quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Razões evidentes




Encontrei na estante um dos meus livros infantis. Apeteceu-me folheá-lo e sentir a infância a espreitar.
O texto é difícil mas como criança nunca me apercebi. Nunca deixei de ler por não perceber este ou aquele vocábulo. Foram entrando, um aqui outro ali, e enriquecendo o meu vocabulário. Num tempo de reutilização e de poupança, li este livros e muitos outros vezes sem conta e havia sempre algo novo a descobrir: um pormenor, um cenário imaginado que sofria algumas alterações, uma caracterização mais fina e apurada de cada uma das personagens.
Havia ainda o tempo de contar a história lida a avós com uma paciência infinita.
Por isso, a minha geração dá poucos erros e tem um vocabulário rico. Nunca fomos tratados como crianças débeis de intelecto, sem desafios um pouco acima do evidente para a idade.
Era aquele livro, com tanta palavra difícil e não havia outro. Se não percebia continuava a ler até se fazer luz.
Pedagogias erradas? Fora de tempo? Duvido!

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