quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Pessoas que fazem falta

 


O Doutor Octávio era o pai de um amigo de filho mais novo nos tempos em que ambos pertenciam à mesma equipa de basquete. Foram muitos jogos com os pais nas bancadas. Ele era o camara man.  Filmava o jogo todo talvez para depois verem os erros e emendarem.

Tinha muito boa impressão dele: muito calmo, muito sorridente, com conversas muito interessantes.

Só mais tarde vim a conhecer o seu percurso politico sempre ligado ao PSD. De vez em quando, encontrávamo-nos no supermercado! Sempre no supermercado e conversávamos nos corredores durante algum tempo. Falava do meu filho e dos dele, do que pensava da vida e de como o sistema politico tratava tanta gente muito competente e que ainda não estava em lugares de topo como deveria estar. Nada que eu não soubesse. Um dia, confessou-me que filho mais novo, naquela altura muito ligado ao partido,  não era bom para a vida politica - era uma boa pessoa e talvez não tivesse o jogo de matreirice necessária. 

De cada vez que era nomeado para novo cargo, eu alegrava-me. Há meses soube que estava doente. Um baque!

Faleceu ontem um homem bom, competente, amigo  e cortês. Era um ano mais velho que eu!


terça-feira, 18 de novembro de 2025

Controle - essa terrível palavra!

 


Durante anos, tentei ter sempre tudo sob controle. Desde a educação dos filhos, passando pelo que era necessário realizar aos olhos dos outros e acabando nas roupas que queria que todos usassem, só porque era o meu estilo. Não o deles, mas o meu!

Sofri imenso sempre que algo saía do que tinha imaginado, ou qualquer imprevisto deitava as minhas ideias por terra! Demorou a aceitar que a vida é o que é e que devemos fidelidade mental apenas a nós próprios. Os piores momentos apareceram sempre de surpresa, nunca os preparei  e, mesmo assim, tive de  agir rapidamente, controlar as emoções e seguir sempre em frente. 

Também tenho o outro lado! Quando não estou bem, deixo escorrer os dias, sem planos ou vontade de modificar alguma coisa. Não duram muito estas fases. Chega uma madrugada em que coloco um ponto final e começo novamente a controlar a vida.

Concluo que me sinto muito mais eu quando tomo iniciativas, melhoro o que tenho a melhorar, trabalho para que tudo dê certo e fico muito mais criativa e alegre.

O meu corpo e a minha alma agradecem. Nem sempre o controle é mau. Só o é quando tentamos agradar aos outros e não a nós próprios. 

A sentir-me bem. No controle da minha vida e dos meus dias!

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Por falar em ser vaidosa

 


Vaidosices como dizia a mãe! Tenho recordações mesmo muito antigas de roupas que usava e de que gostava imenso e me faziam até andar mais direita quando as tinha vestidas.

Lembro-me muito bem deste vestido à marinheiro que eu adorava. Laço vermelho à frente e uma gola branca imensa que se prolongava para as costas! Era outra criança sempre que o vestia. Consigo ainda sentir a alegria que sentia! 

Nos dias dos exames da 4ª classe, escrita e oral, estreei dois vestidos. A mãe foi comigo comprar os acessórios e fomos à sapataria chique onde nunca tinha entrado, comprar uns sapatos de verniz pretos e dois pares de meias brancas. que emoção! Um dos vestidos era totalmente fora da caixa, amarelo e bege que tinha chegado da América oferecido pelos  tios. Nesses dias, nem estive com atenção ao conteúdo das provas! A alegria dos vestidos novos era tal que superou tudo o resto! O que me salvou foi ser boa aluna e ter a matéria na ponta da língua. 

A mãe contrariou sempre esta minha vontade de novidade e alguma extravagância! Nunca conseguiu. 

Também não valia a pena ir com amigas às compras. Se elas dissessem que não, eu comprava na mesma desde que gostasse. 

Não gosto de usar o que toda a gente usa. Gosto de antecipar tendências e modas. Tenho alguma facilidade em ler nas entrelinhas  as tendências. Pequenas coisas que fazem a diferença. Pelo menos, para mim!


Prazeres

 


Não gostava das armações dos óculos que comprei há pouco tempo. Fui eu que as escolhi mas devia estar num dia mau! Faziam-me mais velha, com um aprumo senhoril que não quero ter. Sempre fui inovadora e nada tradicional na forma como me visto e nos acessórios que escolho. Aqueles óculos não tinham nada a ver comigo. Olhava-me no espelho e só via uma senhora respeitável da 3ª idade. Eram uns óculos sem personalidade que não condizia com a minha. 

Hoje foi o dia de ir mudar as armações! Do 8 ao 80 mas gosto delas. Ficam bem comigo! Se ninguém mais gostar...paciência! Quem anda todos os dias com eles sou eu!

Renovação necessita-se por estes lados!

Saudades do pai


 Acordei a pensar nele e na falta que faz aos meus dias. Ter-te por perto, fazia-me mais segura e empoderada. Sabia que nutrias por mim, além de um grande amor, uma admiração pelo que sou (ou fui!). 

O teu sentido de humor sobre as minhas características, eram abraços emocionais e o teu sorriso e o modo como me tratavas eram o sol da minha vida. Por vezes chamavas-me " a menina Eulália" e contigo eu sempre me senti menina. 

Gostavas que eu seguisse as tradições, gostavas de me ver fazer filhoses (como dizemos) ou temperar um cabrito que tu dizias eu fazer como ninguém. Há lá coisa melhor que ter o apreço de um pai?

Guardo as tuas cartas escritas com a tua letra tão característica como se fossem relíquias e, de vez em quando, vou revisitar esse passado que não volta. 

Gostavas da minha casa de praia e vivemos lá muitos bons momentos! 

Tinhas um humor tão teu e que é também tão meu que ainda agora me emociona. O meu está a perder-se por falta de parceiro na picardia.

Fazes-me falta para conversar contigo sobre a vida, sobre o que vale a pena, sobre as imperfeições que eu queria não existirem. Tu, com a tua inteligência e sabedoria, dir-me-ias que tudo faz parte da vida, que a vida não é um mar de rosas e temos sempre de seguir em frente. Embora sofresses, sabias (tal como eu) que tudo passará.

Invejo ainda hoje a tua inteligência e tenho pena, que por fraca visibilidade dos teus pais,  não tenhas sido um grande engenheiro ou um grande gestor!  

Tenho saudades da tua cumplicidade comigo e dos teus desabafos. 

Guardo comigo um dia em que quebraste a tua atitude mais séria,  quando já doente, me deitei ao teu lado na cama  e me aconcheguei a ti. Senti a tua ternura pelo gesto e, mesmo sendo pouco tempo, é das recordações mais doces que tenho. Tiraste a capa do querer parecer duro e ficámos só dois adultos que se amavam no mais fundo dos nossos corações. 

Saudades de ti, meu pai!

domingo, 16 de novembro de 2025

A ministra da saúde provoca-me urticária

 


Lembra-me sistematicamente a "outra" da educação que arrasou escolas, professores, credibilidade do sistema educativo como se não houvesse amanhã. Nunca mais se reergueu. Ela sim! Ocupa um belo cargo e ainda de vez em quando a oiço na televisão a a dar a sua opinião sobre assuntos educativos!!! Incrível como se convida uma entidade destas para falar sobre o que não sabe nem nunca soube!

Esta da saúde vem dar a machadada final no SNS. Mandatada ou não, a sua arrogância, a s suas mentiras, nunca desmentidas, o seu modo de estar e dizer que não tem culpa de nada e nunca se demitirá, mexem comigo. Em primeiro lugar, porque me fazem lembrar a outra, em segundo, porque o meu medo maior é perder o pais o que de melhor tinha: Um SNS eficaz, onde todos tinham lugar, onde eram atendidos por profissionais competentes e se tinha a certeza que, mesmo sendo pobre, não se morria por esse facto. Neste momento não sei se será verdade!

Há seis meses fiz, pela primeira vez, uma reclamação à administração de um hospital dando conta do modo como cara metade foi tratado alertando para as consequências fatais que daí poderiam ter resultado caso não rumasse a Lisboa e entrasse num hospital privado!

A minha família paterna vive nos Estados Unidos quase desde sempre. Toda a minha vida ouvi casos de pessoas doentes que, por ter acabado o plafond do seguro médico, eram mandadas para casa, pessoas que embora vivessem bem, pelo facto da doença se prolongar, tiveram que fazer hipoteca da sua sua casa, pessoas que morreram por não terem o dinheiro suficiente para se curarem! O presidente Obama prometeu mudar a situação mas a pressão foi mais forte e não conseguiu. Vivi a ouvir estas histórias e agradecia sempre que saía do SNS curada, fosse atendida de dia ou de noite. 

Vem agora esta ministra demonstrar-me que os meus receios não são infundados. 

Num país de velhos, com reformas de miséria, alguém já pensou em como solucionar o problema? Ou não é um problema e querem só modificar a pirâmide etária? 

Medo! Muito medo!

sábado, 15 de novembro de 2025

Presentes de Natal

 


No Natal, quando já éramos crescidos os meus pais sempre nos davam dinheiro. Não sabiam o que oferecer e também já não tinham saúde nem disposição para procurar presentes. 

Fiz sempre questão de comprar algo com cada uma dessas quantias que eu não compraria porque era supérfluo,  e que me acompanham ainda hoje. Sempre que me deito no sofá na minha almofada de meio ponto, linda de morrer, fico perto deles porque foi um presente  de Natal oferecido com muito amor.  Super cara para a época. 

Tenho outras peças compradas com o dinheiro do Natal e que sempre estarão comigo nas minhas memórias.

Penso que chegou a altura de começar a tradição com os meus filhos! Proporcionar-lhes momentos que ficarão para a vida e se lembrarão que foi um presente dado com muito amor. A vida é feita de e para estes momentos.

A pesquisar hipóteses mas já quase decidido.

sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Memórias

 


Fico feliz quando as minhas netas se recordam daquilo que fizemos juntas. Têm na memória pormenores que a mim já me escaparam. Hoje recordavam a ida ao teatro para ver a Bela e o Monstro. O que ficou para mim foi a imagem de dois seres pequeninos sentadas  à minha frente em almofadas de veludo vermelho e a felicidade delas a recontar a história depois do final. Foi um dia grande aquele!

Elas lembram a história. O ajudante do monstro que veio oferecer uma flor a uma delas e o que isso representou para elas. 

Eu lembro a ternura e os olhares felizes delas.

E assim se criam memórias que ficam. Tão bom!

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Lindo!


Coisas que nos tocam o coração!


Trivialidades

 


As árvores que rodeiam a minha casa cresceram imenso desde que vim para aqui viver já lá vão 25 anos. Uns cedros pequeninos no jardim da frente, tornaram-se gigantes e frondosos ao contrários de outros que  continuam esguios. Nas tardes mais calmas dou comigo a medir mentalmente as distâncias e o tamanho dos cedros para perceber até onde chegam se o vento do Inverno os deitar  abaixo. Concluo sempre que as varandas não se salvam. 

Hoje está um dia de vento. As tílias abanam imenso mas o que me preocupa são os cedros que são conhecidos por terem raízes pouco sustentáveis. 

É bonito estar rodeada de verde mas nestes dias a paisagem torna-se agreste e preocupante.

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Redes sociais

 


São o que cada um quiser. Perturba-me o destilar fel em certas contas, o não aceitar a diferença o insulto gratuito só porque não se gosta.

Eu deixo de seguir. Tão simples quanto isto. Seguia uma jornalista que sistematicamente estava contra a escola e não enfrentava as dificuldades do filho, chegando mesmo, em frente dele, a culpar e a ridicularizar os professores e a escola. Deixei de seguir! Uma paz!

Seguia uns pais de muitos filhos tremendamente incoerentes entre aquilo que fazem e aquilo que dizem para os outros fazerem. A mãe sempre super bem arranjada mas as filhas, segundo eles, usam roupas largas e compridas para não despertarem a sua sexualidade! Como serão estas crianças daqui a uns anos? Uma ilha no meio da sociedade ou a revolta que vão sentir vai fazê-las despertar e inserirem-se bem? Como as conversas dos pais me irritavam deixei de seguir!

Deixei de seguir tudo o que soa a falso, a mentira, a querer aparecer e a esconder o que se vê por todas as entrelinhas. A vida é composta por tudo. Não vale a pena transformá-la em paraíso irreal. Quanto mais tentam menos conseguem!

domingo, 9 de novembro de 2025

Minha neta mais nova fez 2 anos

 


O tempo escorre por entre tanta tarefa, doenças, trabalho e família. Estes dois anos foram de puro encanto com esta neta de sorriso lindo e meiguice que derrete corações. 

Temos um amor lindo, entremeado por videochamadas, presenças, brincadeiras e muito riso. 

Super emocionada por ela que estava tão feliz mesmo não sabendo bem o que é fazer anos.

Muitos anos pela frente minha querida neta e que eu anda veja alguns deles e participe nos teus momentos e dias felizes que continuarão, pela certa.

Amo-te do fundo do coração!💗

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Nova etapa

 


A recuperação, segundo os entendidos, só ficará completa com o treino de ginásio. Vou começar hoje. Nervosa? Bastante. Até agora foi só fisioterapia que agora vou intervalar com o PT e as ordens dele. 

Logo hoje que acordei mal disposta, com dores, e vontade extrema de me aninhar no sofá com uma manta e o aquecedor por perto. 

Mas tem de ser! Quero acreditar que não necessito mas é só o meu cérebro a tentar enganar-me na idade e na condição física. Vêm depois as balanças a recordar que tenho muito pouca massa muscular e a descoberta de que o meu cardiologista que eu considerava  ter na ordem dos 70 anos, ser mais novo do que eu! Choque!

Vamos lá a mais uma aventura!

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

As netas

 


Estive com elas, brinquei, ouvi-as nas suas vozinhas suaves, passei tempo de qualidade, muita mesmo, com elas e voltei renovada.

Esta renovação continua enquanto me fizerem rir por dentro,  todas as expressões, todos os ditos e a sua maneira de ser tão pessoal e única de cada uma delas.

Sinto-me mais nova, os meu problemas relativizam-se e parece que tudo fica mais fácil de resolver. Hoje acordei assim. 

Meus amores lindos!

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Dias que marcam a nossa vida

 


Hoje, filho mais velho faz anos! A primeira ideia que me veio à cabeça logo que acordei. 

Um percurso comprido e cheio de amor! Com ele nos braços e sem experiência com bebés julguei não ser capaz de o levar  para a frente! 

Fui capaz e trouxe-me momentos muitos felizes e um amor sem fim. 

Éramos tão diferentes do que somos hoje, meu filho! Um bebé meiguinho, amoroso, com um sorriso fácil e muito carinhoso. Eu ainda tão ingénua sobre a vida e as armadilhas que me podia armar. 

Saltámo-las todas até agora. 

Um homem de sucesso, um pai e marido maravilhoso, um Homem de família, pragmático, atento aos pormenores que fazem a diferença e muito distraído quanto ao que não faz falta. 

Vertical, inteligente, muito bom profissional, com uma meiguice envergonhada que me desarma sempre que a sinto. 

Sorte das minhas netas que vão crescer com um pai que as protege e, ao mesmo tempo, lhes indica o caminho a seguir. 

É só continuar! O coração da mãe estará sempre contigo!

Adoro-te!

domingo, 2 de novembro de 2025

Não tolero coitadinhos

 


Aquelas pessoas que mesmo sentadas em boas almofadas se continuam a lamentar ou porque faz sol, ou porque lhe dói o dedo do pé ou porque o mundo devia ser diferente ou porque queriam ser outra pessoa, ter outras coisas que não aquelas, ou simplesmente porque a única linguagem que aprenderam foi a da lamentação e a do queixume.

Ao longo do tempo, tenho verificado que esta atitude traz muitos benefícios a quem a assume. Ninguém os inveja, todos têm pena e são impelidos a ajudar quem não necessita e o coitadinho vai vivendo a vida de forma regalada sem dar nas vistas e sem grande trabalho ou impedimento.

Já eu, que detesto estas posturas e, apesar de tudo o que me tem acontecido, cabeça erguida porque ninguém necessita de saber e também não adianta nada e estou muito bem comigo mesma, sinto que atraio sobre mim raivas de descontentes com a vida que me desejam mal. Finjo que não sinto nem vejo mas tem sido uma constante nos meus dias. 

A  vida de cada um é o que é. Para além do que se vê há um mundo obscuro que nos pertence e da esfera privada. 

Falta aos coitadinhos um aspecto que considero muito importante: arranjar uma vida e começar a vivê-la. Com o bom e com o mau que dai advém. Vão ver que se sentirão muito mais realizados do que a olhar para o lado a ansiar ser outros que não vocês.

sábado, 1 de novembro de 2025

Foco para mudar

 


Quando queremos testar e mudar algo em nós o foco mental é o mais importante. 

Sei que tenho de mudar o meu corpo, já não por uma questão de vaidade e sedução mas porque com menos peso a minha coluna, além de agradecer, vai portar-se melhor, eu vou deslocar-me melhor e tudo se alterará para melhor. 

Para quem não está habituada a grandes programações de refeições o plano alimentar é sempre uma nova competência a mobilizar. Têm sido dias engraçados. Ter sempre em casa o que me é pedido para cada refeição, passar algum tempo na cozinha a preparar os pratos a cozinhar, tentar decorar todos os pormenores (ainda não consegui) e sentir que realmente faz muito bem ao meu corpo e à minha mente. Deixei de beber café o que se tem tornado numa mais valia. 

Se tem sido difícil? Nada! Quem faz estes planos sabe o que está a fazer. É o meu plano para os meus problemas e não  serve para mais ninguém. Tem objectivos bem definidos nestes primeiros três meses um dos quais é reduzir a ansiedade. 

Quando vacilo, é só focar mais à frente e  colocar na balança os prós e os contras. Todas as mulheres têm um conjunto de roupas de magra e outro conjunto de roupas para assim assim. É uma alegria extrema quando aquelas calças que nem apertavam e se pensava nunca mais usar entram e apertam com toda a facilidade. Focar nesse dia, nesse instante e continuar a planificação. 

É tão simples como isto!


sexta-feira, 31 de outubro de 2025

O futuro

 


Penso muito no que a vida ainda me reservará. Não só coisas más mas sonho muito com dias glamorosos e em felicidade plena. Pode ser  que nunca aconteça. Pode ser que já não tenha tempo, mas a motivação que esta sensação me traz aos meus dias é fantástica.

Tenho tanto ainda para fazer, para dizer, para construir e para usufruir. Não posso baixar os braços porque o futuro se constrói com garra, decisões e muito amor para dar.

O "deixa andar" é o pior inimigo da felicidade. Todos os dias que acabam já não voltam e há que ser persistente e consistente nas mudanças que se querem.

Faço por isso todos os dias. Mesmo que me doa a perna, mesmo que esteja triste, mesmo que não me apeteça nada, levanto-me do sofá e vou. Um banho quente, muitas vezes, resolve toda a inércia acumulada psicologicamente.  

A esperança é a última a morrer!

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Coisas

 


Mais uma consulta com o médico que me operou. Pensava que me ia dar alta mas não. Volto no final de Dezembro para acabar bem este ano terrível. 

Embora melhor, escreveu que não posso fazer algumas coisas e que a vida profissional, por enquanto,  está fora de questão. 

A vida a dar ensinamentos! Se eu alguma vez pensei que iria acabar os meus dias (anos) de trabalho nesta baralhada de doenças, operações, recuperação, muletas, dores  e afins. 

Tinha a teoria, por tanta gente que observei,  que mal uma pessoa entra na reforma começam a aparecer doenças atrás de doenças e a vida torna-se um caminhar para médicos e tratamentos, retirando todo o prazer ao facto de nos podermos levantar quando queremos,  dar passeios que podem iniciar-se à segunda feira e prolongar-se pelo tempo que nos apetecer. 

No meu caso, nem foi necessário chegar à reforma! 

Pensar positivo e saber que podia ser muito, muito pior. 

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Há vida lá fora


Apesar de não me apetecer,  sei que tenho de dar uma grande volta à minha rotina. Introduzir um pouco de normalidade ao meu dia a dia. 

Uma amiga disse-me, há pouco tempo, que eu era um ser espiritual e muito intuitivo. Sei que sim. A minha intuição faz-me sofrer horrores, a maioria das vezes. Desta vez, diz-me que tudo está a entrar num rumo que considero certo. 

Dificuldade ainda em programar tempo para mim. Dificuldade em arranjar-me como gostava. Dificuldade em sentir-me segura e confiante como antes. 

Comecei pelo plano alimentar que está em marcha. Muito confiante! 

Vai continuar por visitas aos meus sítios preferidos onde tratam de mim. A coxear, mas irei. Fundamental para a minha saúde mental. 

Voltar a estar com os amigos nem que seja para tomar um chá. 

Começar a viver. Mais uma vez!

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Testar a perna e a coluna

 


Este fim de semana foi de testes. Andar,  tentar fazer uma vida fora de casa e sentir como o corpo reagia.

Da parte da tarde, ficava com dores. Continuava, coxeando mas andando. O ginásio aproxima-se e tinha de saber como estava.

À noite já só pensava em me colocar na horizontal. 

Balanço: Não estou pior e aguentei a experiência. Tomei comprimidos quando  estava mais aflita com as dores. Coxeei o que me custa imenso porque parece que vou cair a qualquer momento e me faz lembrar das minhas limitações. 

A única coisa que invejo é ver alguém a caminhar rápido e ligeira para qualquer lado. Dizem que vou conseguir mas ainda não vejo a luz ao fundo do túnel. 

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Mudar rotinas

 


Necessariamente terei de frequentar o ginásio todos os dias! Fortalecer músculos atrofiados e outras maleitas.

Foi ontem a altura certa para falar com o PT que me vai acompanhar. Uma espécie de PT  especializado em "velhas" cheias de problemas que é necessário minorar. Pareceu simpático mas sei que vou sofrer horrores nas primeiras sessões. Até chegar ao ginásio já me custa quanto mais lá dentro!

Força de vontade, resiliência e muita paciência. Focada nos resultados e não no tempo intermédio. É difícil mas será um dia após o outro. 

Assusta-me saber que será para toda a vida mas não vou pensar nisso agora. Pode ser que me surpreenda e que, daqui a um ano, seja o meu corpo a pedir mais. Duvido mas o futuro é sempre algo incerto e que nos pode surpreender. Já agora, que seja pela positiva.

terça-feira, 21 de outubro de 2025

O corpo é que paga

 


Aqui não se trata da  cabeça não ter juízo, mas o meu corpo tem sofrido bastante  desconforto nos últimos tempos. Dizem que é necessário andar e fazer exercício mas, à medida que o tempo passa, o desconforto muscular fica maior e só me apetece voltar a casa. 

Tenho forçado bastante mas há dias em que subir uma rua a coxear me faz sentir física e psicologicamente exausta. 

Muita paciência e acreditar em quem diz que vai ficar tudo igual ao que era antes.

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Andamos cá tão pouco tempo...

 


Que seria estúpido perder um minuto que seja das nossas vidas e dos nossos dias na não verdade e no fingimento. Deixei-me disso. 

Tenho bem claro o que é importante para mim e é só nisso que me quero concentrar. Viver de acordo com as minhas ideias, os temas de que gosto, os meus projectos e não me sacrificar pelos projectos dos outros que por vezes deixam de ser antes de começarem. 

Viver com verdade e com propósito. Não aguentar com os sentimentos de culpa , com as perspectivas e com  complexos alheios. Já bastam os meus. 

Reduzir a minha carga de ansiedade, minorar as minhas dores físicas e psicológicas e viver inteira. Não escolhi a vida de ninguém, não tomei atitudes com as quais não concordo e fiz muitos sacrifícios para chegar aqui. Não vestir o "fato" de ninguém nunca mais. Cada um por si!

Acredito que esta postura vai fazer uma grande diferença na minha vida!

domingo, 19 de outubro de 2025

Viver e não sobreviver

 


Apesar das dores e do mal estar que de vez em quando me atacam, é necessário aproveitar este tempo para olhar para dentro com verdade e alguma dureza necessária. Ver o que não gosto e corajosamente  ir à procura da mudança. 

Descrente, como sempre, mas sem perder a esperança de que seja desta vez. 

Procurar novas abordagens que me motivem e me façam sair do trilho sempre igual. 

Notar diferenças no modo como encaro a vida, como se desenrolam os dias e como me sinto. 

A esperança começa a aparecer. A vontade de fazer coisas aumenta. A urgência da mudança torna-se fundamental. 

Anseio ser uma melhor pessoa, tanto física como mentalmente. Como não há almoços grátis, é necessário acção. 

Focada!

sábado, 18 de outubro de 2025

No casulo

 


Acredito que enquanto a lagarta está no casulo, múltiplas transformações ocorrem sem que ninguém as veja. É só e apenas o tempo a operar as transformações.

Assim me sinto eu. Dentro do casulo, enroladinha, com imensas transformações a acontecerem, físicas e mentais. A trabalhar silenciosamente, sem grande alarido, para que, quando sair, possa voar e se tenha dado a transformação que tanto espero. 

Esta semana foi importante. Muita mudança e uma nova maneira de ver rotinas e maneiras de pensar. Não foi sem sacrifício mas também é necessário quando se encaram novas abordagens e a realidade toma conta de nós quando, normalmente, andamos a fugir dela a sete pés!  Estamos nessa. 

terça-feira, 14 de outubro de 2025

Adoro que me mimem


 Me ofereçam coisas que normalmente não compraria, experiências que normalmente não experienciaria, estar em sítios onde a beleza e o serviço me façam feliz só por existirem! 

Gosto de coisas boas, de mimos, de requinte! 

A necessitar de combinar algo assim! Pode ser em Portugal onde há lugares mágicos que ainda não conheço.  Necessito urgentemente de um presente de Natal antecipado oferecido a mim própria como recompensa de tanto que se passou nos último tempos. A começar a investigação!

Adoecer pelo stress

 


Ontem começaram a doer-me os dentes. Não um, mas alguns deles! Considerei estranho mas não tomei medicamentos. Fui dormir e fiz meditação por um bocado. A dor foi acalmando e passou!

Temos de ter cuidado com a nossa saúde mental. Com o que nos irrita, com o que nos faz mal! Foram os dentes mas, ao longo do tempo, podem surgir outras doenças mais graves. Só há uma solução: fugir de tudo o que me perturba a alma e pensar egoisticamente no meu bem estar. Não valorizar, não me importar. 

O tempo colocará tudo no seu lugar. Sempre!

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Começo a pensar que há vida fora de casa

 


Para mim é um sinal de que a força e a vontade de viver começam a renascer. Sinto-me um pouco mais capaz. Fisioterapeuta diz que até a minha cara já está diferente. 

Pela noite a perna fica pesada mas a dor já não me impede de dormir. Noites mal dormidas são dias de castigo. Há muito ainda por fazer. Tenho feito exercícios todos os dias com ou sem fisioterapeuta. Não uso muleta embora me apeteça, por vezes, sentir-me mais segura. Anda comigo no carro e não tem saído de lá. 

Dedico o tempo aos afazeres de casa que podem ser resolvidos via internet. Tenho aprendido imenso em sessões de aprendizagem que vão surgindo e lido muitos artigos científicos. 

Ocupar o tempo de uma maneira inteligente e não apenas vê-lo  a escapar-se. 

O anoitecer é sempre o pior momento. 

domingo, 12 de outubro de 2025

Dizem os entendidos que os blogues acabaram!


 Para mim, ainda não. Descobri que é um modo de eu escrever todos os dias, de alinhar ideias, de não perder a prática de passar a outros o que sinto e como sou. 

Desde muito pequena que o faço. Ainda não havia internet mas eu já tinha diários onde escrevia, todos os dias, o que me ia na alma. 


(19 anos)

às vezes penso que não vale a pena viver! A sério! E aqui quedo-me !Mas o que é mesmo viver? Será levantar todos os dias e deixar que o tempo e tudo o resto passe por nós, ou viver será ir ao encontro das pessoas  e das coisas que nos fazem felizes? Se realmente é a segunda hipótese, eu não estou a viver!  Isso assusta-me um bocado. Não sei se realmente eu saberei viver.


16/12/81 ( numa grande paixão)

Não sei mais nada! Só sei que tenho uma imensa necessidade de escrever, de deitar cá para fora o que sinto, todas as emoções que vivo, a força no peito que me oprime quando tu não estás, o medo de perder de ti o que me deste. Não sei o que faço, porque o que faço e o que sou quando estou contigo se esvai. Preciso de ti mas não sei bem porquê, nem para quê. Quando te vejo, sinto uma emoção crescer mas, quando te deixo e te digo "até amanhã", a emoção morre porque ela só é possível contigo.

15/09/83  (noite cerrada)

Há mil madrugadas sem amanhecer.

26/09/83  (11.20 da noite)

Acabei o meu curso!! Soube há pouco que tinha feito a última cadeira. E agora? que vida de mar e rosas e espinhos me espera? Que quero eu desta vida? Que quer esta vida de mim? Que etapas terei ainda de vencer e quantas vezes ainda direi não quando quero dizer sim? Quando vou encontrar-me? 

É bom ou é mau? Ou não é nada disso, só uma vida anónima a desenrolar-se, como qualquer outra? Obrigada a todos e a mim pela sensação boa que estou a sentir neste momento. Estou feliz. Alcancei mais uma meta.


Depois, continuei a escrever . Até hoje! A minha vida toda em cadernos e apontamentos vários. Quando encontrei os blogues considerei ser um modo fácil de me exprimir e partilhar alguns aspectos da minha vida e do meu olhar pelo mundo e pelas coisas. Assim continuarei a fazer. Talvez as minhas netas ainda tenham acesso à minha alma através dos meus escritos. Quem sabe!


sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Coisas que me acontecem


 Por vezes, dou comigo a pensar em tempos passados, a relacionar factos, a pensar sobre atitudes que vivenciei, a ruminar assuntos mal resolvidos de amarguras que, na altura, fizeram alguma mossa mas, por falta de tempo, não deu para amolgar muito. 

Agora, por vezes, aparece, não sei de onde uma clareza de ideias e de acontecimentos, de teias que não vi e vejo agora, que me  até me espanto com tanta falta de visão da minha parte. O trabalho não me deixou pensar e se calhar nem tive tempo para tal.

Nem vale já nada a pena mas gostava de ter sido mais lúcida. Paciência! Ficou a experiência! De nada me valerá mas tornar-me-á mais sábia!

Conversas boas logo pela manhã

 


Normalmente há telefonemas e videochamadas com queridas netas. Notícias do dia a dia, expressões, coisas engraçadas que dizem e fazem e parece que o mundo fica mais brilhante.  Em cada dia que passa, tudo vai mudando, a pequenina diz mais palavras novas, ri-se, vê-se que é feliz. A Maria imita na perfeição as irmãs mais novas e eu caio sempre no engano! 

A leveza da infância a entrar pelos meus olhos e a fazer-me sentir  mais capaz e mais leve. Está difícil mas há-de nascer o dia em que me sinta mesmo a 100%. 

Por enquanto, uma sensação de incapacidade continua a perseguir-me. 

quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Mais exames médicos

 


Desta vez, de cara metade. Rumo ao hospital, bem cedo, como convém. Preparar o necessário, não esquecer o acessório e devagar, muito devagar para não me cansar a perna, lá vamos nós. 

A vida é sempre para a frente. Não vale a pena pensar muito se se consegue ou não. É preferível bater palmas a nós próprios quando atingimos feitos não imagináveis. Hesito muito. Tenho medos que depois de feitas as coisas se desbloqueiam. 

A única hipótese é tentar! Vamos a isso.

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Começo a acreditar

 


Estes dois últimos dias trouxeram-me maior mobilidade e menos dor.  Ainda não consigo sair sem muleta porque me canso e tenho medo de desequilíbrios. Próxima meta!

A fisioterapia tem feito muito e, pouco a pouco, vou deixando de sentir o pé dormente, vou caminhando cá por casa dando  voltas à sala todas as manhãs. 

Esta semana vou ao ginásio, tratar de assuntos de PT, horários e quejandos. Necessito ainda de alguma coragem mas tenho de começar. Penso que vai voltar a dor intensa e esse pensamento paralisa-me as ideias.

Tantos assuntos em pausa  e tão pouca capacidade de os resolver! Melhores dias chegarão!

Acredito!

Quando uma pessoa não tem juízo, o mundo é todo seu!

 


A mãe costumava sempre dizer esta frase quando alguém se excedia ou fazia algo que ia para além das normas estabelecidas com todas as consequências, normalmente negativas que daí resultavam! 

Queria dizer que as normas estabelecidas eram balizas ajuizadas para reger o mundo e que ultrapassá-las ou não as  cumprir daria  sempre  em asneira.

Quase todos os dias acordo com os ditos da mãe na cabeça! Coisas que já nem me lembrava e vêm do sono para me lembrarem que ela ainda está comigo em sonho. Até consigo ver a cara de desalento dela ao dizê-lo!

É bom, muito bom! 

Querida mãe!

domingo, 5 de outubro de 2025

Poupanças

 


Quando reservo algo, seja hotel ou alojamento local, perco algum tempo a pesquisar os melhores preços. Normalmente telefono para o hotel e pergunto o preço da estadia. Algumas vezes, torna-se a mais económica mas nem sempre. Logo de seguida procuro o booking que me traz bastantes descontos. Mais uma vez, foi a tarifa mais em conta. Vale de alguma coisa fazer sempre ou quase sempre as reservas através da plataforma. Menos 30 euros/noite.

É então altura de parar uns tempos e esperar. Não gosto de reservar logo, principalmente em épocas que já não são altas. Esta estadia prende-se com exames médicos que se iniciam muito cedo e já não vou tendo muita capacidade de iniciar uma viagem cerca das 5.30h da manhã, contando com o trânsito da hora de ponta. Vamos de véspera e, mesmo assim, conseguir  estar presente no hospital às 8.15H já vai ser penoso. Quanto mais perto estiver o hotel, melhor. Há comodidades que não se pagam. Usufruem-se.

Amanhã faço a reserva, não vão desmarcar os exames ou coisa que o valha. 

sábado, 4 de outubro de 2025

Redes sociais

 


Não sou viciada e não perco muito tempo nelas. 

De vez em quando, começo a seguir perfis que me dizem algo ou com quem posso aprender algo. Com o tempo, vão-se transformando em flops. Por incoerência, por ideias completamente retrógradas e com as quais não me identifico, por arrogância de quem as dirige, enfim gente que me causa algum desconforto. 

Podia escrever comentários de desacordo, fazer insultos (como muitos fazem) mas nunca faço isso. Esta manhã foi tempo de deixar de seguir uns quantos que simplesmente me irritam com a sua moralidade que é só para os outros. 

Tudo eliminado! Paz!

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Como resolvem os problemas que vão aparecendo?

 


Como clarificam a mente, relativizam, procuram soluções e as encontram?

Para mim foi e será sempre através da troca de ideias. Eu exponho e o outro vai dando dicas, relativizando, acrescentando o seu ponto de vista e, pouco a pouco, a montanha transforma-se em planície.

O blog serve um pouco esta função de clarificação mental.

Depois do post anterior, fui ao shopping, comprei pão, a revista do costume, planifiquei uma série de actividades,  andei imenso, fui à Escola e cheguei a casa cansada mas realizada. 

Logo a seguir a sessão diária de fisioterapia. O sol está aa ir embora mas hoje foi um dia produtivo dentro das limitações mentais e físicas que me atormentam. 

O blog começa assim a deixar de ser o "blog da recuperação da menos nova" para continuar a sua jovialidade focado na ânsia do futuro.

Coisas que não compreendo em mim

 


Estou saturada de estar em casa mas tenho medo de sair por aí, cair ou ter uma dor mais forte. Então mantenho-me pelos espaços que conheço bem.

Tenho imensas coisas para  estruturar. Não ser eu a fazer mas chamando alguém. A motivação para estas acções desapareceu. O armário necessita de arranjo e eu necessito de vontade de organizar coisas mesmo que sentada numa cadeira. 

Os dias passam por mim e só anseio não ter dores. 

Os percursos mais banais como ir ao shopping, ao supermercado, deixaram de fazer parte da minha rotina. Medo! Irracional mas, mesmo assim, medo que retira todo o prazer de ir.

O banho diário é uma odisseia. Pensar antes de colocar os pés, pensar como entrar e sair, pensar como me vestir sem muita dor. Vou descobrindo pouco a pouco o modo de me deitar sem dor,  o modo de minimizar a dor nocturna, o modo de minimizar as dores ao sentar e levantar. Estou uma expert. 

A fisioterapia continua diariamente. Cada vez com mais exercícios o que penso ser um bom sinal. 

Muita paciência para este tempo.

A seguir, vem o ginásio que começa e não terá fim! Assustador mas pensar que para muita gente é um modo de recreio e de convívio saudável  e que tenho de o transformar em tal para não se transformar em coisa negativa. É para repor músculo? Vamos lá então. 

Já estou por tudo!


quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Cansada da complexidade da vida

 


Gosto de gente simples, sem segundas intenções, de riso fácil e de encontros leves. Gosto de me sentir relaxada, alegre, sem grandes problemas para resolver. Cada dia que passa, tudo se torna mais complicado e mexe comigo e com o meu bem estar. Antes eram só problemas. Agora são montanhas. 

Sinto cansaço onde antes só havia desmotivação. Não vou porque não consigo. 

Cansada de dormir mal, de ter dores, de mão encontrar a compreensão de que tanto necessito. Cansada de dar sem nada receber. 

Dia mau? Talvez. Dia de concluir que necessito novo atestado médico, até ver!

Olhar por mim e para mim.  

Nunca devemos ser a personagem secundária numa história porque a história nunca é sobre a personagem secundária!

terça-feira, 30 de setembro de 2025

A gestão do património

 




Não deixar coisas por resolver para a próxima geração. Tenho procurado orientar tudo para que os filhos não tenham de decidir nada e tudo esteja resolvido. 

De vez em quando, assaltam-me pensamentos ilusórios de recuperar casas no meio da paisagem e viver lá tempos de férias com as minhas netas, mesmo sabendo que, ou elas não quererão ir, ou eu estarei com alguma maleita ou as duas hipóteses ao mesmo tempo. Há ainda a acrescentar que o campo me deprime. Não gosto de parar muito tempo a olhar serranias. Sei-as de cor! 

A melhor ideia é vender. Um nómada digital ficaria feliz numa das propriedades com 1,6 ha e uma casa de granito bem no centro do terreno, com dois andares. Tem um tanque de granito que transformado em piscina era um must. Uma paisagem de sonho. Era a nossa propriedade preferida porque o terreno é fértil, está próximo da aldeia, e tem imensa água. Mais tarde o  pai transformou-a em soito com belos castanheiros que em 2017 arderam quase todos. Depois, foi o tempo de reconstruir que já me coube a mim. Pouco a pouco, os castanheiros vão crescendo novamente, sendo amparados por quem sabe. 

Pensar numa solução sem chegar a nenhuma conclusão.

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Aprender a investir


 Tenho dedicado o tempo em que a dor não aperta tanto para aprender mais e mais sobre investimentos e formas de não desvalorizar o dinheiro face  à inflação. Tenho espírito de jogadora, gosto do risco e não tenho medo de investir em produtos sem capital garantido. Sinto é que tenho de aprender mais e mais sobre estes produtos novos para não fundamentar as minhas escolhas nas opiniões dos meus gestores de conta. Passei um serão de duas horas a ouvir um expert em investimento em bolsa e aprendi muito mas não o suficiente. 

É necessário preparar a reforma. Sabemos que vamos ganhar menos e as despesas com a saúde vão aumentar. Se a estes dois factores se somar a ideia de que não posso recorrer com tranquilidade ao SNS sob pena de morrer antes que algo se resolva, está provado que a ideia de que devo cuidar muito bem das minhas poupanças é fundamental.

Os depósitos a prazo davam algum retorno no tempo dos meu avós e pais. Neste momento, não cobrem a inflação. Há que inovar. São temas de que gosto e que me dão gosto aprender. 

Vamos a isso. A reforma aproxima-se. As despesas com a saúde já se instalaram!

Coisas que invejo


 Dou por mim a olhar a rua e as pessoas passeando cães, andando a pares, rindo, apanhando coisas do chão, levando sacos, alegres e sem esforço. Neste momento, todas estas visões me causam uma inveja terrível porque eu não consigo, porque tenho dor e medo. 

Fisioterapeuta diz que em outras situações passei pelo mesmo estado de espírito até à cura total. Não me lembro mas vou acreditar porque necessito de alguma motivação.


domingo, 28 de setembro de 2025

Certezas

 


A minha vida adulta foi sempre pautada por abnegação e sacrifício. Se se podia gastar menos, gastava-se, à custa de algum trabalho extra que não me apetecia muito.  Pelos filhos eu fazia tudo e voltaria a fazer se fosse necessário. Também me sacrifiquei por outras pessoas que não valeram a pena  mas encaro  as situações como aprendizagem.

Agora chegou o tempo de zero sacrifícios. Bem basta o que basta. Se posso melhorar o meu dia a dia assim farei. Se custa dinheiro, paciência! Se posso ter mais conforto nas acções a realizar  vou ter direito a tudo. 

Contente por ter mudado o chip que me vai permitir usufruir de pequenos prazeres usuais na minha idade. Devia ter sido assim toda a vida mas já não vou a tempo. 

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

A insegurança que se instala com a doença

 


A dor é um factor crucial para gerar em cada um de nós uma insegurança que nos tolhe. E se não consigo? E se me dói para lá do suportável?  E se ficar em casa nestes dias for a melhor opção até me sentir mais forte?  E se não consigo conduzir? E, e , e ...

Hoje, acordei emocionalmente mais forte. Mais determinada a transformar esta rotina parva de considerar que não conseguia fazer nada. Muitas coisas não consigo mesmo e tenho dores horríveis mas não é sempre. Vou aproveitar os momentos em que me sinto melhor.

Decidi que tudo tinha de mudar. Já fui à farmácia, como alternativa à entrega ao domicílio. Levei muleta para me sustentar a insegurança. Fui de carro. Tive ainda alguma dificuldade em entrar e sair mas é a vida. 

Se eu não fizer por mim, ninguém fará. 

Força de vontade, resiliência, medo de uma recuperação lenta e infrutífera.

Obrigada filho mais velho pelo puxão de orelhas que me dás todos os dias. É por amor, eu sei!

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Podcasts e pessoas interessantes

 


Quando se está quase preso em casa, aproveita-se o tempo, fazendo caminhadas pela casa, exercícios e, nos intervalos, ouvindo podcasts. Ontem estive uma hora a ouvir uma entrevista ao Ricardo Araújo Pereira (RAP). Confesso que gosto da personagem. Já disse aqui que gosto de homens inteligentes e ele é mesmo muito e com uma grande cultura. 

A páginas tantas, falando da avó, transmontana, emigrante no Brasil e regressada para Lisboa  e com quem passava as férias de Verão afirmou: a minha avó era um livro de auto-ajuda ao contrário!

Nestes tempos em que tanto se publicam livros de auto-ajuda, em que se tem medo do traumatismo nas crianças, da falta de auto-estima e de todas as sequelas que daí podem vir, o ser uma auto-ajuda ao contrário lembrou-me logo a minha mãe! Sempre que lhe contava alguma ideia minha a primeira reacção era: não, não. Não vais conseguir. Só com muito esforço e trabalho e mesmo assim...

Este discurso funcionava a 100% em mim. Ai não consigo? Então vais ver! E conseguia. Vá, quase sempre.

Tal como com a avó do RAP. 

Traumatizada? Nada!

Independente, apreço por alcançar metas, combativa, resiliente, tudo isto ficou da auto-ajuda ao contrário!

Obrigada, mãe!

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

A Casa ganha sempre à Escola

 


Ouvido hoje num podcast. Há anos que digo isto como professora e como mãe. Podemos ser muito bons profissionais, muito atentos, com muita vontade de mudar maneiras de pensar que pensamos não estarem certas no âmbito doa nossos padrões de vida e de sociedade mas esquecemos que o ninho criou os seus próprios padrões, as suas crenças, as suas balizas do bem e do mal e serão essas que acompanharão cada um de nós pela vida fora.

O saber científico é uma coisa, o saber emocional é outra completamente diferente. Tantas e tantas vezes eu ouvi: Ah, mas a minha mãe diz que não é assim! O meu pai não concorda nada com essa ideia!

 Não tenho a mínima dúvida que é essa opinião que ficará lá até ao fim!

Da minha experiência, vem a minha postura quanto à educação sexual nas escolas e à importância que, de repente, todos começaram a considerar que era grande. Nunca considerei! Dará um novo post!

terça-feira, 23 de setembro de 2025

Prioridades

 


Cancelei todas as consultas marcadas porque exigiam de mim uma grande dose de sacrifício físico e não me apetecia penitência. Dar prioridade à fisioterapia. Foi hoje a primeira sessão. Ao princípio muito difícil mas hoje, da parte da tarde, ao repetir os exercícios, já me pareceram mais fáceis e com menos dor.

Dar tempo ao corpo para me dar respostas positivas. Abandonar trabalhos desnecessários. Desanuviar a mente e não me sentir culpada por não fazer nada de útil. é mesmo assim. Embora a minha mente ainda me fale de outras idades que tive, a realidade está aqui para me dizer que a força na coluna é nula e que necessita de muito exercício e muito trabalho lá mais para a frente. 

Aceitar. Dói psicologicamente e fisicamente mas só há este caminho.


segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Não há coincidências

 


Há muito que desejava ter uma consulta com determinado médico. Lista de espera ultra larga. Em alguns hospitais já nem aceita doentes novos. Não sei porquê, talvez intuição,  senti que podia ser uma boa oportunidade para mim e para a minha saúde. 

Marquei a consulta para junho de 2026! Na semana passada telefonei. Disseram-me para telefonar 2ª feira, dia de desistências. Acabo de conseguir uma consulta para 4ª feira! Cheia de ansiedade mas vai fazer-me bem! Gosto de novas abordagens.

Pensar agora como chegar lá e voltar sem muitas dores e incómodo.

Continuação

 


Assim andaram algum tempo, minha mãe fazendo que não lhe ligava e o meu pai cada vez mais incentivado e apaixonado. Veio o tempo da tropa. Rumou a Coimbra, ao quartel da rua da Sofia. 

Mal sabia ele que, anos mais tarde, haveria de ter naquela cidade duas casas e viveria ali ainda alguns anos da sua vida!

Sem saída para a sua história de amor, escreveu-lhe uma carta  dando-lhe conta do seu amor e das suas intenções de formar uma família com ela. Se a resposta fosse negativa nunca mais pensaria nela e acabaria tudo o que ainda não tinha começado oficialmente. Meteu no envelope outro já com selo para a resposta pretendida. 

Minha mãe recebeu a carta! Pasme-se, deu a ler a carta ao pai! Os dois, depois de ponderarem, resolveram dizer que sim ao pretendente. Rapaz trabalhador, bonito, acredito que a minha mãe se teria sentido muito feliz ao escrever a carta na volta do correio. 

A partir dali tudo foi fácil: comprometeram-se, casaram e ficaram juntos 60 e muitos anos. Foram sempre o meu modelo de amor! Grande equipa! O que um não tinha, o outro compensava.