segunda-feira, 1 de março de 2021

Envelhecer é deixar de sonhar

 


Tenho pensado muito nisto nestes tempos em casa em que me sinto quase com pulseira electrónica seja lá isso o que for que nunca experimentei!

No entanto, olhando a paisagem sentada à minha secretária continuo a pensar em melhores dias e em tudo o que me espera depois desta travessia quase a chegar  ao deserto. Fazem-me falta coisas comezinhas como um café no bar da escola trocando ideias com os colegas/amigos mais próximos que me acompanham há tantos anos. Fazem-me falta os ditos engraçados de algumas amigas que estão doentes e que não posso visitar. Faz-me falta a conversa risonha e fútil dos amigos. Faz-me imensa falta a minha família que não posso ver. E as minhas netas? Os risos que eu tenho perdido, o amor que não tenho dado, o tempo com elas que não voltará nunca mais!  Tudo tem sentido mas custa muito ver passar o tempo e sentir que não volta. 

Coisas que se davam por certas deixaram de o ser. Já não há festas de anos, não há convívios à volta da mesa, nem planos para encontros. Os fins de semana sucedem-se sem nada que os assinale.

Esta última semana foi uma benção porque pude usufruir de companhia de gente jovem que sabe sonhar e concretiza os seu sonhos.

Aprendi com eles que tenho de continuar a sonhar. Alto, baixinho, de qualquer maneira. Pelo sonho é que vamos e é mesmo isso! Sonhar faz com que o meu coração se alegre e que tudo valha a pena. Se ninguém quiser sonhar comigo, sonho sozinha! 

Já faço isso desde que nasci!

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