quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Pessoas que fazem falta

 


O Doutor Octávio era o pai de um amigo de filho mais novo nos tempos em que ambos pertenciam à mesma equipa de basquete. Foram muitos jogos com os pais nas bancadas. Ele era o camara man.  Filmava o jogo todo talvez para depois verem os erros e emendarem.

Tinha muito boa impressão dele: muito calmo, muito sorridente, com conversas muito interessantes.

Só mais tarde vim a conhecer o seu percurso politico sempre ligado ao PSD. De vez em quando, encontrávamo-nos no supermercado! Sempre no supermercado e conversávamos nos corredores durante algum tempo. Falava do meu filho e dos dele, do que pensava da vida e de como o sistema politico tratava tanta gente muito competente e que ainda não estava em lugares de topo como deveria estar. Nada que eu não soubesse. Um dia, confessou-me que filho mais novo, naquela altura muito ligado ao partido,  não era bom para a vida politica - era uma boa pessoa e talvez não tivesse o jogo de matreirice necessária. 

De cada vez que era nomeado para novo cargo, eu alegrava-me. Há meses soube que estava doente. Um baque!

Faleceu ontem um homem bom, competente, amigo  e cortês. Era um ano mais velho que eu!


terça-feira, 18 de novembro de 2025

Controle - essa terrível palavra!

 


Durante anos, tentei ter sempre tudo sob controle. Desde a educação dos filhos, passando pelo que era necessário realizar aos olhos dos outros e acabando nas roupas que queria que todos usassem, só porque era o meu estilo. Não o deles, mas o meu!

Sofri imenso sempre que algo saía do que tinha imaginado, ou qualquer imprevisto deitava as minhas ideias por terra! Demorou a aceitar que a vida é o que é e que devemos fidelidade mental apenas a nós próprios. Os piores momentos apareceram sempre de surpresa, nunca os preparei  e, mesmo assim, tive de  agir rapidamente, controlar as emoções e seguir sempre em frente. 

Também tenho o outro lado! Quando não estou bem, deixo escorrer os dias, sem planos ou vontade de modificar alguma coisa. Não duram muito estas fases. Chega uma madrugada em que coloco um ponto final e começo novamente a controlar a vida.

Concluo que me sinto muito mais eu quando tomo iniciativas, melhoro o que tenho a melhorar, trabalho para que tudo dê certo e fico muito mais criativa e alegre.

O meu corpo e a minha alma agradecem. Nem sempre o controle é mau. Só o é quando tentamos agradar aos outros e não a nós próprios. 

A sentir-me bem. No controle da minha vida e dos meus dias!

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Por falar em ser vaidosa

 


Vaidosices como dizia a mãe! Tenho recordações mesmo muito antigas de roupas que usava e de que gostava imenso e me faziam até andar mais direita quando as tinha vestidas.

Lembro-me muito bem deste vestido à marinheiro que eu adorava. Laço vermelho à frente e uma gola branca imensa que se prolongava para as costas! Era outra criança sempre que o vestia. Consigo ainda sentir a alegria que sentia! 

Nos dias dos exames da 4ª classe, escrita e oral, estreei dois vestidos. A mãe foi comigo comprar os acessórios e fomos à sapataria chique onde nunca tinha entrado, comprar uns sapatos de verniz pretos e dois pares de meias brancas. que emoção! Um dos vestidos era totalmente fora da caixa, amarelo e bege que tinha chegado da América oferecido pelos  tios. Nesses dias, nem estive com atenção ao conteúdo das provas! A alegria dos vestidos novos era tal que superou tudo o resto! O que me salvou foi ser boa aluna e ter a matéria na ponta da língua. 

A mãe contrariou sempre esta minha vontade de novidade e alguma extravagância! Nunca conseguiu. 

Também não valia a pena ir com amigas às compras. Se elas dissessem que não, eu comprava na mesma desde que gostasse. 

Não gosto de usar o que toda a gente usa. Gosto de antecipar tendências e modas. Tenho alguma facilidade em ler nas entrelinhas  as tendências. Pequenas coisas que fazem a diferença. Pelo menos, para mim!


Prazeres

 


Não gostava das armações dos óculos que comprei há pouco tempo. Fui eu que as escolhi mas devia estar num dia mau! Faziam-me mais velha, com um aprumo senhoril que não quero ter. Sempre fui inovadora e nada tradicional na forma como me visto e nos acessórios que escolho. Aqueles óculos não tinham nada a ver comigo. Olhava-me no espelho e só via uma senhora respeitável da 3ª idade. Eram uns óculos sem personalidade que não condizia com a minha. 

Hoje foi o dia de ir mudar as armações! Do 8 ao 80 mas gosto delas. Ficam bem comigo! Se ninguém mais gostar...paciência! Quem anda todos os dias com eles sou eu!

Renovação necessita-se por estes lados!

Saudades do pai


 Acordei a pensar nele e na falta que faz aos meus dias. Ter-te por perto, fazia-me mais segura e empoderada. Sabia que nutrias por mim, além de um grande amor, uma admiração pelo que sou (ou fui!). 

O teu sentido de humor sobre as minhas características, eram abraços emocionais e o teu sorriso e o modo como me tratavas eram o sol da minha vida. Por vezes chamavas-me " a menina Eulália" e contigo eu sempre me senti menina. 

Gostavas que eu seguisse as tradições, gostavas de me ver fazer filhoses (como dizemos) ou temperar um cabrito que tu dizias eu fazer como ninguém. Há lá coisa melhor que ter o apreço de um pai?

Guardo as tuas cartas escritas com a tua letra tão característica como se fossem relíquias e, de vez em quando, vou revisitar esse passado que não volta. 

Gostavas da minha casa de praia e vivemos lá muitos bons momentos! 

Tinhas um humor tão teu e que é também tão meu que ainda agora me emociona. O meu está a perder-se por falta de parceiro na picardia.

Fazes-me falta para conversar contigo sobre a vida, sobre o que vale a pena, sobre as imperfeições que eu queria não existirem. Tu, com a tua inteligência e sabedoria, dir-me-ias que tudo faz parte da vida, que a vida não é um mar de rosas e temos sempre de seguir em frente. Embora sofresses, sabias (tal como eu) que tudo passará.

Invejo ainda hoje a tua inteligência e tenho pena, que por fraca visibilidade dos teus pais,  não tenhas sido um grande engenheiro ou um grande gestor!  

Tenho saudades da tua cumplicidade comigo e dos teus desabafos. 

Guardo comigo um dia em que quebraste a tua atitude mais séria,  quando já doente, me deitei ao teu lado na cama  e me aconcheguei a ti. Senti a tua ternura pelo gesto e, mesmo sendo pouco tempo, é das recordações mais doces que tenho. Tiraste a capa do querer parecer duro e ficámos só dois adultos que se amavam no mais fundo dos nossos corações. 

Saudades de ti, meu pai!

domingo, 16 de novembro de 2025

A ministra da saúde provoca-me urticária

 


Lembra-me sistematicamente a "outra" da educação que arrasou escolas, professores, credibilidade do sistema educativo como se não houvesse amanhã. Nunca mais se reergueu. Ela sim! Ocupa um belo cargo e ainda de vez em quando a oiço na televisão a a dar a sua opinião sobre assuntos educativos!!! Incrível como se convida uma entidade destas para falar sobre o que não sabe nem nunca soube!

Esta da saúde vem dar a machadada final no SNS. Mandatada ou não, a sua arrogância, a s suas mentiras, nunca desmentidas, o seu modo de estar e dizer que não tem culpa de nada e nunca se demitirá, mexem comigo. Em primeiro lugar, porque me fazem lembrar a outra, em segundo, porque o meu medo maior é perder o pais o que de melhor tinha: Um SNS eficaz, onde todos tinham lugar, onde eram atendidos por profissionais competentes e se tinha a certeza que, mesmo sendo pobre, não se morria por esse facto. Neste momento não sei se será verdade!

Há seis meses fiz, pela primeira vez, uma reclamação à administração de um hospital dando conta do modo como cara metade foi tratado alertando para as consequências fatais que daí poderiam ter resultado caso não rumasse a Lisboa e entrasse num hospital privado!

A minha família paterna vive nos Estados Unidos quase desde sempre. Toda a minha vida ouvi casos de pessoas doentes que, por ter acabado o plafond do seguro médico, eram mandadas para casa, pessoas que embora vivessem bem, pelo facto da doença se prolongar, tiveram que fazer hipoteca da sua sua casa, pessoas que morreram por não terem o dinheiro suficiente para se curarem! O presidente Obama prometeu mudar a situação mas a pressão foi mais forte e não conseguiu. Vivi a ouvir estas histórias e agradecia sempre que saía do SNS curada, fosse atendida de dia ou de noite. 

Vem agora esta ministra demonstrar-me que os meus receios não são infundados. 

Num país de velhos, com reformas de miséria, alguém já pensou em como solucionar o problema? Ou não é um problema e querem só modificar a pirâmide etária? 

Medo! Muito medo!

sábado, 15 de novembro de 2025

Presentes de Natal

 


No Natal, quando já éramos crescidos os meus pais sempre nos davam dinheiro. Não sabiam o que oferecer e também já não tinham saúde nem disposição para procurar presentes. 

Fiz sempre questão de comprar algo com cada uma dessas quantias que eu não compraria porque era supérfluo,  e que me acompanham ainda hoje. Sempre que me deito no sofá na minha almofada de meio ponto, linda de morrer, fico perto deles porque foi um presente  de Natal oferecido com muito amor.  Super cara para a época. 

Tenho outras peças compradas com o dinheiro do Natal e que sempre estarão comigo nas minhas memórias.

Penso que chegou a altura de começar a tradição com os meus filhos! Proporcionar-lhes momentos que ficarão para a vida e se lembrarão que foi um presente dado com muito amor. A vida é feita de e para estes momentos.

A pesquisar hipóteses mas já quase decidido.

sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Memórias

 


Fico feliz quando as minhas netas se recordam daquilo que fizemos juntas. Têm na memória pormenores que a mim já me escaparam. Hoje recordavam a ida ao teatro para ver a Bela e o Monstro. O que ficou para mim foi a imagem de dois seres pequeninos sentadas  à minha frente em almofadas de veludo vermelho e a felicidade delas a recontar a história depois do final. Foi um dia grande aquele!

Elas lembram a história. O ajudante do monstro que veio oferecer uma flor a uma delas e o que isso representou para elas. 

Eu lembro a ternura e os olhares felizes delas.

E assim se criam memórias que ficam. Tão bom!

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Lindo!


Coisas que nos tocam o coração!


Trivialidades

 


As árvores que rodeiam a minha casa cresceram imenso desde que vim para aqui viver já lá vão 25 anos. Uns cedros pequeninos no jardim da frente, tornaram-se gigantes e frondosos ao contrários de outros que  continuam esguios. Nas tardes mais calmas dou comigo a medir mentalmente as distâncias e o tamanho dos cedros para perceber até onde chegam se o vento do Inverno os deitar  abaixo. Concluo sempre que as varandas não se salvam. 

Hoje está um dia de vento. As tílias abanam imenso mas o que me preocupa são os cedros que são conhecidos por terem raízes pouco sustentáveis. 

É bonito estar rodeada de verde mas nestes dias a paisagem torna-se agreste e preocupante.

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Redes sociais

 


São o que cada um quiser. Perturba-me o destilar fel em certas contas, o não aceitar a diferença o insulto gratuito só porque não se gosta.

Eu deixo de seguir. Tão simples quanto isto. Seguia uma jornalista que sistematicamente estava contra a escola e não enfrentava as dificuldades do filho, chegando mesmo, em frente dele, a culpar e a ridicularizar os professores e a escola. Deixei de seguir! Uma paz!

Seguia uns pais de muitos filhos tremendamente incoerentes entre aquilo que fazem e aquilo que dizem para os outros fazerem. A mãe sempre super bem arranjada mas as filhas, segundo eles, usam roupas largas e compridas para não despertarem a sua sexualidade! Como serão estas crianças daqui a uns anos? Uma ilha no meio da sociedade ou a revolta que vão sentir vai fazê-las despertar e inserirem-se bem? Como as conversas dos pais me irritavam deixei de seguir!

Deixei de seguir tudo o que soa a falso, a mentira, a querer aparecer e a esconder o que se vê por todas as entrelinhas. A vida é composta por tudo. Não vale a pena transformá-la em paraíso irreal. Quanto mais tentam menos conseguem!

domingo, 9 de novembro de 2025

Minha neta mais nova fez 2 anos

 


O tempo escorre por entre tanta tarefa, doenças, trabalho e família. Estes dois anos foram de puro encanto com esta neta de sorriso lindo e meiguice que derrete corações. 

Temos um amor lindo, entremeado por videochamadas, presenças, brincadeiras e muito riso. 

Super emocionada por ela que estava tão feliz mesmo não sabendo bem o que é fazer anos.

Muitos anos pela frente minha querida neta e que eu anda veja alguns deles e participe nos teus momentos e dias felizes que continuarão, pela certa.

Amo-te do fundo do coração!💗

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Nova etapa

 


A recuperação, segundo os entendidos, só ficará completa com o treino de ginásio. Vou começar hoje. Nervosa? Bastante. Até agora foi só fisioterapia que agora vou intervalar com o PT e as ordens dele. 

Logo hoje que acordei mal disposta, com dores, e vontade extrema de me aninhar no sofá com uma manta e o aquecedor por perto. 

Mas tem de ser! Quero acreditar que não necessito mas é só o meu cérebro a tentar enganar-me na idade e na condição física. Vêm depois as balanças a recordar que tenho muito pouca massa muscular e a descoberta de que o meu cardiologista que eu considerava  ter na ordem dos 70 anos, ser mais novo do que eu! Choque!

Vamos lá a mais uma aventura!

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

As netas

 


Estive com elas, brinquei, ouvi-as nas suas vozinhas suaves, passei tempo de qualidade, muita mesmo, com elas e voltei renovada.

Esta renovação continua enquanto me fizerem rir por dentro,  todas as expressões, todos os ditos e a sua maneira de ser tão pessoal e única de cada uma delas.

Sinto-me mais nova, os meu problemas relativizam-se e parece que tudo fica mais fácil de resolver. Hoje acordei assim. 

Meus amores lindos!

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Dias que marcam a nossa vida

 


Hoje, filho mais velho faz anos! A primeira ideia que me veio à cabeça logo que acordei. 

Um percurso comprido e cheio de amor! Com ele nos braços e sem experiência com bebés julguei não ser capaz de o levar  para a frente! 

Fui capaz e trouxe-me momentos muitos felizes e um amor sem fim. 

Éramos tão diferentes do que somos hoje, meu filho! Um bebé meiguinho, amoroso, com um sorriso fácil e muito carinhoso. Eu ainda tão ingénua sobre a vida e as armadilhas que me podia armar. 

Saltámo-las todas até agora. 

Um homem de sucesso, um pai e marido maravilhoso, um Homem de família, pragmático, atento aos pormenores que fazem a diferença e muito distraído quanto ao que não faz falta. 

Vertical, inteligente, muito bom profissional, com uma meiguice envergonhada que me desarma sempre que a sinto. 

Sorte das minhas netas que vão crescer com um pai que as protege e, ao mesmo tempo, lhes indica o caminho a seguir. 

É só continuar! O coração da mãe estará sempre contigo!

Adoro-te!

domingo, 2 de novembro de 2025

Não tolero coitadinhos

 


Aquelas pessoas que mesmo sentadas em boas almofadas se continuam a lamentar ou porque faz sol, ou porque lhe dói o dedo do pé ou porque o mundo devia ser diferente ou porque queriam ser outra pessoa, ter outras coisas que não aquelas, ou simplesmente porque a única linguagem que aprenderam foi a da lamentação e a do queixume.

Ao longo do tempo, tenho verificado que esta atitude traz muitos benefícios a quem a assume. Ninguém os inveja, todos têm pena e são impelidos a ajudar quem não necessita e o coitadinho vai vivendo a vida de forma regalada sem dar nas vistas e sem grande trabalho ou impedimento.

Já eu, que detesto estas posturas e, apesar de tudo o que me tem acontecido, cabeça erguida porque ninguém necessita de saber e também não adianta nada e estou muito bem comigo mesma, sinto que atraio sobre mim raivas de descontentes com a vida que me desejam mal. Finjo que não sinto nem vejo mas tem sido uma constante nos meus dias. 

A  vida de cada um é o que é. Para além do que se vê há um mundo obscuro que nos pertence e da esfera privada. 

Falta aos coitadinhos um aspecto que considero muito importante: arranjar uma vida e começar a vivê-la. Com o bom e com o mau que dai advém. Vão ver que se sentirão muito mais realizados do que a olhar para o lado a ansiar ser outros que não vocês.

sábado, 1 de novembro de 2025

Foco para mudar

 


Quando queremos testar e mudar algo em nós o foco mental é o mais importante. 

Sei que tenho de mudar o meu corpo, já não por uma questão de vaidade e sedução mas porque com menos peso a minha coluna, além de agradecer, vai portar-se melhor, eu vou deslocar-me melhor e tudo se alterará para melhor. 

Para quem não está habituada a grandes programações de refeições o plano alimentar é sempre uma nova competência a mobilizar. Têm sido dias engraçados. Ter sempre em casa o que me é pedido para cada refeição, passar algum tempo na cozinha a preparar os pratos a cozinhar, tentar decorar todos os pormenores (ainda não consegui) e sentir que realmente faz muito bem ao meu corpo e à minha mente. Deixei de beber café o que se tem tornado numa mais valia. 

Se tem sido difícil? Nada! Quem faz estes planos sabe o que está a fazer. É o meu plano para os meus problemas e não  serve para mais ninguém. Tem objectivos bem definidos nestes primeiros três meses um dos quais é reduzir a ansiedade. 

Quando vacilo, é só focar mais à frente e  colocar na balança os prós e os contras. Todas as mulheres têm um conjunto de roupas de magra e outro conjunto de roupas para assim assim. É uma alegria extrema quando aquelas calças que nem apertavam e se pensava nunca mais usar entram e apertam com toda a facilidade. Focar nesse dia, nesse instante e continuar a planificação. 

É tão simples como isto!