Obrigada por teres despertado em mim a emoção da poesia.
Novamente!
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- Mas um velho, de aspecto venerando,
- Que ficava nas praias, entre a gente,
- Postos em nós os olhos, meneando
- Três vezes a cabeça, descontente,
- A voz pesada um pouco alevantando,
- Que nós no mar ouvimos claramente,
- C'um saber só de experiências feito,
- Tais palavras tirou do experto peito:
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- - "Ó glória de mandar! Ó vã cobiça
- Desta vaidade, a quem chamamos Fama!
- Ó fraudulento gosto, que se atiça
- C'uma aura popular, que honra se chama!
- Que castigo tamanho e que justiça
- Fazes no peito vão que muito te ama!
- Que mortes, que perigos, que tormentas,
- Que crueldades neles experimentas!
-
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- - "Dura inquietação d'alma e da vida,
- Fonte de desamparos e adultérios,
- Sagaz consumidora conhecida
- De fazendas, de reinos e de impérios:
- Chamam-te ilustre, chamam-te subida,
- Sendo dina de infames vitupérios;
- Chamam-te Fama e Glória soberana,
- Nomes com quem se o povo néscio engana!
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- - "A que novos desastres determinas
- De levar estes reinos e esta gente?
- Que perigos, que mortes lhe destinas
- Debaixo dalgum nome preminente?
- Que promessas de reinos, e de minas
- D'ouro, que lhe farás tão facilmente?
- Que famas lhe prometerás? que histórias?
- Que triunfos, que palmas, que vitórias?
- Os Lusíadas, Canto IV, 94-97
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