Hoje, logo pela manhã, nasceu o meu primeiro sobrinho neto. Junta-se às primas e constituem a nova geração que nos há-de ver partir.
O que lhes deixaremos? De que modo falarão de nós quando formos só a recordação de outros dias e de muitas presenças? O que pensamos de nós nunca é igual ao que fica de nós.
Foi um dia doce a pensar nisto tudo. A lembrar-me de como me senti quando nasceram os meus filhos. A novidade do momento, as sensações novas, o rasgar do corpo para dele saírem Homens que farão para sempre parte de mim. A partir desse dia nunca mais me senti sozinha. Mesmo longe, vá-se lá explicar isto, sinto-me acompanhada. Tantas e tantas vezes toca o telefone quando estou a pensar neles.
Tudo isto dizia ontem à nova mãe: vais conhecer um amor que nunca sentiste! E é para toda a vida! Ela riu-se!
Hoje já sabe que eu tinha razão!
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