"De novo penetrámos na avenida de faias e transpusemos o portão senhorial(...). Jacinto reconheceu "certa nobreza" na frontaria do seu lar."
"Na mesa encostada ao muro denegrido, sulcado pelo fumo das candeias, sobre uma toalha de estopa, duas velas de sebo em castiçais de lata alumiavam grossos pratos de loiça amarela, ladeados por colheres de estanho e por garfos de ferro. Os copos, de um vidro espesso, conservavam a sombra roxa do vinho que neles passara em fartos anos de fartas vindimas. A malga de barro, atestada de azeitonas pretas, contentaria Diógenes. Espetado na côdea de um imenso pão reluzia um imenso facalhão."
"E na cadeira senhorial reservada ao meu príncipe, derradeira alfaia dos velhos Jacintos, de hirto espaldar de couro, com a madeira roída de caruncho, a crina fugia em melenas pelos rasgões do assento puído."
Lugares com história. Chegar a casa, correr à estante e reler o livro com o deleite de quem, por momentos, entrou nesse mundo e nesse tempo.
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