É ainda quase noite! O céu começa a ganhar uma cor avermelhada que anuncia a manhã. As folhas amarelas cheias de orvalho espalham-se pelo chão. De onde em onde ouvem-se os cães a ladrar. Nada mais! Só o silêncio e os nossos passos. Ora mais apressados, ora mais lentos ao ritmo da subida. Chegar ao topo da ladeira e olhar o vale coberto de nevoeiro. Uma cigana vestida de preto cruza os nossos passos. A rua desabrigada faz chegar o vento que revigora vindo da serra . É tempo da descida. Sempre a correr ao nosso ritmo, sentindo que assim é fácil. Lá ao fundo, o pão quente espera-nos. Paragem obrigatória. Continuar a correr com o saco agarrado a nós. Uma lufada de vento faz rodopiar as folhas à nossa frente. A alameda dos plátanos, já na recta final. O som dos passos fica amortecido pelas árvores e pelas folhas.
Começamos a pensar no que vamos fazer de seguida. No trabalho e em casa.
Chegar. Tão bom! Amanhã há mais!
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