sábado, 22 de fevereiro de 2025

Aceitar os dias

 




Um destes dias, li uma frase que mudou a minha perspectiva das coisas e dos problemas: Havia um senhor que tinha sempre muitos problemas. Até que um dia teve uma doença grave a passou  ter só um problema!

É tão verdade! Passamos dias a preocuparmo-nos com porcarias e assuntos que não valem nada, têm solução e, se não tiverem, a nossa vida fica igual. 

De repente, cai um pedregulho em cima das nossas cabeças e todos os problemas desaparecem. Fica apenas o verdadeiro. O tal pelo qual temos de lutar. 

Sejamos mais leves, menos dramáticos e vivamos os dias e os momentos. Eu vou fazendo por isso.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

O bisavô

 



O bisavô Nunes foi um homem aventureiro. Nunca o conheci mas pelas fotos era muito bonito! Andou pela América no início do século, não se sabe bem por que razão partiu nem quanto tempo por lá ficou. A bisavó criou os filho e sempre viveu na aldeia. Antes de voltar, "mandou ir" (era assim que se dizia) uma das filhas que viveu lá quase toda a sua vida e regressou a Portugal já no tempo da reforma. 

O bisavô conta-se que  no seu regresso, ficou por Lisboa onde teve vários trabalhos mas repousa  no cemitério velho junto da família! 

Sabe-se pouco desta personagem fascinante. Gostava de saber mais! Que aventuras teria vivido? Que encontros teve? O que o levou a partir ? Tenho algumas fotos e  o documento que atesta a sua chegada à américa!! Grande personagem!


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Manhãs de escola

 


No dia da inauguração da nova escola

Aulas de acompanhamento no estudo da Matemática.  Com poucos alunos fica muito mais fácil verificar as lacunas e os modos como pensam e fazê-los repensar e incluir novas abordagens. Para alguns alunos tem sido um caminho muito difícil tais são as lacunas. 

A amiga Luisinha fez anos e, como em todos os anos, fomos lanchar com ela. Nunca conheci ninguém que ficasse tão feliz por fazer anos mas ela fica iluminada. Fico contente por vê-la assim!

Uma vida a  percorrer os mesmos corredores de escola entre confidências e uma grande amizade. Alentejana de gema é de uma lealdade que já não existe. O que confiamos uma à outra ali fica por anos e anos. É bom ter amigas assim. 

Parabéns. 

Que para o ano estejamos novamente a rir, a comer torradas, a reviver férias e a programar novas aventuras.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Faz hoje 3 anos que fiquei órfã


 Soube quando ia a chegar à escola e estes momentos ficam para sempre. Tinha um casaco desportivo verde da abercrombie de que gostava imenso e era de filho mais velho. Sentia-me bem e, de repente, o meu mundo, tal como o conhecia, morreu ali. 

Voltei para trás, e viajei para CASA. Para o ninho que nunca mais o foi. 

De vez em quando, tento vestir o casaco mas nunca mais consegui. Assim como a roupa dela com que fiquei. Está no roupeiro para eu, em dias mais negros, colar a minha cara a ela, cheirar e senti-la.

Hoje fui à missa por alma dela. Estavam 5 pessoas numa igreja linda, intimista e iluminada. Necessitava destes momentos com ela no pensamento e alguma solidão. Chorei de saudades e rezei para que esteja bem. Neste tempo todo, vieram à mente tantos momentos quotidianos, uns maus, outros muito bons e outros apenas de estar com ela e houve uma altura em que quase a senti a rezar ao meu lado, como fazíamos na igreja dos Olivais. 

Já passaram três anos sem ti e continuo contigo no pensamento. De dia e de noite quando acordo pela madrugada a sonhar contigo numa história enredada e confusa onde o teu cuidar está sempre presente. 

Querida mãe!


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Nova semana

Antes do incêndio de 2017
 
Ter planeado fazer um bolo e ter de abortar a ideia por falta de ovos. Tem de estar pronto para a aula de hidroginástica de hoje porque é tradição. Não pode ser um bolo qualquer porque cada um que chega é melhor do que o último que foi!!

Bolo de amêndoa e gila vai ser a minha escolha. 

Preparar as aulas da semana. Colocar na agenda umas tantas tarefas que, embora sem prazo, têm de ser realizadas. Um casa grande para andar para a frente dá muito trabalho. Haja disposição e vontade.

No sábado começaram aa limpeza dos terrenos na Serra. Vão mandando fotos do resultado final e eu fico contente. Tanto por mim como pelo pai que, lá de cima, deve ficar mais aliviado. Era o sonho dele aquele soito que ardeu todo  e deixou a nu o solo que se foi cobrindo de silvas e de giestas. Pouco a pouco, vai voltando a renascer. Vou tentando por ti, querido pai. Era um dos teus medos, o fogo nos castanheiros, mas deixou que partisses para acontecer!!

Inscrever-me no pilates clínico. Chegou o momento de não poder adiar mais. Fica perto de casa e necessito. 

Marcar umas quantas consultas médicas. 

A semana promete!!

domingo, 16 de fevereiro de 2025

Sobre o passar do tempo

 


Ultimamente, os domingos estão colados aos domingos como dizia querido pai nos últimos tempos! Tudo se apressa e, quando passo os olhos por tanta paisagem maravilhosa, tanta aventura para viver, tantos sítios em que gostaria de permanecer, o primeiro pensamento que vem é: Já não tenho tempo nem nunca lá irei.

A vida é mesmo isto e põe tantos condicionamentos ao nosso viver e à nossa liberdade que ficamos com a sensação de a ter vivido apenas pela metade e mal vivida.  Acordamos pela madrugada e tentamos novas abordagens, novas tentativas, mas pela manhã tudo está igualzinho. Sem tirar nem pôr!

Enredada entre o envelhecimento, as mazelas e as minhas condições de vida, resta-me a esperança! Não sei bem em quê, nem porquê! Penso até que esta última já  me deveria ter abandonado. 

Como náufraga no meio da tempestade, ainda continuo à tona!

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Coisas que me emocionam



A Maria, a minha primeira neta, foi uma grande, mesmo muito grande alegria na minha vida. Renovou-me numa altura em que precisava mesmo de um amor novo em folha. Estar com ela, era o céu. Correspondeu sempre ao meu amor com toda a generosidade. Hoje, os abraços dela sabem a mel  e tudo o que diz tem muita graça. Fizemos muitos programas juntas e temos muitos momentos que são nossos. 
Nos meus anos, ofereceu-me um livro escrito por ela que é uma ternura. Dentro dele, vinha um desenho de nós as duas cheio de pormenores de uma alma linda. Eu, loira, ela morena mas com os olhos na mesma direcção. De mão dada e com corações nas mãos como se o amor fosse fluindo pouco a pouco. O meu colar favorito que tantas vezes uso está no desenho e ela tem um colar mais pequenino. 
Está tão bonito!
A capa tem as nossas caras e um cadeado ao meio. 
É mesmo isso querida Maria. Terei um cadeado ligado a ti até ao fim e vibrarei contigo, longe ou perto, nos dias bons e nos menos bons e estarei contigo sempre que me chamares. 
Love you so much!

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

O meu amor mais pequenino foi embora hoje!

 


Uma solidão imensa desceu sobre esta casa. A alegria, o carinho, a meiguice desta menina derretem o meu coração. 

A maneira dela comunicar, super engraçada, as gracinhas, a pele de seda, o mostrar que gosta de mim, fazem com que eu derreta de alegria.

Foi muito bom, mesmo maravilhoso.


Bolo lindo

 


A obra prima do bolo também feito por elas. Não é creme de manteiga. Tem outro nome e não é enjoativo e não faz mal à saúde.

Por dentro era de chocolate, o favorito das netas.


Dias felizes

 


Nem tenho tido tempo de escrever. O dia dos meus anos foi super feliz com as minhas netas e família todos cá por casa.  

Optei por um brunch com dois pratos quentes e foi uma boa ideia. Puderam almoçar os pratos quentes e  petiscar pela tarde adiante. 

Valeu-me a qualidade da empresa de duas irmãs do norte, cheias de garra e bem fazer que além do seu sorriso, têm muita competência culinária. Tudo impecável e na hora marcada. Fiquei fã.

Um presente super especial da minha neta Maria! Um livro de onde da letrinha dela salta o amor que me tem. E eu a ela!! Tenho-o na mesinha de cabeceira, todos os dias à noite pego nele, leio e choro de alegria!

As memórias que quero deixar nelas, ali estavam em desenho! 

Grandes amores pequenos da avó!


sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

A inventar memórias futuras

 


Ponho toda a minha alma na preparação das festas com a família! Podem não se importar agora mas lá mais para a frente, talvez fiquem como selo as mesas da avó. Mesmo que esteja cansada de uma manhã difícil com alunos muito difíceis, mesmo que tenha preguiça de ir aqui e ali, esta vontade de ficar viva na memória de quem amo, leva-me para a frente. Há que concretizar o imaginado porque é diferente e porque eu gosto.

Surpresas boas, imaginação a top. 

Quase tudo sob controle. Adoro!

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Sentir que podia ser outra

 


Acordo na madrugada, angustiada e sempre com a imagem da mãe por perto. 

Curiosamente sou acometida de uma lucidez surpreendente sobre o passado recente e sobre possíveis alterações que terei de fazer na minha vida. Consigo pensar os prós e os contras, as consequências e até me consigo imaginar nessa situação. A angústia vai aumentando até que adormeço novamente e acordo com muito mau humor vendo que tudo continua igualzinho. 

Será pedir muito da vida? Penso que não! Eu mereço!!

Faço o melhor que sei e que posso mas um cansaço extremo começa a apoderar-se de mim. Um cansaço mental que não me deixa seguir para a frente, me paralisa e me castra os sonhos por mais fáceis que sejam de realizar.

Podia ser tudo tão leve e tão bom! Podia!!


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Estar

 


Estou aqui sentada na sala por onde o sol do final da tarde ainda entra em grande quantidade.

Reparo agora na sujidade dos vidros que a chuva provocou e penso que tenho mais uma tarefa em mãos para amanhã à tarde. 

Gostaria de estar só a pensar em como tenho muita sorte em ter uma sala grande cheia de sol mas o meu cérebro nunca me deixa viver estes momentos em pleno. 

Vou escrevendo e olhando para o relógio porque um compromisso me espera às 18 horas. Já fiz compras, já fui tratar de mim, já cortei uma série de itens nas listas, já programei o jantar. 

Vida de mulher é mesmo assim. Um olhar por tudo, uma preocupação constante.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Planos para o fim de semana

 


Mais um fim de semana se aproxima. Este vai sei especial. Família junta e eu super feliz por isso.

Planear com gosto os pormenores da festa. As velas, a comida, o que cada um gosta.

Fazer listas para tudo e mais alguma coisa. Definir tarefas por  dias. Apontar tudo o que não se pode esquecer.

Sábado estará tudo pronto.  

Todos estes pensamentos me tornam mais viva, mais jovem e mais atenta. Só por isso, já valeu a pena.


domingo, 2 de fevereiro de 2025

Sempre gostei de alunos difíceis

 


Os bonzinhos que tudo têm e dedicam a maior parte do seu tempo a competir pela nota, pelo prematuro lugar ao sol, não me seduzem. Depois de tantos anos a seguir percursos sei que não leva a nada esta competição excessiva, muitas das vezes, incentivada pelos pais e que os torna adolescentes perfeitamente infelizes. A vida se encarregará de lhes mostrar que não é esse o caminho. Não quer dizer que os trate mal nem dê o melhor de mim, mas não me ficam no coração. Não valorizo a cabulice mas a competição deve ser connosco e não com os outros. 

Dizia  que gosto de alunos difíceis. Entrar-lhes na alma e perceber por que razão são assim. Encontram-se vidas tão, tão difíceis que me admiro como continuam a caminhar sobre tantas pedras e sem defesas. Gosto de falar com pais e encarregados  de educação, perceber o porquê  e tentar ajudar.

Quando deixo de ser professora deles fico com muitas saudades. Tenho-me lembrado do Filipe! Fui professora e directora de turma  dele no 9º ano. Refilão, tinha comportamentos em outras disciplinas conducentes a processos disciplinares e não era muito simpático para alguns professores. Eu gostava dele e ele sabia. Inteligente mas cábula, no final do ano, quase a fazer 18 anos, ficou retido.  Não consegui virar a situação e ainda hoje considero  uma falha minha que não me perdoo. 

Tinha de se inscrever nas provas como aluno externo e como não o fazia telefonei-lhe. Que não vinha porque não havia autocarro. Fui buscá-lo a casa, inscreveu-se e tornei a levá-lo. Admirou-me o carro e aproveitei para lhe fazer ver que na vida tem de se lutar para se ter as coisas de que gostamos. Que aquele carro só o tinha porque já tinha 60 anos mas antes,  quando era mais nova, não era este o carro e nada me tinha caído do "céu aos trambolhões". A vida era luta e ele tinha  de se fazer à vida. Acabou por reprovar nas provas e no ano seguinte acompanhei-o como professora coadjuvante. Chamava-me "a minha segunda mãe". Sabia imenso de Ciências e a professora titular admirava-se por ter ficado no 9ºano um aluno já com 18 anos e a saber tanto e avivava-me a culpa de não ter metido na cabeça daquele conselho de turma alguma sabedoria da vida e da volatilidade das coisas. 

O outro dia estava na porta da escola. Abraçamo-nos com ternura. Homem feito, apresentou-me a namorada que me pareceu querida. Falámos dos outros tempos e segredou: naquela altura estava a passar por uma grande crise! Tão bom que recuperou. 

Continuo com saudades dele. Foi uma turma difícil mas que tinha  gente que necessitava de apoio, de mão amiga, de alguma assertividade e mão firme nunca esquecendo as feridas que todos os dias lambiam para não ficarem piores. Queridos alunos. 

Coisas que me tocam

 


Ainda o coração da Lena que albergava todos.  A primeira namorada do filho manteve sempre com a Lena uma amizade especial. Todos os Natais se encontravam e a Lena um dia comentou: Eu gosto muito dela e não é por não ter ficado com o meu filho que vou deixar de gostar. Deixei de a ver por alguns anos, casou, teve filhos e ali estava ela, bonita, elegante, mulher feita, no funeral da amiga de sempre. 

A segunda companheira e mãe do primeiro filho também esteve presente. A Lena também gostava dela e convivemos ainda alguns anos. Depois fez o seu caminho mas voltou para lhe dizer adeus . 

Esteve também presente a actual companheira que eu não conheço.

Haverá algo mais que se possa dizer acerca do grande coração da Lena? Penso que não!

sábado, 1 de fevereiro de 2025

A Lena partiu.

 


Foi ama dos meus filhos, amiga, família, confidente e uma das melhores pessoas que conheci. Partiu serena como ela era. Tinha 90 anos.

Vivia em frente da minha antiga casa, do outro lado da rua e, quando filho mais velho tinha 3 meses, foi para lá sempre que eu ia trabalhar. 

Os meus dois filhos foram para  a escola quase a fazer 4 anos depois de terem passado os melhores anos da vida deles junto à Lena e ao Quim que os mimavam até mais não. Nunca  queriam voltar para casa  e, muitas vezes, fui buscá-los mais tarde porque a brincadeira ainda ia a meio. Quando estavam doentes ficavam na Lena e eu partia descansadíssima para a escola porque os deixava em muito boas mãos. Um cuidado extremo, uma doçura de trato, um bem fazer, que ainda hoje está na memória de todos. Quando saiu o último, de mansinho, disse-me: se quiser ter a menina que lhe falta, eu ainda a crio! 

Partiu com tudo o que falámos e desabafei  porque, tenho a certeza, nunca contou a ninguém. Quando ia visitá-la era ainda um porto de abrigo, ouvia, dava a sua opinião e sorria. Mulher sólida de princípios, de bem fazer, de carinho, de família. 

Há um mês fui vê-la e, quando saí pela porta da cozinha por onde tantas vezes entrei, vi-a e percebi que era um adeus. Olhei para trás várias vezes e ela ali estava à porta com o seu sorriso doce. Virei a esquina e chorei.

Ontem, senti que se fechou um ciclo. Já estava quase encerrado mas a sua morte deu a volta à chave.

No funeral, o padre referiu que cada um de nós devia escolher alguma das qualidades dela e levá-la para a sua própria vida honrando assim a sua memória. Eu já escolhi!

Até um dia querida Amiga.

Ficou a saudade e um grande vazio! 

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Dias de chuva e noites de insónia

 


Sei que tenho de mudar muita coisa na minha vida e tenho muitas coisas para fazer mas com esta chuva entra em mim um cansaço imenso e só me apetece ir dormir cedo. Lá pela madrugada, acordo a pensar desgraças e com uma sensação da urgência da mudança, antes que tudo acabe, antes que não tenho tempo de viver tudo o que desejo, antes que algo me trague os sonhos e os desejos.

Com o nascer do sol, adormeço. Acordo dali a uma hora ainda melancólica e triste mas vai passando com os projectos novos e um dia novo em folha. 

Ânimo necessita-se.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Reflexões de início de semana

 


No sábado, assisti ao espectáculo de stand up do Salvador Martinha, presente de filho mais velho. Nunca tinha assistido a um stand up ao vivo e tinha muita curiosidade em fazê-lo. Teatro cheio, onde a maioria dos assistentes se situava entre os 30 e os 50 anos! Alguns deles levaram os filhos de 10 ou 12 anos! Acredito que mesmo rindo muito, estes últimos, não tenham percebido metade das piadas.

Algumas eram muito engraçadas!! Outras eram clichés para mim mas não para a maioria da assistência que ria a bom rir. A forma como interagiram com alguns elementos da plateia  foi muito agressiva mas eles acharam piada e até continuaram a responder todos contentes, transformados por momentos em estrelas da noite! Apavorei-me com a ideia de que viessem ter comigo. Graças a Deus não vieram!

Não gosto que façam humor com a doença. Penso que passa para além do humor e não é bonito! É controverso mas é a minha opinião.

Tenho reflectido muito sobre este serão! Gostei de assistir e de tirar as minhas conclusões: 

Há realmente um fosso geracional que eu considerava ser fictício e mental mas  que existe mesmo. Houve piadas que eu não percebi porque englobavam aplicações  digitais que não conheço! Houve outras que já faziam parte do meu mundo há muitos anos e foram repescadas.

Há também uma ligeireza no viver e no sentir que eu já não possuo. São mais leves, menos dramáticos, mais presentes no momento. Se é mau? Penso que é muito bom!!

Teve piadas muito boas e que me fizeram rir. Saí bem disposta. A assistência também. Dali foram cear, rir-se mais um pouco, que a vida é curta e há que aproveitar. Até tive um pouco de inveja deles!

No domingo fui ver o filme brasileiro tão falado " Ainda estou aqui". Como tinha receio de não ter bilhete (!!!!!!) fiz a reserva com antecedência. Sala só por metade. 

Gostei mesmo muito. Uma caracterização dos anos 70 muito boa mesmo. O retrato de uma mulher e de sua família numa situação de ditadura que é comovente. Uma interpretação fabulosa da Fernanda Torres. Acredito que quem não viveu os anos 70 lhe passe ao lado grande parte da mensagem. 

Parece lá tão atrás e é tão actual! Em tantos países estão, neste momento, a acontecer os mesmos episódios. Oxalá não comece agora na América. Grande reflexão sobre o que pode acontecer, o que é e o que pode deixar de ser de um momento para o outro e a necessidade de estarmos prontos para a imprevisibilidade do mundo e das coisas. 

A torcer para que seja o vencedor dos óscares!

domingo, 26 de janeiro de 2025

Foi um dia bom! Muito bom!


 Irmão do meio tinha feito anos. Era hora de ir comemorar. Levantei-me muito cedo, peguei no carro, fui buscar irmã mais velha e  fomos  almoçar ao Porto. 

Quem pagou a conta? Parte dela foi paga por querido pai porque depois de 15 anos tinha sido encontrado, no meio dos seus papeis, um envelope com dinheiro. O resto pagou a irmã mais velha porque, segundo ela, os pais lhe pediram para tomar conta de nós e ela assim faz sempre que necessitamos de ajuda ou apenas de uma palavra de encorajamento! Grande mulher!

Sempre que estou com eles é quando sinto as raízes com maior intensidade. O amor dos pais, a sua união, o seu carinho! É como se eles estivessem ali também como tantas vezes estivemos. Sou mais eu, mais igual a mim própria, sem necessidade de ser outra.  Agora somos três órfãos a nadar nas ondas da vida a empurrar para a frente as mazelas, os sentimentos menos bons, os momentos  de solidão, o final das nossas vidas profissionais, o chegar de uma nova fase. 

Comemos muito bem e adorei estar com eles. Somos apenas nós  que sabemos a vida  em pormenor tudo o que vivemos e podemos triturar todos os detalhes desde o amor dos pais até aos episódios cómicos e de construção de almas. Somos o que vivemos. Vamos sempre lá atrás quando estamos os três. Não foi bem assim, não era esse livro, era outro, tu já confundes um bocado as coisas, e por aí adiante!!

Se os pais, onde estão, nos viram ontem, penso que devem ter ficado felizes e realizados com a educação que nos proporcionaram e com a nossa união. Como rochas até ao fim!!

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Por este tempo

 


Ainda pensava que tudo era possível e tinha uma vida pela frente. Era feliz nas minhas brincadeiras e com as minhas amigas. A mãe e a avó estavam sempre por perto. Os meus irmãos, apesar de eu ser a mais nova, tinham muita paciência para mim e a vida corria. Nunca me faltou nada.

Mal sabia eu o que ainda tinha de viver! Os desafios, as indecisões, as decisões mal tomadas, as desilusões, o que não vi e seria importante ter visto, o que vi e pressenti e naquele tempo não era importante e o que corri e sofri por aquilo que não haveria de ser meu. 

O tempo passou rápido em demasia. Gostaria de ter podido parar em alguns momentos para os saborear melhor e passar mais depressa dias e meses que são para esquecer. 

Foi o que foi.

Como diz filho mais velho: Vidas!

O tão falado amor

 


Pode assumir várias formas, já se sabe! 

Em todas elas deverá haver um denominador comum: fazer o outro feliz, acrescentar-lhe algo, aproveitar os bons momentos, criar memórias boas e, acima de tudo, tornar-lhe os dias mais felizes.

Seja como for. Com palavras, com acções que condigam com as palavras e não as contrariem, com presentes, com gestos, ou com tudo isto à mistura. O amor nunca poderá ser fonte de angústia ou de tristeza na vida de uma pessoa. Se o é, não é amor!!

Acredito que muitos não consigam ou não saibam o que é o amor!! Ou porque o egoísmo é grande ou porque não estão para se maçar. Esses tendem a fazer grandes declarações e, logo a seguir, mandarem umas quantas bujardas que deitam por terra tudo quanto disseram.

Todos temos o direito de ser amados! Com os nossos defeitos e pontos fortes. É uma questão de procura, de entendimento e de se ser totalmente verdadeiro.

Que nenhum ser humano permita a humilhação, o sarcasmo, as bocas foleiras, o bulling emocional, em nome da palavra amor! 

Cortar pela raiz este ciclo é o mais importante para encontrar a felicidade. 

quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Coisas boas de trabalhar numa escola há muitos e muitos anos

 


Fui coordenadora da Biblioteca Escolar durante nove anos. Tinha uma equipa de duas funcionárias cinco estrelas. Todas temos a mesma idade e fomos vendo os filhos de cada uma a crescer, depois casarem, depois os netos. Estive alguns anos longe delas noutra escola e em outras funções.

Por acasos bons, este ano estamos novamente juntas. Elas nas suas funções, ainda ligadas à biblioteca, eu em aulas de apoio que decorrem naquele espaço que sinto ainda como um bocado meu porque resultou muito do nosso trabalho para além do que nos era pedido. Tantas ações, espetáculos, sessões  com escritores, teatros, lançamento de livros, enfim, tudo aquilo que pudesse incrementar a leitura e a cultura dos nossos alunos. Foi um trabalho fantástico. 

Sou amiga verdadeira delas, trocamos impressões, rimos muito de tudo o que vivemos e gosto muito do modo verdadeiro de cada uma. 

Hoje, uma delas trouxe-me uns bolinhos de maçã que são uma delícia. Emocionam-me estes pequenos sinais de que a amizade ainda existe. Que se lembrou de mim, mesmo não necessitando de nenhum favor meu, de nada em troca.

Esta gratuitidade na amizade emociona-me.

Sou de pequenos sinais e de acções que revelem muito.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Sentimentos muito bons


 Quando algum dos meus filhos me dá uma boa notícia das suas vidas, o meu coração expande e fica quente. Permanece assim por algum tempo, agradecida, contente por eles e pelo que   foram capazes de fazer das suas vidas. 

Mãe feliz é outro patamar! Felizmente tenho muitos destes momentos e agradeço-lhes a partilha, mesma das coisas que para eles parecem pequenas mas que para mim são enormes!

Lá diz o ditado: quem os meus filhos beija minha boca adoça! Tão isto!

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Emoções

 


Faz hoje 10 anos que estávamos os 4 no hospital curry cabral à espera que chamassem para a sala de operações o meu marido para fazer um transplante de fígado que resultou da toma de um antibiótico que lhe danificou, pouco a pouco, a função biliar. Tínhamos estado com ele todo o dia e não sabíamos como iria decorrer. Nesse momento sabíamos que existia um fígado mas que ainda não tinha chegado ao hospital. Penso que o nosso cérebro tem a grande capacidade de ir esbatendo pormenores mas este dia, estes momentos, ficaram gravados como os mais fortes que vivemos como família. 

Foi embora lá pelas 9 da noite, corredor adiante e nós a vê-lo desaparecer na curva do corredor. Deixámo-lo entregue a uma equipa sabedora e saímos os três pelas escada laterais cada um de nós, mãe e filhos, a pensar: e agora?  

A operação acabou pela manhã. Passaram-se 10 anos! Foi fácil? Nada fácil!! Mas estamos cá, muitas coisas aconteceram depois disto mas permanecemos.

Não será esta permanência a maior vitória?

Coisas que faço


A base azul clara foi adquirida numa fábrica de loiça. O prato principal é da @spal. O prato colorido faz parte do serviço antigo da marca @candal adquirido para o casamento do querido tio António há quase 70 anos. Segue-se um prato de entradas e um mais pequenino ambos da @vistaalegre. Do lado  esquerdo uma pequena taça azul e do lado direito um copo de água de um serviço antigo de copos lavrados.  A base esteve na junção harmoniosa das  cores onde predominam o azul e o verde água.


Uma base xadrez em acrílico suporta um prato branco da @vistaalegre. Em cima, o prato grená foi adquirido num fábrica de loiça a um preço básico. Termino com um prato de entradas do serviço sílvia @vistaalegre. À esquerda, um pratinho para o pão com um formato pouco usual. Aqui os tons grenás e brancos fizeram a junção  do conjunto.


Na altura da pandemia, fiz um curso online sobre como montar mesas bonitas, não só para jantares, como para brunchs, chás das cinco, reuniões informais de amigos e por aí adiante. Aprendi imenso com esta comunidade internacional que assistiu ao curso.

Uma das dicas mais preciosas foi a de que quanto mais formal é o jantar mais camadas de pratos terá, tendo, cada um deles, a sua função. Este exercício não se focava nas toalhas mas apenas nos conjuntos que conseguíamos elaborar com o que tínhamos em casa. Passei tardes interessantes a desenvolver este hobby!

 Éramos convidadas a colocar online fotos dos conjuntos que íamos construindo com os materiais que tínhamos. A professora era espanhola e muito positiva o que também ajudou.

O meu trabalho final centrou-se na organização de uma mesa para um chá das cinco. Penso que ficou engraçada. 

Deixo dois dos conjuntos que postei online no âmbito do curso.


segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Coisas que adoro pensar e concretizar




 Adoro imaginar mesas bonitas, ler sobre o assunto, pesquisar, ver fotos e tirar ideias de todos os locais onde vou. A ideia é montar mesas não rebentando o orçamento, não gastando fortunas mas aproveitando materiais e objectos que já tenho em casa.  Juntar o velho com o novo, o bom com o razoável e criar conjuntos bonitos.

Vou deixando algumas ideias de como dar usos diferentes ao que temos e reunir tudo em conjuntos harmoniosos sempre sujeitos a algumas regras.

Neste exemplo, usei uma colcha multicolorida e usei pratos brancos  @vistaalegre. Os copos foram buscar as cores da toalha, beringela e verde. Os guardanapos são antigos, na cor verde, assim como os candelabros.

Para centro de mesa, usei uma taça verde cheia de bolas coloridas que substituíram as flores. As bolas coloridas combinavam com o garrido da toalha.

  Penso que ficou bem.

Comecemos a 2ª feira

 


Sem grande vontade mas o que tem de ser tem muita força. 

Há dias em que o sentimento de orfandade fica mais forte. Hoje é um deles. Fica a ideia já conhecida de que nascemos sozinhos e morremos sozinhos e, se calhar, por cá andamos sozinhos também, perdidos nos nossos pensamentos, necessidades não entendidas e faltas que ninguém entende. A única saída é mesmo contar connosco, com a nossa capacidade de resiliência enquanto pudermos e tivermos essa capacidade. 

Depois, lá mais para a frente ou já amanhã, sabe-se lá, haja quem cuide nós a troco de uma mensalidade. Não, não levarei álbuns de recordações nem a minha caixa das lembranças. Tudo isso pertence a outra vida. Começa então a vida em rampa descendente para um destino solitário com uma meta fixa. Bem  fixa. 

É isto que é a vida!


domingo, 19 de janeiro de 2025

Ontem foi um dia negro

 


Comecei por ir ao mercado, depois ao supermercado e depois  tomar café. Uma dor no pé começou levemente até se tornar numa dor insuportável quando já estava de regresso a casa. Começou num lado do pé e foi passando para o outro, fazendo de cada passo um sacrifício. Tudo voltou à minha mente. Aquele ano de incapacidade quase total, afinal deixou marcas. 

Valeu-me filho mais velho. Com a sua dose de humor e de sabedoria.  Deitei-me no sofá e dormi toda a santa tarde. Já era noite quando acordei. Carregava em mim uma grande dose de angústia, de sentimentos de injustiça, de raiva e de desconsolo perante  a vida e o dia a dia. 

Sentimentos de não ver luz ao fundo de um túnel negro como breu. É aceitar e relaxar. Desvalorizar. Tudo muito difícil.

Hoje estou nesse modo. Vamos ver por quanto tempo vou conseguir.  

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Amada pelas netas

 


Não há maior sentimento nem melhor sensação! Um ser pequeno que pouco a pouco, cria uma relação connosco, que se ri quando chegamos, que confia em nós, que nos ama sem condições, que adora brincar e se recorda de tudo aquilo de que falámos e  do que demonstrámos! Meus Deus, que  sentimento tão, mas tão bom!

Nos dias seguintes recordamos os olhares meigos, as mãozinhas estendidas, as graças ditas pelas mais velhas, as singularidades de cada uma, as piadas, os risos e tudo o que faz delas os meus amores pequenos.

Muitas saudades! Vontade enorme de mudar de vida!


quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Decisões importantes


 Durante muitos anos afirmei que o que poderia acontecer de pior ao país era perder o serviço nacional de saúde. 

Toda a minha vida acompanhei familiares e amigos que sempre viveram nos Estados Unidos e assisti ao medo que eles tinham de ter doenças graves e morosas em que os seguros  de saúde não fossem suficientes para poderem ser tratados. Todos  têm mais do que um seguro de saúde para que na altura certa não seja necessário vender a casa ou pedir empréstimos para, simplesmente, não morrer.

Em Portugal sempre foi fácil  ser tratado. Tivemos sempre acesso a bons profissionais, a boas instalações e  com ou sem dinheiro, o estado pagava porque a saúde era um bem muito precioso.

Pouco a pouco tudo se foi alterando. Os privados entraram mansamente e afincadamente na equação da doença. A última vez que recorri a umas urgências de um hospital público, fiquei estarrecida. Apenas um médico de outra nacionalidade dava conta de uma quantidade de doentes incrível. Sem condições, porque alguns deles, cansados, abriam a porta do consultório e ouviam a consulta do doente anterior. Fui insultada por uma enfermeira sem razão nenhuma  só porque, percebi eu, tinha de descarregar em alguém a frustração que sentia!

Se resolveram o problema? Não.

Foi então necessário traçar nova estratégia para  alguma urgência que surja. Se algo acontecer, chamo os bombeiros que me levarão para a CUF Santarém onde sempre sou bem recebida e bem tratada. A partir daí, estarei em boas mãos. Se terei de pagar ou não, vai depender do serviço mas já o meu pai dizia que na saúde não se poupa. 

Hoje foi dia de consulta com o marido neste hospital. Uma médica relativamente nova, com uma argúcia, sabedoria e boa educação insuperáveis. Sai-se do consultório com a ideia de que estamos em boas mãos. Alguma coisa mais importante que isto?

O meu grande medo aconteceu: o SNS está moribundo! Há que enveredar por outros caminhos. 

Devo ao serviço público a vida do meu marido mas já passaram 10 anos!! Tanta coisa mudou!! Para pior, muito pior! A economia e a ganância são tramadas!


quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Cérebro baralhado é o pior


 Estou aqui numa inquietude tremenda que só posso resolver amanhã e se prende com relatórios de avaliação. Eu penso que o elaborei e o entreguei mas a dúvida surgiu com um email enviado para os serviços administrativos. 

Em ansias e com medo que algo tenha corrido mal. Será que não viram o meu relatório? É tarde e só amanhã poderei esclarecer o caso mas vai ser uma noite sem sono. Ainda vou procurar o recibo de entrega que é a única coisa que me falta. 

No meio de uma semana tramada tinha de aparecer mais uma coisa para me enervar!


terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Gosto mesmo muito de alunos


 Se há algo que posso dizer com toda a certeza é mesmo isto: adoro estar com alunos. 

Este ano, tenho os alunos que têm algumas ou muitas dificuldades. Vão em pequeno grupo ter aulas comigo. Adoro entrar-lhes na alma, com muito cuidado para não os ferir, e perceber o porquê de certos comportamentos e atitudes face ao mundo, à aprendizagem e à escola. 

Hoje tive o J.  sozinho porque os colegas faltaram. Falámos na apresentação oral de Inglês e dos temas que tem à disposição. Disse que ia escolher o tema "quem sou eu" e deixava o tema " a minha família" porque no ano anterior tinha sido muito complicado. O J. têm um sorriso lindo e um problema de dicção que o torna único. Perguntei porquê e  respondeu com um sorriso: não tenho fotos do meu pai, então procurei uma foto de um homem qualquer e coloquei no  slide. 

Pelo meio, contou que se levanta todos os dias às 6 da manhã para acordar o primo que vive com eles e vai para uma escola especial. Como o primo nunca quer acordar, demora sempre imenso tempo. Apanha o autocarro às 7.30h e chega à escola às 8h. Vive também com o avô e avó.

Que motivação se espera deste miúdo? Que  é que se pode pedir mais? 

Se pensarmos mais nas almas e nos problemas que cada um carrega, talvez sejamos mais benevolentes quando falamos deles. 

Não são todos iguais é claro. Há alguns super mimados e parvos que tudo têm e ainda pedem mais. 

Mas estes alunos com estas vidas tramadas, dá vontade de os pegar ao colo e os transportar para uma vida melhor, um canto onde possam estudar bem todos os pontos das disciplinas, sem o primo que não quer acordar dentro das suas limitações e sem a noite da madrugada a dificultar todos os pensamentos e a vinda para a escola. Estou contigo J.

2ªfeira é dia de hidroginástica em suspensão.

 


É só maravilhosa a sensação de estar a fazer exercício e a flutuar com uma leveza boa. Não é fácil e, no dia seguinte, dou conta de músculos que nem sabia que tinha, principalmente ao nível do abdominal.  A professora é top e vai sempre dando grande reforço positivo embora eu saiba o quanto ainda necessito de dar aos pés e braços. Querida Zé, obrigada. Parece pouco importante mas é muito para mim.

A cabeça fica mais leve, as ideias alinham-se e quando saio da água, já tarde, só me apetece voltar. Ter em atenção que isto não é nada normal em mim, avessa a exercício físico,  ainda por cima, que passa por vestir e despir, banhos e afins e enfrentar o frio na saída. 

Muito bom.


sábado, 11 de janeiro de 2025

Novas aventuras


 Ontem iniciei um tratamento estético que consta de 20 sessões. Não fiquei muito animada com o primeiro e ainda faltam 19! Eu e a s minhas maravilhosas ideias. Dói-me tudo. O local também não tem charme e todos sabem o quanto eu valorizo isso. Espreitei para um WC e vi sanitas com tampo de plástico gasto. Foi o bastante para eu vir a correr para casa e não usar aquele local. Já não mudo!!

As funcionárias também não são o cúmulo da simpatia. Acabei a sessão com este comentário " Se amanhã estiver com algumas nódoas negras, não se preocupe que é normal!!"

E agora? É continuar, afincadamente uma vez por semana. Não tenho nódoas negras mas estou dorida. 

Sabem quando estão a fazer algo que sabem que não vale a pena? Assim estou eu!!

Bom fim de semana.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Livros incríveis


 Este livro não se lê, devora-se. Há já algum tempo que o título e a crítica me tinham chamado a atenção. Na minha prática lectiva dos últimos anos constacto que os alunos dominam muito pouco as lides digitais, retirando evidentemente os jogos e as redes sociais. Basta passar pelos corredores em horas de intervalo para perceber que todos jogam utilizando os seus apetrechados aparelhos e são exímios a tirar fotos caricatas aos colegas em situações embaraçosas. Edição de fotografia? O que será isso?

Quando se pede uma abordagem mais investigativa,  ou algo mais elaborado, a maioria nem conhece de que se fala. Não nasci na era digital mas todos estes anos, em inúmeras acções de formação fui actualizando as minhas competências e aplicando em sala de aula, com algum êxito, o que fui aprendendo. Muitas vezes a ajuda vinha de fora quando em face de um concurso externo lançado por uma grande farmacêutica internacional nos deparámos, eu e os meus alunos, com outras necessidades e lá fomos aprendendo uns com os outros. 

A partir daquela altura, as apresentações orais passaram a incluir infográficos mas antes, estudámos em conjunto, o modo de o tornar mais atraente  incluindo toda a informação científica pedida. 

Em Florença, durante uma semana, tive a oportunidade de poder selecionar uma série de aplicações para o ensino das ciências, simplesmente incríveis. 

Não quer isto dizer que eu centre, ou alguma vez centrei, as minhas aulas no digital. A relação pedagógica é fulcral para a aprendizagem. A emoção, a dúvida, a pergunta na hora certa, a explicação simples que chega, a história paralela que ajuda na compreensão, tudo é importante. Muitas vezes, muitos anos depois, o aluno lembra-se destes episódios inerentes a uma relação pedagógica ( a professora disse isto, disse aquilo,...).

Para quem, como eu, gosta de alunos, o digital tem uma função muito bem definida mas nunca será o centro. 

E um dia, pegas num livro, começas a ler e está lá tudo muito bem escrito. Tudo aquilo que tu pensas alguém diz por ti com estudos como base e fundamento científico. 

Fiquei feliz!

terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Hoje, o meu cunhado Amaro faria 76 anos!!


 Todos os anos, desde que ele partiu me lembro dele. Essencialmente o que  guardo com mais carinho é o gosto que tinha por viver a vida rodeado de coisas boas. Fosse um bom hotel, uma boa refeição num restaurante de renome ou uns sapatos luxuosos. Identifiquei-me sempre com este lado boémio e  com estilo que ele tinha. Conhecia os melhores vinhos e os melhores petiscos e tinha verdadeiro prazer em desfrutar com os que o rodeavam de tudo isto.  Foi pena ter falecido tão cedo. Penso que neste momento seria uma grande companhia para mim porque partilho os mesmos gostos e tenho as mesmas ideias da necessidade de aproveitar a vida que vai passando. Ele aproveitou o que conseguiu até a maldita doença o ter vencido. 

Lutou sempre quase até ao fim. A última conversa engraçada que tive com ele foi sobre a toilete que ele iria levar ao casamento do meu filho mais velho. A alegria dele a falar sobre a qualidade e a beleza do fato, a necessidade de comprar uns novos sapatos, de boa qualidade, claro.

Já não conseguiu ir ao casamento em Agosto. Faleceu em Dezembro. Quando olhei para ele na urna vi o fato!! O tal para o momento especial. Querido Amaro! Percebeste tão bem a importância das coisas e dos momentos que continuas a ser um exemplo vivo para o meu viver.

A vida, essa conhecida


 Se se estiver atento à paisagem e às pessoas que connosco se cruzam, damo-nos conta de que tudo é passível de ser relatado em longas histórias e em curtas cómicas e, por vezes, trágicas. 

É este olhar sobre o mundo das coisas e das pessoas que cultivo cada dia mais afincadamente. 

Por vezes, só a postura de um aluno, uma frase que profira, uma conversa que se ouve de passagem, um dizer de uma colega, um olhar do céu cinzento, os passos apressados de alguém que caminha em esforço, a tristeza nos rostos que nos olham, a alegria em quem pressentimos vidas difíceis, as "desgraças" de quem tudo tem. Tudo isto é poesia e tudo isto mexe comigo. 

O final do dia é sempre o tempo da reflexão. De pôr em perspectiva tudo o que vivi nesse dia e de, mais uma vez, me sentir abençoada pela boa cabeça  que ainda vou tendo!

Atenta aos outros. Feliz por ter uma profissão de que gosto, os meios de sobrevivência assegurados e uma família que me quer e eu adoro. Tempo para o que gosto de fazer, projectos, uns maiores, outros mais pequenos, mas que me vão entusiasmando todos os dias. Uns terão concretização, outros, talvez não, mas sou feliz a sonhá-los. 

Mais um dia que chega ao fim. Já não haverá outro igual. É passado. Pensar agora no dia de amanhã. 

domingo, 5 de janeiro de 2025

Somos o que vivemos

 


Ontem, ria-me com a minha irmã ao relembrar episódios de quando era pequena e vivia numa aldeia perdida da Serra da Estrela, onde nasci. Não são episódios de felicidade mas quase parecem saídos de um filme, pelo seu pitoresco, visto a uma distância de 50 e muitos anos. Cheia de personagens icónicas que fizeram e ainda fazem parte do meu imaginário, pelo que eram, pelo que algumas delas sofreram e pelo modo como viviam a sua vida. Podia escrever mil e um posts sobre cada uma delas. 

Talvez destas vivências tenha resultado o meu grande optimismo face à vida e às coisas. Já vi tanto, já assisti a tanto que pouco ou nada me faz vacilar. Naquela época, as crianças  não eram poupadas a nenhum cenário, desde visitar a tia em último grau de demência, até velórios macabros e visitas a doentes terminais com tudo o que acarretava. Se alguém morria sem ser velho e as crianças perguntavam o porquê a resposta vinha pronta: enforcou-se. Era algo comum naquela época em que o SNS não existia e os médicos serviam uma classe que podia pagar. A pobreza era mais visível no Inverno, quando a neve cobria todos os recursos. A madrinha velha como todos lhe chamávamos, irmã mais velha da minha avó materna, solteira e com posses, distribuía medicamentos por todos os que sofriam para alivio das dores do corpo e da alma! Ainda há pessoas que se lembram disso. O famoso Saridon. Se fosse actualmente...

O álcool era  o refúgio para os pensamentos menos bons e para a pobreza instalada, principalmente nos homens. Aos Domingos, era típico vê-los a cambalear rumo a casa no final da tarde. Durante a semana seguinte, a minha mãe ouvia as mágoas das mulheres deles, as sovas que levavam, o sofrimento na criação dos filhos que lhes faziam nessas noites atormentadas pelo álcool e pelo medo do futuro. Nessas alturas e para manter a dignidade de quem falava, minha mãe mandava-nos sair da cozinha e fechava a porta mas nós, na sala, ouvíamos  o que já todos sabiam. 

Estas mulheres e homens com quem cresci, já faleceram mas quando encontro os filhos vêm à memória todas estas vivências  e como o modo como foram criados os transformou em homens e mulheres lutadores e bem dispostos. Sabem dar valor ao que têm e principalmente à vida. Admiro-os por isso.

Tive a sorte de não ter vivido estes dramas mas assisti a tudo e, por vezes, a minha alma de criança muito nova, não conseguiu assimilar todo o drama do que vi e senti. Só agora, pensando bem e comparando com o tempo presente vejo e sinto o que cada um daqueles seres humanos viveu para sobreviver.

Aos 10 anos vim viver para Coimbra. Já mais velha, consegui perceber que os problemas também ali existiam em casas mais arranjadas mas em que faltava muita coisa. Era mais velada a miséria. Lembro-me da vizinha do 2º andar que ia ao mercado e trazia sempre um ramo de flores mas, durante a semana, pedia os bens essenciais à minha mãe que os ia fornecendo. Uma postura diferente mas a mesma fragilidade. Aqui era necessário esconder. Na Serra não era possível e ninguém queria saber de flores em jarras. 

Também aqui existiam as más relações, o adultério e as doenças. Era quase tudo igual mas embrulhado em luvas de pelica que obrigavam a uma visão  mais apurada. 

É a vida como costuma dizer filho mais velho. 

Há dias em que tudo me lembra mais. A quantidade de episódios que eu já vivi, as mil e uma vidas por que passei, os ambientes diferentes que tive de enfrentar. Como ser pessimista se consegui chegar aqui?

Obrigada pais e irmãos pela família boa que criámos,  que me educou e me deu esta postura forte com a certeza de que conseguirei enfrentar o que vier. 

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Foco

 


E depois de mais uma sessão de masoquismo que até não foi muito penosa, é altura de iniciar nova aventura conducente a uma melhoria no modo como vou, ou estou a envelhecer. 

Começa para a semana!

Sou dada a experiências. E se der certo? Bora lá. 

Sonhos engraçados

 


Quando tenho insónias pelas 5 da manhã e torno a adormecer, acordo mais tarde sempre dentro de um sonho, quase sempre alegre.  É a recompensa pela insónia em que tudo é negro.

Hoje sonhei que estava com os meus amigos da Figueira da Foz onde dei aulas durante um ano. Tínhamos combinado o reencontro e surpresa... estávamos todos como naquela época, nada envelhecidos e muito bonitos. A churrasqueira onde estávamos estava cheia e nós  muito admirados do bem que nos sentíamos e estávamos. 

Depois.. acordei e lembrei-me do que cada um de nos já passou nestes últimos 40 anos!! 

Foi tão bom voltar atrás e ouvir as gargalhadas de todos os dias daquele tempo, ver a nossa juventude e também um pouco da nossa parvoíce. Até me deu vontade de ir à Figueira almoçar com eles e verificar que o corpo cedeu mas o coração está igual!! Estará?


quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Masoquismo

 


Penso que terei escondida em mim uma costela de masoquista. Sei de antemão que as avaliações do meu corpo e do meu estado físico são sempre desastrosas e me deixam deprimida. 

Ainda não sei como, vejo-me com uma nova avaliação marcada, ainda por cima, depois das festas, porque havia um voucher que alguém me deu e vai disto! Eu gosto de sofrer! Amanhã vai ser um desses dias!

Sei o que fazer, sei como fazer, sei tudo e mais alguma coisa. O que me faltará saber? 

Só me falta paz de espírito, retorno emocional, sentido para a mudança e força de vontade. Parece pouco mas para mim é muito!

Bom ano

 


Já com as resoluções de ano resolvidas e definidas. Uma delas: ouvir mais podcasts. Cá estou eu a ouvir um dos primeiros que quero seguir. Um episódio por dia vai ser bom. 

Continuar as minhas caminhadas. Parece que está a resultar. Continuar as sessões de exercício de que tanto gosto. Devo ser a pessoa que menos gosta de desporto e mais modalidade já experimentou!!!! A esperança de encontrar algo mágico ainda não me abandonou!

Encarar de frente as minhas mazelas. Tenho sempre vontade de enterrar a cabeça na areia.

Fazer coisas que nunca fiz. Novas experiências fazem com que o envelhecimento não se atreva tanto!

Investir em quem amo e me dá retorno. Isto do retorno é muito importante para mim!