 57 e sou avó babada mas a ilusão da juventude nunca abandona uma mulher!

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Sobre o trabalho


As mães das mulheres da minha idade eram quase todas donas de casa. Houve um tempo da minha vida em que eu tinha a mãe e a avó sempre prontas a satisfazerem as minhas necessidades. Vidas de luxo!  Chegava do liceu e tinha a mesa posta! Guardanapo de pano personalizado. A avó servia-me, a mãe levantava o prato e lavava a loiça. Vidas perfeitas, portanto! Vidas que nunca consegui dar aos meus filhos a cem por cento.
A vida da minha geração é regida por horários e obrigações mas traz também bons momentos de convívio que faltaram às nossas mães. Destes momentos nascem amizades e amparos que nos vão suportando os dias e as dificuldades e tudo isso é positivo. As nossas mães eram mais solitárias, tanto nas alegrias como nas tristezas.
Traz também a necessidade de saltar da cama, fazer a maquilhagem, escolher a toilette, colocar o perfume que vai com o dia e os sentimentos e sair para a rua com o nosso maior sorriso mesmo que o coração não esteja assim tão belo.
No local de trabalho há sempre alguém que diz algo engraçado, outra que diz uma piada, outra que faz algo despropositado, outra que diz a palavra certa no momento certo e todos estes momentos vão cimentando amizades e amparando amarguras.
Hoje foi um dos dias de risos. Foi bom!

domingo, 17 de dezembro de 2017

Sobre guardar a vida em filmes


Tenho guardadas 30 e tal cassetes que mostram o  crescimento da nossa família. Hoje deu-me para visionar uma delas que retratava a festa surpresa dos 50 anos de casados dos meus pais! Chorei, emocionei-me, vi e ouvi o meu pai, vi os seus olhos a rir como eu gostava de ver, vi a minha mãe tão diferente, tão feliz, tão consciente. Os meus tios de quem tenho tantas saudades! Os filhos e netos tão pueris, tão diferentes, tão infantis! E os discursos? E tanta gente que ali estava e já não está!
E eu? Tão diferente!
Começo a pensar que não foi boa ideia tentar congelar o passado em cassetes video. Tinha ficado lá no sítio dele,  recordado apenas por memórias ténues e não pela beleza viva do riso lindo do meu pai que já não existe e de quem eu tenho tantas saudades.
 Sofria menos, tenho a certeza.

sábado, 16 de dezembro de 2017

O meu postal de Natal


Nós e o avô Américo! Falta a Canducha, a mais nova que ainda não tinha nascido. A pequenina, no meio das suas pernas, sou eu!
Esta foto é uma homenagem ao avô querido que morreu ainda "novo" com asma. Naquele tempo não havia os tratamentos que existem actualmente e  o avô dormia pouco com falta de ar. 
Um avô culto, atento aos netos, preocupado com a cultura, a instrução, o saber, o estudar  e com uma cultura geral muito acima da média reconhecida por todos os que com ele conviviam.
Era alfaiate. Como homem inteligente era muito bom naquilo que fazia desde capas para pastores até jaquetas típicas de difícil elaboração. 
Os filhos herdaram esta ideia fixa da necessidade de aprender todos os dias e de fazer sempre o melhor que se sabe e que se pode. Nós, os netos somos o resultado desta visão do avô, desta preocupação com os livros que inundavam as prateleiras lá de casa. 
Foi o melhor avô do mundo! Esta foto revela todo o amor que os netos sentiam por ele e a postura dele demonstra tudo aquilo que ele nos consentia e o quanto gostava de estar connosco. 
É uma foto de Verão porque às cavalitas dele se encontra o primo Américo que só cá estava de férias mas era como se sempre cá tivesse vivido. 
Foram nestes Verões sem fim que se criaram laços de família que ainda hoje perduram.
E como o  Natal é sinónimo de família desejo a todos um Natal cheio de família, de conversas, de risos ou silêncios, de olhares cúmplices e de todos os gestos que construam laços fortes para a vida.
FELIZ NATAL!

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

E por falar em filhoses...


Minha mãe sempre teve facilidade em fazer  estes doces tradicionais! Era normalíssimo amassar a massa, colocá-la num local quente e vê-la levedar enquanto o óleo aquecia. Era um processo rápido e eficiente
No entanto, em casa da madrinha Amélia as coisas não aconteciam deste modo! Fazer filhoses por aqueles lados era uma aventura familiar que ainda hoje me faz sorrir. A madrinha Amélia declarou-se, a partir de certa altura, incapaz de fazer levedar a massa. Era a minha mãe que ia lá para as fazer. Juntavam-se à lareira a prima Paula (prima da minha avó e já com uma certa idade) a prima Madalena e eu que por ali andava a verificar os procedimentos (como eu gostava de fazer!). 
O que é certo é que naquela cozinha a massa não crescia como na minha casa. Vira alguidar para um lado, agora para o outro, embrulha o alguidar num cobertor, coloca junto do lume... e por aí adiante. Lá para a uma da manhã o processo estava completo. A madrinha Amélia suspirava  de alívio, ficava com as filhoses prontas para o Natal e nós regressávamos a casa!
Só mais tarde pensei sobre este assunto: A  cozinha era enorme, separada do resto da casa por um passadiço e, embora tivesse uma  lareira, era fria. As massas levedas não gostam de frio e aí devia estar a razão para o enguiço.
 Que era um ritual engraçado, com tanta mulher a acrescentar hipóteses e soluções, era. Tão engraçado que chegou até hoje na minha memória como uma história a contar.

Um dia...


Daqui a uns tempos (anos!) vou ensinar à minha neta todas as receitas tradicionais da família! Vou começar pelas filhoses. No primeiro ano ela segura a taça e enfarinha a cara e vai olhando e observando avidamente como se faz. No segundo Natal, pode partir os ovos e juntar à massa e virar as filhoses quando já douradas de um dos lados. Depois junta o açúcar fino com a canela e passa uma por uma pela mistura. Sim, vai ser ela a empilhá-las em pratos natalícios e vai dizer orgulhosa -  fui eu que fiz!
E vai chegar o dia em que será já só mesmo ela a fazê-las ( muito melhores que as minhas com toda a certeza) e  lembrar-se da avó e dos Natais passados e deste amor com fio condutor com sabor a canela.

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Aproximação do Natal

Todos os anos  começo a sentir o mesmo por estes dias. Um misto de emoções tão grande, uma vontade tão grande de poder estar em tanto lado onde acho que devia estar que a angústia começa a crescer. É necessário conjugar tanta coisa, tanta emoção, tanto ir e vir, que apetece passar de 23 a 26 sem passar por este tempo mágico que exige tanto de mim.
À memória só chegam os Natais de outrora, na aldeia, com a casa cheia e quente e a presença preciosa  dos que amava e constituíam todo o meu mundo. Não me esperavam em mais lugar nenhum!
Hoje já não sei o meu lugar! A minha mãe no lar  não conhece ninguém mas eu conheço-a e amo-a  e não seria ali que teria  de passar essa noite mesmo sabendo que ela não sabe que é noite de Natal?
Os meus irmãos companheiros de todos os meus Natais passados um para cada lado. Não seria com eles que eu deveria continuar a passar os Natais embora alguns já não estejam e a casa já não seja a mesma?
Não será com a  minha neta que entrou na minha vida tão intensamente, não viveu os Natais passados mas é a promessa viva dos Natais futuros, de abraços e de alegrias, de construção de laços, de futuro?
Talvez um dia consiga reunir neste dia todos os que amo num só local, num único abraço, numa única emoção. Talvez! Era o meu sonho!

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Soube bem


Ficar três dias por Lisboa. A casa é pequena o que faz com que  seja muito fácil aquecê-la. Imensa gente por todo o lado. 
Foi necessário fintar os hábitos da população em geral. Manhã bem cedo, logo que abre, compras necessárias no shopping, assuntos a tratar, bisbilhotar as novidades. Sair por volta do meio dia quando começam a chegar os que vêm almoçar e ficam pela tarde fora.
Chegar a casa, almoçar no quentinho e sair pela tarde para visitar monumentos  por esta altura sem ninguém. 
Regressar já com o escuro da noite, pegar num livro e descansar no silêncio da casa.
Foi muito reconfortante. Descansei como gosto: com doses certas de aprendizagem e de futilidade.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Podia te sido eu a escrever




A necessitar


De sair urgentemente desta rotina que me mata aos poucos e desta sensação de desperdício dos dias que me está a fazer sofrer.
A necessitar de sair por aí. Sem quê nem para quê. Só para sentir uma certa liberdade de escolha e de sentir que posso, SEMPRE, fazer o que gosto, quero e me apetece. Sem compromissos, chatices, coisas a fazer, coisas que têm, impreterivelmente que ser feitas naquele momento, coisas que fica bem serem feitas e ditas como me ensinaram os meus pais.
Às urtigas com tanta convenção. Quero só partir e ser EU.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

E agora ...


vou ali continuar a ler o livro que me encanta e já volto para jantar.
Bons momentos no quentinho da casa.  Chegar ao fim um dia de trabalho é mesmo muito bom!

Segunda


Há dias assim. em que apetece pura  simplesmente ficar na cama durante dias e noites até te apetecer levantar. 
Dias em que só a simples ideia de teres de te levantar, tomar banho e tudo o resto te deixam completamente down.
Hoje foi assim. Talvez seja só o corpo a explicar, com pormenor, que necessito de descansar a mente.
Descansar, descansar, descansar. Pensar positivo, pensar que tudo  tem o seu tempo, que tudo tem a sua maneira de nos ensinar. Que quer nos preocupemos, ou não, tudo segue igual.
Hoje seria o dia ideal para iniciar um retiro de tudo o que me preocupa. Um retiro em que nem fosse necessário fazer o esforço contínuo de racionalizar todos os pensamentos parvos que me assolam.


sábado, 2 de dezembro de 2017

Diminuir o ritmo


Há dias em que sentes que para a tua sanidade mental tens de deixar de pensar e de fazer. Recolher as asas, fechar a mente e entrar numa espécie de hibernação. 
Depois de algum tempo neste estado, que eu ainda considero ser uma perda de tempo, começas, pouco a pouco, a ter novamente vontade de fazer coisas que te esperam.
São desequilíbrios ténues mas que convém  ouvir e respeitar para que seja mais fácil levar a vida para a frente mesmo que em alguns dos dias essa tarefa se torne quase maior  que nós.
Hoje foi o dia!

O que eu gosto mesmo de fazer

Palácio de Queluz

Varsóvia - monumento à batalha de Grunwald

As delícias gastronómicas- Cracóvia

Dizem que gosto de ir às compras!!! Nem por isso! Gosto, isso sim, de descobrir oportunidades.
Mesmo, mesmo, gosto de:
Visitar monumentos, sejam eles palácios, museus, espaços de outrora, lugares com histórias giras para decorar e contar aos netos.
Fotografar. Uma nova paixão a que me ando a dedicar. Olhar com outros olhos tudo aquilo que já conhecemos e parecia banal.
Deambular por cidades com sol ou chuva e em boa companhia. Entrar em tudo o que é novo e chama a atenção.
Descobrir velharias, lojas de antiguidades, lojas de holandeses com boas oportunidades. Descobrir no meio do caos a tal peça que me faltava sem eu saber.
Viajar. Pegar no carro e sair quase sem destino. Também gosto quando preparo viagens ao pormenor para descobrir algo que procuro há muito tempo. A rota do Românico ainda espera por mim, assim como o Palácio da Brejoeira e  o solar da casa de Mateus. Voltar a Compostela  para ver agora com outros olhos, outra idade, um pouco mais de sabedoria e mais calma.
Ler e ver com muita atenção revistas e blogues de decoração e imaginar como adaptar as ideias expressas e de que gosto muito aqui e noutras casas que necessitam de uma alma nova.
Passear com a minha irmã porque é alegre, vê sempre o lado bom da vida e dos problemas que lhe apresento e é a pessoa que me dá mais calma à alma e melhores conselhos. O sítio não importa.
Passar fins de semana em Lisboa com os meus e estar com querida neta. O sorriso dela é o sinónimo de felicidade extrema  para mim. 
Procurar em diferentes fontes novos espaços, novas experiências para viver. Muitas delas ficam por concretizar mas é vida.
Almoçar ou jantar em sítios diferentes e com comida divinal com conversas boas à volta da mesa. Muito riso e um bom vinho, de preferência.
Ler revistas e procurar na net artigos sobre economia, gestão e marketing que adoro ler e perceber. Sim, eu descobri, há pouco tempo, que sou uma gestora falhada.
Ler muito. Essencialmente romances históricos, autores consagrados, biografias de quem admiro. Detesto ler livros mal escritos e não vou muito em modas de autor. 
Deliciar-me com poesia. Não toda. Ou mesmo só alguma. Torga, sempre!
Ter sempre presente que a vida é um sopro e que é nosso dever aproveitar tudo aquilo que ainda podemos fazer e viver. 
Mas tudo isto é só aos fins de semana. Todos os outros dias são de trabalho e ali também há muita coisa que gosto de fazer. Mas dessa parte falamos noutro post.

Incongruências


Sei que tenho idade para já não o ser mas continuo incongruente todos os dias!
Acho que gosto de ser assim! 
Hoje fui comprar umas botas. Não me apeteceu experimentá-las, gostei de arriscar e agora.... não consigo correr o fecho! Ando com elas calçadas à espera que um dia, sabe-se lá quando, elas alarguem e o fecho suba. Aguarda-se.
É quase Inverno e ainda tenho as roupas desta estação empacotadas! Sobram os casacos. Não passa de amanhã mudar esta quantidade enorme de roupa de sítio. Entenda-se a minha roupa e a de cara metade!
Tenho um saco de roupa que me faz falta e está larga na mala do carro para levar à costureira há meses. Faz conjunto com outro saco de roupa para passar a ferro.
Sei que os shoppings estão cheios de gente nestas altura do ano mas não resisto às espreitadelas nas oportunidades mesmo olhando a imensa fila na caixa registadora.
Admiro imenso as amigas que têm unhas impecáveis, bem pintadas, mãos cuidadas e hidratadas e eu continuo com as minhas mãos tipo desgraça só mesmo por preguiça que envolvo em falta de tempo para me desculpar.
Exames médicos esperam por mim! Para durar muito tempo diz filho mais velho. Ou para descobrir algo tenebroso e partir mais depressa. A ver vamos.
Eu sou um poço de incongruências! Uma imperfeição dirão alguns! Uma dona de casa inacabada!