domingo, 4 de outubro de 2015

Fui à Serra e voltei





Saí cedo e voltei muito tarde. Fomos ver a mãe porque continua a ser estranho viver ali entre os seus que já não conhece. Mas a doença fez com que o lugar onde esteja seja indiferente para os dias e noites, para o vazio de emoções, para o alheamento que a invade.  Para mim, mesma racionalmente sabendo que é ali o lugar certo, ainda continua a ser estranho e muito triste.

Fomos ver a campa do pai e levar-lhe flores. E não há vez nenhuma em que eu ali entre e olhe a montanha na sua altivez e imutabilidade que não pense no dia em que também o meu caixão repousará ali até à eternidade. A ver a serra, a sentir as noites geladas do Inverno, e ali tão perto do lugar da minha infância.
Hoje, não sei porquê (ou sei muito bem) saber-me-ia muito bem essa paz interior duradoira e sólida até à eternidade!

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