segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

E ainda o passar do tempo


Segunda feira é dia de sentir o stress do fim de semana. Já me conheço e sei que lido muito bem com os momentos de tensão. O pior vem depois!
Fim de semana com a mãe leva os meus níveis emocionais a picos muito difíceis de gerir. Olho para ela e já não reconheço a sensatez, a alegria dos olhos, a solicitude, o amor que sentia por todos nós. Enquanto estou com ela, vou fazendo o que é necessário mas o coração aperta e  a tristeza instala-se. Dúvidas e amarguras passam a toda a velocidade pela mente.
E ela? O que sentirá? Que se  passará na mente perturbada  dela ao ponto de o meu sentir não  reconhecer a minha mãe?
Que aconteceu para que a sensatez que sempre lhe conheci, por vezes até em exagero, tivesse desaparecido?
São dias emocionalmente muito difíceis de gerir. Dias de culpa sei lá de quê. Dias em que tudo me parece errado. Dias em que tudo ponho em causa e em que nada faz sentido.
Às segundas o levantar é muito perturbado. É normalmente o tempo em que caio em mim e o cansaço acumulado se instala no meu corpo!  O momento em que realizo que o trabalho continua, as tarefas acumulam-se e há que sair para trabalhar.
E ela lá está! Sentada na sua cadeira  de rodas! Sem saber muito bem onde está. Umas vezes mais calma, outras mais agitada. A pessoa que mais fez por mim em toda a vida! Demente!
 E eu aqui! A quase 300kms de distância a ir para o trabalho e a esperar pacientemente que chegue a minha vez de me sentar na cadeira, talvez na mesma sala!

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