quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Bulling


Primeira questão: Não haverá uma palavra portuguesa para o termo? Qualquer coisa como  "ameaça emocional ou física", "sofrimento moral ou físico",  "os nossos medos a virarem-se contra os outros"?
Depois de tantos anos no ambiente escolar percebo perfeitamente quando um aluno se sente vítima de qualquer coisa. Normalmente, os pais também percebem e, em conjunto, com alguma rapidez como tem de ser, a coisa resolve-se. Da minha experiência, sentimo-nos ameaçados quanto mais frágeis somos ou quando o ataque vai direito aos nossos pontos fracos. Não quero de modo algum desculpar o agressor. Se alguém muito querido fosse vítima, com toda a certeza o agressor se sentaria nos bancos do tribunal e teria muito que dizer à polícia.
Muitas vezes esquecemo-nos que somos cidadãos com direitos e que nem só a Escola tem de resolver estes crimes que vão acontecendo como foi hoje notícia nas televisões. 
Conheço de cor a lei 51/2012 mais conhecido como  Estatuto do Aluno e Ética Escolar, que considero estar muito mal elaborado e muito pouco adaptado à escola actual. Todas as medidas disciplinares correctivas ou disciplinares sancionatórias não são suficientes para estes casos. A tutela vai fechando os olhos e só os vai abrindo quando são notícia nos telejornais. Foi engraçado perceber nos diferentes debates que juristas não conhecem esta lei e a resumiram à retenção do aluno como castigo?? Retenção? Aonde? Como? A medida máxima é a expulsão do estabelecimento de ensino e, aí sim, a tutela é célere em colocar o aluno noutro estabelecimento de ensino onde continuará com os mesmos comportamentos!
Muito a fazer no mundo da educação!! Muito pouca vontade por parte de quem faz as leis em gabinetes forrados a seda, de conhecer a realidade e, a partir daí, elaborar leis diferentes da que temos  que  quando aplicada só resulta mesmo em trabalho para os professores e resmas de papel escritas
. Tudo o resto continua igual à espera que os agora alunos agressores cresçam e a vida os ensine (ou não!) e as vítimas daqui por uns anos frequentem os consultórios dos psicanalistas para verbalizar medos e terrores começados nos corredores da escola que não as soube ou não conseguiu defender!

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