Sobre os corredores dos hospitais e do verde água das paredes que tenta afastar o cinzento dos pensamentos.
Sobre a solidão das viagens no escuro da noite e o chegar a casa onde o frio da casa fechada arrepia quem entra.
Sobre a sensação de que se quer a todo o custo a vida que se tinha na semana anterior mesmo sabendo que tem de se ir em frente e investigar.
Sobre os meus filhos que mesmo sem falar sabem como me sinto e um e outro separadamente me vão sussurrando um "gosto muito de ti mãe" que me enche a alma.
Sobre tudo o que sinto nestes dias longos. Sobre a certeza do que é importante e da falta que me faz nos meus dias mesmo naquelas coisas pueris que não se valorizam quando acontecem.
Sobre o cérebro que sabe que tem de se centrar nas tarefas e no trabalho como sempre faz nos momentos mais negros da minha vida. Nunca me falha o meu cérebro!
Sobre as madrugadas que trazem com elas todos os pensamentos que não ouso ter durante os dias.
Sobre o conforto que se sente quando os amigos querem saber de nós.
Sobre a estranheza boa que é ter o médico e o filho na mesma pessoa balançando o saber científico com as emoções que é preciso conter e moldar. Sobre os olhares que trocamos que dizem tudo o que sentimos.
Sobre as boas notícias do final da semana - todos os exames dizem que não! Que não é nada do que nos recusávamos a formular hipóteses.
Sobre o chegar a casa nesse dia e ouvi-lo dizer - Esta semana foi tramada!
Pois foi!
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