Quando o André tinha 19 anos, um Agosto, pediu para ir viajar sozinho até Paris! Sozinho? Sim, completamente sozinho!
Sem apoio de amigos ou de gente conhecida. Só ele, a tenda, a máquina fotográfica e o telemóvel.
Durante duas noites não dormi mas ao terceiro dia fomos comprar o bilhete de comboio com uma paragem em Madrid. Os "e se..." martelavam na minha cabeça mas o coração sentia que se era importante para ele então também devia ser importante para mim.
Partiu de comboio! Em Paris, visitou todos os sítios por onde já tinha andado connosco em criança . Tirou fotos da rua onde passámos um Agosto todos juntos, dos locais por onde tínhamos passeado, do parque de campismo, das obras de arte do Louvre, agora apreciadas mais maduramente.
Conheceu pessoas, meteu conversa, soube-lhes a vida e as motivações e discutiu o mundo com a liberdade que os desconhecidos nos trazem só porque nunca mais os veremos.
Voltou no final de uma semana a sós consigo próprio, a testar os limites, as capacidades e a sentir-se Homem do mundo.
Voltou diferente! Muito diferente! Melhor! Com uma sabedoria que não evidenciava à partida. Mais seguro de si, mais auto confiante, mais pausado e mais afirmativo.
Ainda bem que foi!
Viajar obriga-nos ao confronto, ao limite, a puxar por nós e pelas nossas capacidades escondidas em dias e dias sempre iguais.
É a arte de saber partir para encontrar o que faz falta em nós!
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