domingo, 1 de agosto de 2010

Ouvido de passagem


Afixação das turmas para o próximo ano. Uma mãe com ar decidido e a filha com os seus 13 anos aproximam-se do placard.
O quê? Ficaste na turma da J.? Nem pensar! Não te quero perto dessa miúda. E também do L.? E da T.??? Vou mudar-te de turma rapidamente. Com estes colegas nem pensar!!
Fiquei por ali a matutar:
Na certeza da senhora em que é só pedir a mudança e já está, porque sim, ignorando o trabalho de dias de uma equipa de constituição de turmas que deu o seu melhor seguindo critérios previamente definidos.
Na ligeireza com que se educa (ou deseduca) um filho para abarcar o mundo.
Na ignorância do que os bancos da escola com as interacções que por lá se fazem podem fazer pelas competências sociais dos jovens.
No desconhecimento da importância do esforço e da abnegação na formação do carácter de um jovem.
Na falta de saber do que é a escola e do que ela é capaz.
Há teóricos e gente pouco esclarecida sobre o meio em que vive que nos querem perto da Finlândia.
Estou em crer que rumamos em sentido contrário, qual Ulisses no regresso a Troia.
A minha única esperança... que encontremos a deusa Calipso que nos envie, por ordem de ZEUS, para a terra de todas as ilusões!

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