Lembraste das festas que fazíamos em volta de uma mesa farta, da tua alegria por nos veres juntos e dos teus netos a cantarem os parabéns?
Eu sei que te não lembras! Eu sei!
Mas lembro-me eu! Do teu cuidado, da tua azáfama para que nada nos faltasse, das tuas cartas escritas para mim num final de um dia de trabalho, cheias de bons conselhos, da tua alegria quando as duas íamos comprar roupa para mim e tu sabias que eu ficava feliz.
Lembro-me da liberdade que me deste, do espaço que me criaste e me permitiu crescer e ser eu própria.
Lembro-me da confiança que tinhas em mim e nas minhas decisões, por vezes maior do que a que eu própria sentia. Acredita que foi um bom motor para tudo o que realizei.
Lembro-me da tua máxima "quem não se guarda por si não é bem guardado" quando me deixavas fazer o realizar o que à partida naquele contexto seria proibido. Acreditavas que eu faria certo! E fiz. Pensando sempre em não te desiludir.
Nunca te pedi a perfeição mas soubeste sempre mostrar-me que a imperfeição, por vezes, ensina muito mais que a primeira.
De ti, fui conhecendo facetas à medida que fui crescendo e hoje vejo-te como uma enorme mulher.
Foi necessário o esquecimento e algum distanciamento emocional para eu me lembrar das tuas lágrimas, dos teus abraços, dos teus risos, da tua alegria, das angústias que me contaste muito mais tarde, dos pormenores da tua vida que nunca partilhaste sabe-se lá porquê!
Querida mãe! Apesar de não conseguir falar contigo, continuo a ter as tuas mãos que me fazem festas e os teus olhos cheios de amor por mim mesmo não sabendo bem quem eu sou! Talvez uma simples memória de tempos felizes! Talvez isso!
Ou então, mais profundamente, o amor irracional de uma mãe que nunca morrerá.
Feliz aniversário querida mãe!
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