
Gerês, 3 de Agosto de 1955 - A nossa angústia presente, o egoísmo que nos empareda, a falta de carácter que campeia, a renúncia colectiva que se vê, talvez seja a ressaca tardia do que lá fora já foi vivido, purgado e superado há anos. (...)
Ora, como aqui nada aconteceu, a onda veio, espraiou-se à vontade, e foi uma inundação sem pânico, subreptícia e voluptuosa. Quando demos conta, éramos diferentes nos corpos antigos. Homens por fora e cadáveres por dentro.
Ora, como aqui nada aconteceu, a onda veio, espraiou-se à vontade, e foi uma inundação sem pânico, subreptícia e voluptuosa. Quando demos conta, éramos diferentes nos corpos antigos. Homens por fora e cadáveres por dentro.
in Diário VII - Miguel Torga
Nenhum comentário:
Postar um comentário