Aquelas pessoas que mesmo sentadas em boas almofadas se continuam a lamentar ou porque faz sol, ou porque lhe dói o dedo do pé ou porque o mundo devia ser diferente ou porque queriam ser outra pessoa, ter outras coisas que não aquelas, ou simplesmente porque a única linguagem que aprenderam foi a da lamentação e a do queixume.
Ao longo do tempo, tenho verificado que esta atitude traz muitos benefícios a quem a assume. Ninguém os inveja, todos têm pena e são impelidos a ajudar quem não necessita e o coitadinho vai vivendo a vida de forma regalada sem dar nas vistas e sem grande trabalho ou impedimento.
Já eu, que detesto estas posturas e, apesar de tudo o que me tem acontecido, cabeça erguida porque ninguém necessita de saber e também não adianta nada e estou muito bem comigo mesma, sinto que atraio sobre mim raivas de descontentes com a vida que me desejam mal. Finjo que não sinto nem vejo mas tem sido uma constante nos meus dias.
A vida de cada um é o que é. Para além do que se vê há um mundo obscuro que nos pertence e da esfera privada.
Falta aos coitadinhos um aspecto que considero muito importante: arranjar uma vida e começar a vivê-la. Com o bom e com o mau que dai advém. Vão ver que se sentirão muito mais realizados do que a olhar para o lado a ansiar ser outros que não vocês.

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