sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Para ti


A dada altura percebemos que o mais importante não é saber se a vida é bela ou trágica, se, feitas as contas,ela não passa de uma paixão irrisória ou se a cada momento se revela uma empresa sublime.Certamente está-nos reservada a possibilidade de tomá-la em cada um desses modos, só distantes e contraditórios na aparência. A mistura de verdade e sofrimento, de pura alegria e cansaço, de amor e solidão que no seu fundo misterioso a vida é, há-de aparecer-nos nas suas diversas faces. Se as soubermos acolher, com a força interior que pudermos, essas representarão para nós o privilégio de outros tantos caminhos. Mas o mais importante nem é isso, aprendemos depois. Importante mesmo é saber, com uma daquelas certezas que brotam inegociáveis do fundo da própria alma , se estamos dispostos a amar a vida como esta se apresenta.

José Tolentino Mendonça - A mística do instante - página 111

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

O meu filho mais velho vai fazer 30 anos!




30 anos! Eu tenho um filho de 30 anos!! Como é que cheguei aqui tão depressa se ainda ontem o embalava e o levava a passear ao final da tarde?!
Devo estar mesmo velha e ninguém me diz para não me magoar! 
Quando posso vou testando os desconhecidos lançando, pelo meio de conversas profissionais - sabe os meus filhos são mais velhos, um já tem quase 30 anos!
Fico agradecida quando os mesmos desconhecidos lançam interjeições de espanto mas nunca fiando que há muita coisa em jogo!
Foram realmente 30 anos muito bem vividos e esse é o meu grande consolo. Achaques à parte, teimosos enrugamentos e memória afectada. Principalmente para o que me convém.
Venham mais 30!

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Saudades


Depois.... bem depois deu-me uma saudade imensa do tempo em que andava com eles para o todo o lado com as suas jardineiras preferidas!

domingo, 22 de outubro de 2017

Coisas de que gosto muito

A
 roupa da  oshkosh b'gosh  fez sempre parte da infância dos meus filhos. Tive a  sorte de ter sempre alguém que me trazia tudo o que necessitava dos Estados Unidos. Por cá, não existia.
Vantagens? Todas. Esta é mesmo roupa que passa de irmãos para primos e quase para segunda geração. Nunca se estraga, está sempre bem e é super confortável. 
Pesquisei imenso  onde comprar mas não consegui.
Finalmente está a encomenda feita para querida neta! Yupi! Fico contente.

Dias confusos estes


O calor continua a apertar. Estamos quase em Novembro! 
O tempo passa entre dias super atarefados, algum desconforto e confusão e fins de semana com os sorrisos super lindos de neta querida.
Que pare o tempo! Quero vê-la sempre assim a dizer adeus, a procurar a minha pele e eu a dela a tentar guardar dentro de mim aquele cheiro bom, aquele riso lindo e todo o amor que sinto. 
depois há ainda as preocupações com o incêndio, com o trabalho que é necessário fazer para a reconstrução, com tudo o que há a decidir e com a falta de forças para tudo  isto que já vou sentindo.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Vou ali fazer de mãe e já volto


Gosto de fazer de mãe de filhos pequenos que já não são. Gosto de os mimar quando estão doentes, de lhes fazer canja de galinha, de lhes estender a manta quente nos joelhos e de os aconchegar para que se sintam melhor. 
É ridículo! Eu sei!
No entanto, posso ainda exercitar este meu gosto com filho mais novo e aí vou eu! 

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

O que faço é o que gosto


Gosto de acreditar que as minhas conversas com os alunos não são esquecidas logo de seguida. Conversas boas de incentivo, de reforço positivo onde a família já criou o lastro do que há-de vir a ser; conversas ao coração, que consigam abrir um pouco as brechas numa imunidade à escola que há-de ser motivo de arrependimento daqui a uns tempos; conversas mais leves quando o fulgor da adolescência não permitiu ainda o controle necessário para um bom comportamento e é necessário lembrar-lhes que entre o pensar e o executar há um sem número de conexões nervosas que nos permitem ser donos das nossas acções; conversas de abrir olhos e evidenciar caminhos menos bons quando já repetidas sem surtir efeito; conversas de amizade com os meus antigos alunos que agora chegam como encarregados de educação e me tratam por "ó Professora"; conversas de motivação para um futuro que nem eles nem eu sabemos o que vai ser mas não faz mal sonharmos em conjunto; conversas e risos quando eles me dizem "eu não gosto de Matemática  mas gosto de si" e eu sei que através deste gostar eles vão começar a gostar de Matemática; conversas de esperança; conversas de apoio, mão no ombro e "vem falar comigo sempre que necessitares"; conversas de "e a tua mãe está melhor?" e ver os olhos húmidos de quem sofre na pele a realidade de uma família desfeita; conversas que fazem os pais chorarem de impotência e eu ali a dizer-lhes que o tempo tudo vai compor e eles serão homens e mulheres felizes e com sucesso; conversas de relativização porque a vida me ensinou que o que é hoje não o é amanhã e o dia de amanhã virá sempre a tempo de operar a mudança; conversas de mostrar caminhos, apontar veredas e atalhos e deixá-los escolher o que lhes parece mais promissor.
Conversas de paixão pelo que faço!

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Foi necessário tempo


Na noite de domingo para segunda ardeu o Seixal. Não parece nada mas foi tudo.
Aquele soito tinha sido plantado pelo meu pai com todo o amor que sentia  pelas árvores. Muitas vezes se alvoroçou com a possibilidade de tudo arder em tempos de festas e de foguetes. Alguns sustos tivemos. Vivêmo-los com ele numa grande aflição com olhares de susto e de angústia pela possível morte  das suas árvores.
Quando ele faleceu fiquei  guardiã do legado. Reconheço que nem sempre tive o tempo suficiente.
 Ir até lá era encontrar-me mais perto dele. Percorrer as veredas, olhar o crescimento dos castanheiros, pensar no que ele sugeriria para esta ou aquela dificuldade.
Abria o portão semicerrado e as recordações vinham até mim. Por ali andava ele com a sua calma, com os seus conselhos, com os seus sorrisos que tanta falta me fazem. Este Agosto, já no final das férias, voltei lá envolvida pelo silêncio das manhãs de Estio. Percorri mais uma vez os caminhos que conheço de cor. Passei pelas árvores que plantámos juntos e dei conta da velhice delas. Ouvi os meus passos e sonhei os passos dele, sempre ao meu lado. Olhei a mesa de ferro para lautos piqueniques que ele lá colocou sonhando reuniões de família já com netos irrequietos  que pouco a pouco foram envolvidos pelo amor eterno do avô.
Já com a manhã alta, regressei não sem antes encostar o portão de ferro como que encerrando dentro daquele espaço as memórias, os laços, as recordações, o meu amor pelo Homem que me moldou pelo exemplo. Meu querido pai! 
Como estarias hoje sabendo que aquele dia que tanto temias chegou e te levou as tuas árvores.
Segunda feira acordei  mais orfã.

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Início de estação


 A minha marca preferida de malas desta vez em vermelho


 Calças como eu gosto. As que tenho já estão um pouco velhinhas mas é tão difícil encontrar umas calças de boa qualidade

Os meus sapatos preferidos. Adoooooooro.


Este já tenho! Há cerca de 20 anos, coisa menos coisa!

Como nem só de assuntos sérios é feita a vida de uma mulher, por aqui ficam os acessórios que me fazem sair de casa durante o fim de semana com o intuito de dar com eles ao virar de uma esquina e os trazer comigo. Ainda não aconteceu mas nunca se sabe.
Há procuras deste género que chegam a durar meses! Eu gosto!

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Trabalho dos últimos anos


É lenta a mudança! Talvez mais do que eu desejava. 
No entanto, com tanto que aconteceu na minha vida nos últimos anos, o caminho vai-se fazendo em passinhos curtos mas eficazes.
Gosto mais de mim agora apesar de mais velha. Sinto que sou mais eu. Sinto que o interior está mais em sintonia com o exterior.
Continuar este caminho. Lentamente mas sem voltar atrás.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Sem vontade de mim


Há dias e tempos assim. Não te apetece inovar, combinar, arriscar, procurar novas peças que façam a diferença.
Pela manhã visto a primeira coisa que tiro do roupeiro e aí vou eu. 
Sei que consigo mais e melhor. Sei que sempre que me esforço me sinto melhor. 
Aguardo a motivação. Sei que virá!

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Ficar maior de idade tem destes inconvenientes


Uma falta total de paciência para com as mentiras e mesquinhices dos outros.
Eu até poderei não dizer nada porque sou pessoa de silêncios carregados de emoções mas certas atitudes dão comigo em doida.
Quando vêm para cima de ti a dizer ai e tal eu sou muito boazinha e dedicada e profissional e então necessito mudar isto para bem dos outros e tu lês na sua testa que o único objectivo é o seu umbigo, és acometida de instintos irracionais que te dão imenso trabalho a controlar. 
Até quando conseguirei continua a ser uma incógnita!!

O retorno do amor


Podemos amar alguém a vida toda mesmo sem o retorno do nosso sentimento. Podemos imaginar e aguardar anos e anos que o objecto do nosso amor um dia nos demonstre que somos únicos também para ele. 
Não falo  do amor romântico porque esse necessita de tempos de conexão e seria insuportável  e impensável estar numa relação sem se ter a certeza de que se é único para o outro.
Falo do amor que sentimos pela família, pelos amigos especiais, por aquelas pessoas que tornam os nosso dias mais cheios e luminosos.
Se gostamos, temos de dizer e de demonstrar. Porque o amor fica mais cheio e mais completo. E porque ficamos mais felizes.
Como estou hoje.

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Os serões antes dos dias sim


São o meu tempo! Descontrair, relaxar, fazer, ou não fazer, alguma coisa. O pensamento bom de que amanhã posso acordar com a luz da manhã, devagarinho como eu gosto e necessito cada vez mais. 
Planear o almoço, atender ao que tenho de levar comigo para a minha querida família. 
Hoje é o tempo de estar. Sem quê nem para quê.
Tão bom!

O silêncio por aqui não é um bom presságio


Não foi uma boa entrada no novo ano lectivo. Comecei a fraquejar em meados de Setembro e Outubro apanhou-me completamente down. Razões? Não existem. Ainda bem!
Invadiu-me uma nostalgia, um não querer saber, uma revolta interior, um tanto faz que me fez entrar no casulo do conforto mental de não querer pensar.
 Dentro deste casulo é necessário tempo. Só ele consegue fazer-me voltar à tona, imaginar e sonhar novos horizontes, desdramatizar os pequenos problemas e relativizar. Pouco a pouco, a irritação que me invade e faz abanar o casulo, vai deixando entrar a bonomia com a certeza do que é importante reter e do que é necessário abandonar.
Depois há um dia em que o casulo começa a ficar apertado para que os sonhos ganhem forma e me envolvam novamente. E puf! Lá recomeço  novamente.