sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Tempo de Outono


De castanhas, de jeropiga, de queijo da serra, de broas dos santos, enfim só de tudo o que faz mal.
Mas esta luz de Outono é mágica e faz reviver em mim tempos com outros vagares. Tardes de secar o milho ao sol guardando-o das galinhas à solta que o rodeavam gulosas. Tardes de fazer compotas das mais variadas frutas para comer pelo inverno dentro quando a neve reduzia as hipóteses de uma boa sobremesa.
Tardes de armazenar toneladas de lenha ainda a cheirar a pinho e de cuidar do vinho no lagar.
A luz é a mesma mas a motivação é outra. Correr para o cemitério para lembrar os mortos e voltar a correr para os afazeres inadiáveis. As galinhas morreram há muito e é proibido andarem á solta. Já ninguém seca o milho porque ninguém, por falta de força, o plantou para o colher. Já não há compotas porque levam imenso tempo a fazer e são mais baratas as que se compram no supermercado.
Só a luz é a mesma!!

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