sábado, 15 de outubro de 2022

Do ser professor

 


Dizem que estamos velhos. Que há um grande fosso de gerações! 

Não concordo nada. Continuamos a aprender uns com os outros. Se sou chata? Sempre fui! Os meus alunos sabem que não há telemóveis nem mochilas em cima das mesas, que os materiais são apenas os da disciplina, que fala um de cada vez, que entram ordenadamente na sala, que detesto más respostas e os pais são sempre avisados do sucedido e que sou exigente com as aprendizagens e com o modo como realizam as tarefas.  As horas em que estamos juntos são de aprendizagem.

Com eles aprendo a irreverência da adolescência, o riso fácil, o encantar-me com as suas descobertas, as capacidades digitais, o espírito de grupo, já tão desgastado na minha idade. 

Em que os ajudo? A projectar  todos os seus futuros, a mostrar-lhes caminhos que ainda não tinham sido pensados, a dizer-lhes que são capazes, a demonstrar-lhes que pelo trabalho chegamos sempre lá, a relativizar os seus falhanços e a abrir atalhos em insucessos que ainda sangram. 

O que fica para sempre? As frases de incentivo, os bons dias "como está a melhor professora do mundo?", os encontros e os "dê-me um abraço", os olhares que sorriem, os homens feitos que recordam frases que eu disse há 30 anos para me incentivar, agora que sou aluna deles de ténis! Tanta coisa que fica! Tanta conversa, tanto ensinamento, tanta recordação!

Fica um pouco de mim em cada um deles e muito deles em mim!

Grandes alunos que eu tive nestes anos todos! Grandes homens e mulheres que são. 

Um comentário:

Anônimo disse...

A senhora diz, algures no blogue, que não gosta de se ver com vestidos. Todavia, este vestido fica-lhe muito bem. Talvez seja do corte, de ser assim ajustado na cintura. É uma ideia.