Aqui está a prova. Este conjunto, apesar de bonito, eu tentaria alegrá-lo com um contraste qualquer em cor contrastante. Gosto muito dos pratos. Talvez substituísse também a toalha.
De vez em quando, aparecem estes achados que passam despercebidos a quem não sabe mas não a mim.
Estes pratos em muito bom estado são dos primórdios da Vista Alegre a avaliar pelo tipo de marca. Foram muito baratos. Embora não os necessite, não consigo resistir. Um dia encontrarão o sitio certo. Como todos os objectos à minha volta. Como tudo na vida, a tender para o equilíbrio.
Vamos a isso.
Uns carapauzinhos fritos para iniciar! Que maravilha! Quentinhos, frescos, a saber a mar!
Fã das "tapas" portuguesas, com toda a certeza!
Tirei esta foto com uma turma querida depois de termos regressado à escola e ainda todos de máscara.
Dei com ela o outro dia e tudo me pareceu irreal. O certo é que as aulas eram assim, estranhas e diferentes. Tinha dificuldade em perceber os alunos mas os olhos falavam muito.
Onde andam agora queridos alunos?
Por exemplo: entre concretizar a renovação de uns candeeiros de mesa de querida mãe que ainda tenho ou passar a ferro um monte de roupa, escolho sem pensar a primeira tarefa. Procurar tecido, escolher a forma dos abatjours, dar um retoque na tinta dourada et voilá!
A roupa, mesmo que espere uma semana, não se estraga nada!!
O meu bem estar e o meu espírito criativo agradecem.
Pelo meio, ainda tempo para um tratamento corporal e umas compras em saldo para a casa da praia. Tarde bem aproveitada.
Da parte da tarde, medicina do trabalho. Continuar a trabalhar com alunos em pequenos grupos.
Arranjar forças para continuar motivada pela vida e pelo mundo. Há dias em que é difícil. Tudo é negro e uma sensação de ingratidão e de injustiça tomam conta de mim. Não é só uma sensação. É a realidade da minha vida. Acrescente-se que eu lido muito mal com a falta destes dois sentimentos que considero importantíssimos no relacionamento entre as pessoas.
Acompanhava aos fins de semana os meus irmãos em festas e convívios mas, quando se iniciava a semana, a solidão instalava-se. Tudo escrito nos meus caderninhos que me foram servindo de catarse.
Tornei-me muito sensível à crítica e considerava que todos eram merecedores, menos eu. Quando entrei num curso universitário que detestava e que escolhi mais ou menos à sorte por falta de ajuda e por estar sozinha, complicou-se tudo. Sabia que tinha de caminhar para a frente e assim fiz. Encontrei um caminho paralelo na via educacional que me trouxe muitas alegrias. Tive sorte.
Esse tempo, ainda bem vivo dentro de mim, trouxe-me tanta mas tanta insegurança que foi a minha maior batalha ao longo destes anos. Hoje sinto-me livre, sei o que quero, o que é importante, o que dispenso, o que vale a pena. Tenho pena de não ter tido esta atitude muitos anos mais cedo na minha vida.
Olho para fotos antigas e vejo uma mulher jovem e bonita. Não era isso o que espelho me dava. Não lutava por nada porque me sentia, à partida, derrotada por todos os outros, muito mais brilhantes, capazes e merecedores.
Quando olho e falo com a minha adolescente interior, agradeço o ter-me livrado desta carapaça negra que me enevoou anos tão importantes.
É o que é, como costuma dizer filho mais velho.
Viver com elas no coração! Tudo tem graça, tudo é leve, tudo é felicidade. Entro na onda e entro novamente na minha criança interior. Riem e acham piada e eu fico feliz. Muito leve!!
Clarinha, o teu desenho, derreteu-me. Já está no sítio do costume para que o veja todas as manhãs.
Obrigada minha neta bondosa e doce!
Achavas-me piada! Eu sei! Sempre soube! Exagerava muito para te fazer rir ou sorrir que não eras homem de grandes manifestações! Gostava de te contar histórias em que o exagero estava sempre presente porque tu achavas graça.
A tua presença transmitia-me uma paz que nunca mais senti!
Somos parecidos física e psicologicamente! Percebia-te sem ser necessário conversar. Sabia quando estavas feliz e quando algo te preocupava. Sabia ler-te com muita facilidade!
A única pena são os abraços que não te dei, por pudor talvez, e as palavras de amor foleiro que pensei que não apreciavas. Presentemente, penso que terias apreciado e muito.
Agora já deves ter percebido que, cá em baixo, sentimos muito a tua falta e falamos muito de ti e das tuas proezas.
Tinhas tanta graça! Saudades imensas dos teus ditos e dos teus ensinamentos.
Estamos mais confortáveis agora mas beleza das risadas provocadas pelos filhos foi-se.
Agora são as netas que me fazem rir quando perguntam pela casa da piscina!!! É uma piscina de plástico com um dinossauro que deita água pela boca e um escorrega. O que elas adoram aquele brinquedo!
O importante é que o amor se mantem. Venham mais verões e mais fins de semana.
Hoje, um deles queixava-se de que tinha tantos lápis e canetas de cores e não usava metade por falta de tempo. Interiormente, com alguma mágoa, eu concordava e surgiu a ideia de que poderia levá-las para férias e fazer imensos desenhos durante esse tempo. Ficou contente e, num quartinho pequeno, cheio de brinquedos começámos a selecionar caixas e caixas de lápis e canetas coloridas. Ele ficou contente e mais realizado e tocou o despertador.
Tempos passados e sentimentos que ficam da correria dos dias.
O filme era uma comparação com a vida após a morte! Os nossos estão connosco mas nós não os vemos. Estão a proteger os nossos passos e se, estivermos com atenção, vamos dar conta dessa protecção e desse amor! Tão verdade!
Queridos pais! O silêncio traz-me sempre ecos do vosso amor por mim!
As minhas redes sociais enchem-se de propostas de investimentos, talvez porque investiguei, durante o fim de semana alguns produtos para investir umas economias.
Está muito difícil e já não me sinto com idade para situações em que o dinheiro fica cativo 5 e mais anos. Sei lá se não o vou precisar antes? Restam-me os depósitos a prazo e, numa curta investigação, verifiquei que os juros tinham baixado drasticamente. Se até agora foi uma miséria, a partir de agora, quase são zero euros depois de descontado o imposto!!
Poupanças, fundos de garantia para a reforma, etc, é tudo muito bonito mas a desvalorização do capital vai sendo cada vez mais real. Há por aí umas modalidades de investimento em imobiliário mas o risco também é elevado e o dinheiro custou-me a amealhar.
Continuar a pesquisa e falar com quem sabe. Não há caminhos certos sem sabedoria.
Sei que sou criativa e imaginativa. Sei que gosto de transformar à minha maneira aquilo que vejo. Talvez por isso gosto tanto de viajar e de ver muitas coisas novas. No mesmo lugar, não se aprende nada.
Para a próxima semana, tudo planeado!!
Ser professor é ser guia sem chegar a ver a meta mas sabendo que ajudou no caminho percorrido.
Cada vez que vou a Fátima, tenho ideias luminosas que se atravessam na minha mente me alegram e penso que são possíveis de concretizar. Venho de lá sempre feliz. A penúltima foi óptima e sei que vai dar resultado.
A última anda a marinar na minha mente. Num dia de grande chuvada, quase sozinha na basílica, veio do nada e está a ser tudo. Acredito numa renovação através desta ideia e da sua concretização. A burilar ideias e a pensar em como colocá-las alinhadas e em prática.
Apresentar o projecto a quem sabe e mover montanhas para que se concretize.
Tenho de ir mais vezes a Fátima! Lugar de luz quando se sabe ver e ouvir o som do silêncio e do divino.
Tenho de mudar os sofás da sala! Já foram reformados, estofados de novo, mas já estão há muitos anos cá por casa. Há um ano que ando para decidir qual o estilo e não consigo decidir. Eu sei que estes sofás novos com chaise longue, de cores bonitas, onde podemos dormir uma boa sesta são os que estão em voga. Até já encontrei um verde que quase me convenceu. Olho depois para a sala e só consigo visualizar dois sofás super clássicos, um de dois, outro de três lugares de uma cor vibrante e que faça a diferença. E enquanto isto, cá permanecem os sofás de 30 anos à espera de uma decisão final convicta e de acordo com o que desejo.
Como homem, tinha uma sensibilidade e uma humanidade que, transcrita em cartas e depois de 15 anos sem ele, só me dão vontade de chorar!
Uma sensatez e proactividade que me guiam ainda hoje.
Anos mais tarde, já na velhice, a emoção que se lia nos seus olhos quando lhe contava algo bom de mim ou dos meus filhos nunca me sairá da retina. Sabia tão bem!! Sentia que estava a dar sentido a tudo o que eles tinham sonhado para mim!! Talvez fosse isso mesmo!
Eu sempre fiz isso! Há anos e anos que consumo marcas brancas das grandes superfícies tirando algumas excepções como detergentes ( fiel ao skip) ou uma ou outra promoção em que fique mais barato comprar a marca própria. Vai sendo raro hoje em dia!
Em supermercados que têm marcas esquisitas que nem a proveniência têm não compro. Das poucas vezes em que o fiz comprovei a sua fraca qualidade.
Se repararem nos carrinhos de compras das pessoas que andam ao mesmo tempo no supermercado, vão dar com vocês a pensar se fariam, ou não, aquelas opções de compra. Pode poupar-se muito dinheiro se se souber comprar e se resistir às compras vazias como lhe chamo. Leite com chocolate? É necessário? Há carrinhos com doze embalagens pra os meninos levarem para a escola. Não será mais saudável doze embalagens de leite simples? Tiram o açúcar e é mais barato. Não entro nos corredores de bolachas. Se necessito, faço-as. São 10 minutos e tenho bolachas caseiras. Leite e manteigas compro sempre os nacionais de marca branca Pão é sempre o normal, sem ser pão de forma, sem ter açúcar ou ovos. Acrescentar açúcar gratuito nunca. Não compro enchidos nem processados. O queijo compro sempre quando vou a queijarias na Serra e, quando falta, compro o que está em promoção de marcas nacionais. Também nunca compro sopas feitas, ou comida pré-cozinhada. Iogurtes compro sempre embalagens grandes de marca branca. Papel higiénico, guardanapos, lenços de papel e afins compro sempre os da renova. É nacional, é daqui de perto e quando posso vou mesmo à fábrica comprar. Metade do preço.
Quem vive perto de lojas de fábrica é de aproveitar.
Os mercados semanais são uma boa opção. Legumes mais baratos, mais frescos e de melhor qualidade. Leguminosas ao kilo, produtos locais, fruta da época e peixe do mar. Vale a pena o desvio.
É claro que compro mimos de vez em quando, mas tenho de ter a ideia de que é mesmo um mimo e não o hábito.
Contornar a crise sem deixar de consumir é uma arte que muita gente não domina.
Hoje, estive a arrumar e a rever a correspondência com os meus pais de há muitos anos atrás que eu guardo religiosamente. Foi muito emocionante. Pensamentos deles que agora são iguaizinhos aos meus. A vida no seu melhor!!
Deixo o texto de um postal de aniversário daa mãe para mim. Uma forma de recordar a força das mulheres e principalmente da minha querida mãe e o modo como ela me sentia.
Minha querida filha
Mais um ano que passou na labuta constante da vida. Que nunca te faltem as forças de que tanto precisas para dedicares a todos os que andamos à tua volta e tanto precisamos de ti, das tuas palavras e dos teus conselhos. Deus te proteja e te guarde e te dê muitos anos de vida e muita felicidade com os teus dois amorzitos. São os desejos destes teus dois amigos verdadeiros e que não se esquecem de ti, estejam onde estiverem. Que nada te falte para poderes lutar pela vida fora.
Os pais amigos José e Emília
Estejam onde estiverem, queridos pais, podem continuar a olhar por mim, por favor!!
A booking tem também um centro de ajuda muito bem estruturado que dá resposta atempada e eficaz aa todos os problemas. Só tive um e foi bem resolvido.
Se a marcação é muito antecipada, deve fazer-se sempre com a possibilidade de cancelamento gratuito. O futuro é incerto. Paga-se um pouco mais mas vale a pena.
Depois da reserva é pesquisar o património, as singularidades, o que ver e sentir e esperar que chegue o dia.
Uma calma desceu sobre mim! Sei que vou concretizar os meus sonhos e uma porta grande se abre para tal.
Falámos da reforma, se vai ser ou não na altura certa ou se quererei esperar um tempo. Uma grande certeza: Não quero!
Um sonho que quero tornar realidade: acompanhar de perto o crescimento das minhas netas, o que não tem podido ser como eu quero até agora, mas penso que ainda vou a tempo. Vê-las crescer, fazer programas com elas, visitar monumentos, pesquisar para lhes transmitir, ter um canto meu perto delas de que se lembrem mais tarde como a casa da avó. Haverá lá coisa melhor que isto? Acrescentar memórias, viver alegremente com os ditos delas e sentir o ecoar dos risos todos os dias ou quase todos.
Não há dinheiro, nem tempo que pague a concretização deste sonho!
Verdade seja dita que me está a custar arrancar daqui. Ando triste, sem vontade de mudança, sem vontade de aventuras e de ter de ir às compras mal lá chegue e de ter de arrumar tudo quando voltar para casa.
Imagino depois que talvez gostasse de ver o mar mas a minha vontade anda tão, mas tão fraca, que qualquer mudança é um pesadelo.
Naquelas fases horríveis que passam por mim pensando que nada vale a pena, desde o arranjar a mala até colocar o saco do lixo no contentor. Sei que tenho de lá ir, tirar fotos de Verão, de praia, de calor, para mudar o site de aluguer e aumentar as reservas. Comprar umas coisas que considero importantes mas que não vão ser aceites. Desistir? Continuar a lutar por aquilo que considero importante? Preguiça enorme e letargia aos molhos. Sinónimo de mente a caminho de uma depressão? Acredito que sim!!
No entanto, vejo todos os docentes a falar a mesma linguagem o que me leva a pensar que anda aqui um grande crise, seja lá do que for.
Os conhecimentos são muito poucos e o raciocínio anda pela hora da morte. Deixo a ressalva que só acompanho os alunos com maiores dificuldades e há, com toda a certeza, um grande grupo dos alunos interessados e bem educados.
Mesmo assim, o grau de má educação, a petulância, a falta de interesse, o não saber estar, a falta de regras, a falta de conhecimentos básicos (muitos não sabem ler nem escrever) o não saberem o que andam a fazer dos dias e o que esperam da vida está muito pior.
Há dias negros com estes alunos a quem quero ajudar, fazer render o tempo em que estou com eles, entusiasmá-los mas depois acabamos por não conseguir. Muitos problemas psiquiátricos pelo meio. Ontem, estive 50 minutos com um aluno a andar à volta da sala a falar (vá lá, sobre Ciências) sem parar. A cada tentativa de o sentar aumentava a velocidade. Lembrei-me de um livro que li há já algum tempo cujo título era - o mais difícil é sentá-los!! E é mesmo!
Nos intervalos, circulam sonâmbulos, agora que lhes retiraram os telemóveis para conviverem! Penso que já não sabem o que isso é!!
No final disto tudo, penso, com um grande sentimento de alívio, no pouco tempo que me falta para sair da Escola. É triste, nunca pensei chegar a este ponto do caminho mas é a verdade pura. Não quero assistir ao fim do show. Oxalá tenha um final feliz!
Tenho mesmo de acreditar que vão encontrar um caminho no meio deste caos. Daqui a uns anos, volto a escrever!!!
Não gosto de lugares e de objectos sem qualidade, feios, ou sem condições. Se depois de decidir eu for feliz por lá, está tudo certo. Só é caro se não tiver valido a pena ter saído de casa.
O mesmo para todos os objectos que há cá em casa, desde mobílias a coisas mais pequenas. Gosto deste meu modo de ser!!
Não conseguiria nunca comprar uma viagem organizada, daquelas caríssimas, quando posso organizá-la, partir à aventura e ter tudo ao meu gosto e à medida do meu bolso. Aprende-se muito mais assim!
Se podia ser de outra maneira? Se calhar podia mas eu não gostava tanto! Coisas!
As maças do oeste estão a um preço muito bom na frutaria do bairro. Aproveito sempre estas promoções. Não é necessário gastar fortunas para comermos bem e saudavelmente. Maças golden a 0,99€ são um achado e tenho aproveitado bem. Asso-as, cozo-as com canela ou mesmo partidas em quartos para levar de merenda.
Sou poupada por natureza e por educação. Nunca deixo de ter as coisas mas aproveito sempre promoções, descontos e afins.
Quando um rio tem muitos afluentes poluídos, o grau de poluição chega a tal ponto que é insuportável.
Está a acontecer comigo. Não aguento nem mais uma gotinha de poluente. Nem mais uma!
Quando a mãe estava mais stressada dizia muitas vezes: eu estava bem era na serra dos bois!
Nunca fui a esta serra que faz parte da cordilheira da serra da estrela e é completamente isolada de tudo, não tem casas, gente, nada. Só terreno! Sempre a vi como um sítio idílico para curar maleitas de stress e de ansiedade e onde nada nos pode atacar. Apetece-me dizer isso: Quero ir para a serra dos bois! Quero mesmo! Um mês deve chegar!
É tão verdade! Passamos dias a preocuparmo-nos com porcarias e assuntos que não valem nada, têm solução e, se não tiverem, a nossa vida fica igual.
De repente, cai um pedregulho em cima das nossas cabeças e todos os problemas desaparecem. Fica apenas o verdadeiro. O tal pelo qual temos de lutar.
Sejamos mais leves, menos dramáticos e vivamos os dias e os momentos. Eu vou fazendo por isso.
O bisavô conta-se que no seu regresso, ficou por Lisboa onde teve vários trabalhos mas repousa no cemitério velho junto da família!
Sabe-se pouco desta personagem fascinante. Gostava de saber mais! Que aventuras teria vivido? Que encontros teve? O que o levou a partir ? Tenho algumas fotos e o documento que atesta a sua chegada à américa!! Grande personagem!
Aulas de acompanhamento no estudo da Matemática. Com poucos alunos fica muito mais fácil verificar as lacunas e os modos como pensam e fazê-los repensar e incluir novas abordagens. Para alguns alunos tem sido um caminho muito difícil tais são as lacunas.
A amiga Luisinha fez anos e, como em todos os anos, fomos lanchar com ela. Nunca conheci ninguém que ficasse tão feliz por fazer anos mas ela fica iluminada. Fico contente por vê-la assim!
Uma vida a percorrer os mesmos corredores de escola entre confidências e uma grande amizade. Alentejana de gema é de uma lealdade que já não existe. O que confiamos uma à outra ali fica por anos e anos. É bom ter amigas assim.
Parabéns.
Que para o ano estejamos novamente a rir, a comer torradas, a reviver férias e a programar novas aventuras.
Voltei para trás, e viajei para CASA. Para o ninho que nunca mais o foi.
De vez em quando, tento vestir o casaco mas nunca mais consegui. Assim como a roupa dela com que fiquei. Está no roupeiro para eu, em dias mais negros, colar a minha cara a ela, cheirar e senti-la.
Hoje fui à missa por alma dela. Estavam 5 pessoas numa igreja linda, intimista e iluminada. Necessitava destes momentos com ela no pensamento e alguma solidão. Chorei de saudades e rezei para que esteja bem. Neste tempo todo, vieram à mente tantos momentos quotidianos, uns maus, outros muito bons e outros apenas de estar com ela e houve uma altura em que quase a senti a rezar ao meu lado, como fazíamos na igreja dos Olivais.
Já passaram três anos sem ti e continuo contigo no pensamento. De dia e de noite quando acordo pela madrugada a sonhar contigo numa história enredada e confusa onde o teu cuidar está sempre presente.
Querida mãe!
Bolo de amêndoa e gila vai ser a minha escolha.
Preparar as aulas da semana. Colocar na agenda umas tantas tarefas que, embora sem prazo, têm de ser realizadas. Um casa grande para andar para a frente dá muito trabalho. Haja disposição e vontade.
No sábado começaram aa limpeza dos terrenos na Serra. Vão mandando fotos do resultado final e eu fico contente. Tanto por mim como pelo pai que, lá de cima, deve ficar mais aliviado. Era o sonho dele aquele soito que ardeu todo e deixou a nu o solo que se foi cobrindo de silvas e de giestas. Pouco a pouco, vai voltando a renascer. Vou tentando por ti, querido pai. Era um dos teus medos, o fogo nos castanheiros, mas deixou que partisses para acontecer!!
Inscrever-me no pilates clínico. Chegou o momento de não poder adiar mais. Fica perto de casa e necessito.
Marcar umas quantas consultas médicas.
A semana promete!!
A vida é mesmo isto e põe tantos condicionamentos ao nosso viver e à nossa liberdade que ficamos com a sensação de a ter vivido apenas pela metade e mal vivida. Acordamos pela madrugada e tentamos novas abordagens, novas tentativas, mas pela manhã tudo está igualzinho. Sem tirar nem pôr!
Enredada entre o envelhecimento, as mazelas e as minhas condições de vida, resta-me a esperança! Não sei bem em quê, nem porquê! Penso até que esta última já me deveria ter abandonado.
Como náufraga no meio da tempestade, ainda continuo à tona!
A maneira dela comunicar, super engraçada, as gracinhas, a pele de seda, o mostrar que gosta de mim, fazem com que eu derreta de alegria.
Foi muito bom, mesmo maravilhoso.
Por dentro era de chocolate, o favorito das netas.
Optei por um brunch com dois pratos quentes e foi uma boa ideia. Puderam almoçar os pratos quentes e petiscar pela tarde adiante.
Valeu-me a qualidade da empresa de duas irmãs do norte, cheias de garra e bem fazer que além do seu sorriso, têm muita competência culinária. Tudo impecável e na hora marcada. Fiquei fã.
Um presente super especial da minha neta Maria! Um livro de onde da letrinha dela salta o amor que me tem. E eu a ela!! Tenho-o na mesinha de cabeceira, todos os dias à noite pego nele, leio e choro de alegria!
As memórias que quero deixar nelas, ali estavam em desenho!
Grandes amores pequenos da avó!
Surpresas boas, imaginação a top.
Quase tudo sob controle. Adoro!
Curiosamente sou acometida de uma lucidez surpreendente sobre o passado recente e sobre possíveis alterações que terei de fazer na minha vida. Consigo pensar os prós e os contras, as consequências e até me consigo imaginar nessa situação. A angústia vai aumentando até que adormeço novamente e acordo com muito mau humor vendo que tudo continua igualzinho.
Será pedir muito da vida? Penso que não! Eu mereço!!
Faço o melhor que sei e que posso mas um cansaço extremo começa a apoderar-se de mim. Um cansaço mental que não me deixa seguir para a frente, me paralisa e me castra os sonhos por mais fáceis que sejam de realizar.
Podia ser tudo tão leve e tão bom! Podia!!
Reparo agora na sujidade dos vidros que a chuva provocou e penso que tenho mais uma tarefa em mãos para amanhã à tarde.
Gostaria de estar só a pensar em como tenho muita sorte em ter uma sala grande cheia de sol mas o meu cérebro nunca me deixa viver estes momentos em pleno.
Vou escrevendo e olhando para o relógio porque um compromisso me espera às 18 horas. Já fiz compras, já fui tratar de mim, já cortei uma série de itens nas listas, já programei o jantar.
Vida de mulher é mesmo assim. Um olhar por tudo, uma preocupação constante.
Planear com gosto os pormenores da festa. As velas, a comida, o que cada um gosta.
Fazer listas para tudo e mais alguma coisa. Definir tarefas por dias. Apontar tudo o que não se pode esquecer.
Sábado estará tudo pronto.
Todos estes pensamentos me tornam mais viva, mais jovem e mais atenta. Só por isso, já valeu a pena.
Dizia que gosto de alunos difíceis. Entrar-lhes na alma e perceber por que razão são assim. Encontram-se vidas tão, tão difíceis que me admiro como continuam a caminhar sobre tantas pedras e sem defesas. Gosto de falar com pais e encarregados de educação, perceber o porquê e tentar ajudar.
Quando deixo de ser professora deles fico com muitas saudades. Tenho-me lembrado do Filipe! Fui professora e directora de turma dele no 9º ano. Refilão, tinha comportamentos em outras disciplinas conducentes a processos disciplinares e não era muito simpático para alguns professores. Eu gostava dele e ele sabia. Inteligente mas cábula, no final do ano, quase a fazer 18 anos, ficou retido. Não consegui virar a situação e ainda hoje considero uma falha minha que não me perdoo.
Tinha de se inscrever nas provas como aluno externo e como não o fazia telefonei-lhe. Que não vinha porque não havia autocarro. Fui buscá-lo a casa, inscreveu-se e tornei a levá-lo. Admirou-me o carro e aproveitei para lhe fazer ver que na vida tem de se lutar para se ter as coisas de que gostamos. Que aquele carro só o tinha porque já tinha 60 anos mas antes, quando era mais nova, não era este o carro e nada me tinha caído do "céu aos trambolhões". A vida era luta e ele tinha de se fazer à vida. Acabou por reprovar nas provas e no ano seguinte acompanhei-o como professora coadjuvante. Chamava-me "a minha segunda mãe". Sabia imenso de Ciências e a professora titular admirava-se por ter ficado no 9ºano um aluno já com 18 anos e a saber tanto e avivava-me a culpa de não ter metido na cabeça daquele conselho de turma alguma sabedoria da vida e da volatilidade das coisas.
O outro dia estava na porta da escola. Abraçamo-nos com ternura. Homem feito, apresentou-me a namorada que me pareceu querida. Falámos dos outros tempos e segredou: naquela altura estava a passar por uma grande crise! Tão bom que recuperou.
Continuo com saudades dele. Foi uma turma difícil mas que tinha gente que necessitava de apoio, de mão amiga, de alguma assertividade e mão firme nunca esquecendo as feridas que todos os dias lambiam para não ficarem piores. Queridos alunos.
A segunda companheira e mãe do primeiro filho também esteve presente. A Lena também gostava dela e convivemos ainda alguns anos. Depois fez o seu caminho mas voltou para lhe dizer adeus .
Esteve também presente a actual companheira que eu não conheço.
Haverá algo mais que se possa dizer acerca do grande coração da Lena? Penso que não!
Vivia em frente da minha antiga casa, do outro lado da rua e, quando filho mais velho tinha 3 meses, foi para lá sempre que eu ia trabalhar.
Os meus dois filhos foram para a escola quase a fazer 4 anos depois de terem passado os melhores anos da vida deles junto à Lena e ao Quim que os mimavam até mais não. Nunca queriam voltar para casa e, muitas vezes, fui buscá-los mais tarde porque a brincadeira ainda ia a meio. Quando estavam doentes ficavam na Lena e eu partia descansadíssima para a escola porque os deixava em muito boas mãos. Um cuidado extremo, uma doçura de trato, um bem fazer, que ainda hoje está na memória de todos. Quando saiu o último, de mansinho, disse-me: se quiser ter a menina que lhe falta, eu ainda a crio!
Partiu com tudo o que falámos e desabafei porque, tenho a certeza, nunca contou a ninguém. Quando ia visitá-la era ainda um porto de abrigo, ouvia, dava a sua opinião e sorria. Mulher sólida de princípios, de bem fazer, de carinho, de família.
Há um mês fui vê-la e, quando saí pela porta da cozinha por onde tantas vezes entrei, vi-a e percebi que era um adeus. Olhei para trás várias vezes e ela ali estava à porta com o seu sorriso doce. Virei a esquina e chorei.
Ontem, senti que se fechou um ciclo. Já estava quase encerrado mas a sua morte deu a volta à chave.
No funeral, o padre referiu que cada um de nós devia escolher alguma das qualidades dela e levá-la para a sua própria vida honrando assim a sua memória. Eu já escolhi!
Até um dia querida Amiga.
Ficou a saudade e um grande vazio!
Com o nascer do sol, adormeço. Acordo dali a uma hora ainda melancólica e triste mas vai passando com os projectos novos e um dia novo em folha.
Ânimo necessita-se.