Primas que fazem falta aos meus dias

A Prima Zézé, à direita, tem quase 90 anos e uma força de vida incrível. Foi professora primária a vida inteira, daquelas educadoras que estava sempre lá e era respeitada por todos. Sabe contar como ninguém a vida difícil que tinha quando era nova com uma mãe muito exigente e as dificuldades de outros tempos. Paciente, calma e com um sentido de humor que nem as grandes tristezas que a vida lhe trouxe apagaram.
A Prima Helen nasceu nos Estados Unidos e regressou a Portugal para ingressar na faculdade de letras. As férias passava-as em casa dos meus avós e vem daí a grande cumplicidade com a minha mãe e tios. Era ela que passava as cartas de namoro entre os meus pais, facto que gosta de recordar quando estamos juntos. Foi professora do ensino superior toda a vida e reformou-se tarde. Aprecio nela o saber estar, a preocupação com o bem de todos, a alegria com que sempre nos recebe.
Nesta foto estão juntas e contentes por se terem reencontrado, embora a prima Zézé seja prima direita do meu pai e a prima Helen seja prima direita da minha mãe, mas acho que também elas são primas porque os meus pais são também primos em 2º grau!
Terras frias e de difícil saída onde a procura do outro e o desejo de aventura se concretizavam duas ruelas mais acima.