A semana foi tramada! As histórias que eu tinha para contar! O choque, a degradação física e mental das pessoas que nos viram crescer. A mãe cada vez mais dependente, mais criança nas suas reacções, na incapacidade de manter uma conversa, na aflição sem razão que a tortura. As noites quentes em que se pensa na vida, no que é viver e envelhecer, no que valorizar e, depois, sentir a respiração de filho mais velho mesmo ali ao lado e tudo parecer estar certo. O riso dele e a gratitude por o ter ali a ajudar com toda esta situação nova que de tão velha jã devia ter-se tornado hábito. Mas a demência da mãe nunca será um hábito e esperarei sempre, feita menina pequena, que ela regresse para mim e fale comigo da vida e se ria das desgraças como antigamente.
Sei que nunca mais virá mas o meu coração esperará para sempre.
Depois dos dias tristes, um jantar para recordar.
É esse o momento que me apetece partilhar. Tudo o resto, o sofrimento, o aperto do peito, fica para mim!
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