segunda-feira, 14 de abril de 2025

Arrepiante



Tive oportunidade de visitar o Memorial em memória das vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande. Se houve acontecimento que me horrorizou nos últimos anos foram as fotos daquela estrada de morte cheia de carros queimados com pessoas lá dentro, com vidas ceifadas num momento de desespero. O que faria eu numa situação destas? Saía do carro e corria? Poderia correr? Deixava-me morrer dentro do carro? Ainda hoje, quando alguma fotografia desta estrada aparece, me arrepia. 

Parei para ver o memorial da autoria de Souto Moura. A montanha jorra água para um lago rodeado de plantas. O barulho da água acalma os corações. De lado, um friso com os nomes dos que lá ficaram porque num momento fatal resolveram meter-se nos carros e tentar fugir ao inevitável destino. De um momento para o outro. Muitos deles estavam de férias nas lindas praias fluviais que por ali há. 

A vida pode ser madrasta. 

O som da água como salvadora, uma imagem bonita de sentir e de ver.  

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