Está ao cimo da minha rua! Viu-me crescer e acompanhou os meus passos sempre que partia aldeia fora. Já não me lembro muito bem do ultimo morador. Só sensações vagas do fogo da lareira, de umas escadas imponentes e de uma sala grande e escura. Depois, a porta fechou-se sobre a sala. Ficou uma antecâmara de chão de pedra, antigo, redondo dos passos e das coisas. Fechou-se depois a porta da rua. Por cima do portal, uma janela oval pequenina deixava passar uma réstia de luz.
Mas o que mais me lembra é o banco de pedra de um dos lados da entrada. Por ali ficávamos em tardes domingueiras de ócio e de convívio, todas em fila, para que coubessem todos. As vizinhas sentavam-se por ali porque, de frente para a rua que descia, se podia ver e ouvir tudo o que de importante por ali se passava. Com o passar dos anos, o banco partiu-se mas, mesmo assim, albergava o diz-que-disse das avós vestidas de preto enquanto se aqueciam ao sol de Inverno.
Hoje, descobri que tudo foi restaurado! Vai ser um bar bonito e com estilo. Gosto do restauro que deixou intacta a traça antiga e lhe lavou a pedra.
Só me faz falta o banco, companheiro dos meus devaneios de menina!
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