Tempo

A mudança, as decisões a tomar necessitam de tempo comigo. Não consigo decidir sem um tempo para ponderar. Analisar todas as premissas. Pensar nos prós e nos contras. Articular em diferentes ângulos. Ponderar, ponderar, ponderar. Um sentimento de inquietude apodera-se de mim.

E, de repente, a solução, a hipótese mais viável, torna-se atractiva e a única a seguir.

E pronto! A inquietação desaparece. Mais uma decisão tomada.

Gosto destas ideias

Qualquer dia ainda me convenço que sou muito boa a fazer doces! Mas não é o caso! qualquer receita que leve mais que 15 minutos para ser feita não é para mim!

Gosto de misturar tudo, sem pontos de açúcar, sem muitas tigelas com ingredientes bem batidos que se envolvem com muito cuidado no final, sem recipientes estranhos e complicados e sem "desenforme com muito cuidado depois de frio" porque dá sempre para o torto.

Ontem, cá por casa, foi assim!

Mistura-se queijo creme magro com açúcar. Retira-se do congelador a embalagem de frutos do bosque. Esmagam-se com as mãos umas tantas bolachas marias. Deita-se às camadas em copos ou taças de vidro. Coloca-se no frio. Come-se no final do jantar com uma colher muito longa porque tem mais estilo!

Na continuação do post anterior...

Agora lembrei-me da falta que o meu coração sente! É isto mesmo! Tão fofinho!!!

Clicks

É o meu filho mais novo! O benjamim!

E, de repente, ao olhar para uma foto, vemos um Homem! Na pose, no físico e na expressão.

Gosto do que vejo, mas no fundo do meu coração, um sentimento de perda, sabe-se lá de quê, agiganta-se.

Obsessões

Sou obcecada por casas, por ambientes, por pormenores. Tenho recordações muito longínquas de pormenores das casas que vivi - o cheiro da casa das vizinhas, o pormenor do candeeiro da sala dos avós maternos, o desconforto e o frio que sentia em casa dos avós paternos, as cadeiras americanas ( brancas, lindas, modernas) da cozinha da tia Isaura, o conforto e a maciez do sofá branco da casa da prima Lili, os aparadores com prateleiras de vidro, carregados de loiça bonita da casa do Padre Samuel que só saíam em jantares especiais, a cor do fogo das diferentes casas por onde circulava pelo fim da tarde numa liberdade que só as aldeias permitiam. Desde pequena que sinto curiosidade por janelas que deixam antever a intimidade de outras vidas.

Gosto de viver em casas emprestadas e vestir por dias as rotinas de outras famílias. O modo como se decora e organiza a casa revela um pouco a nossa personalidade. Gosto dessa diferença e de aprender outros modos de viver e de estar.

Gosto da imperfeição das casas que evidenciam a imperfeição de quem lá vive!

Gosto destes espaços afectivos como telas brancas onde vamos escrevendo a história da família.

Gosto de criar nos meus filhos recordações das casas por onde andámos.

Eu sei que sou...

muito mas mesmo muito ansiosa. Daquelas que perante uma situação, começam a fazer filmes e a acreditar neles e já não há nada que as trave. Entram em modo automático com grande aceleração do ritmo cardíaco e outras manifestações.

No entanto, a vida e a experiência têm-me demonstrado que as coisas realmente tristes e graves me apanham totalmente de surpresa e que não vale a pena cenários de antecipação.

Agora TENTO viver os dias um a um, saborear os momentos e não fazer filmes. O que será, será, como diz a canção.

Relaxar e esperar que as rotinas se mantenham! Há lá melhor coisa que a manutenção das rotinas!! Para pensar!!

Totalmente de acordo

Há dias...

principalmente ao fim de semana em que seria muito bom não fazer nada. Mesmo nada! Mas logo de seguida o meu cérebro começa a encarreirar as tarefas a realizar por tempo e por prioridades e lá vou eu.

Este seria um desses dias mas a agenda ficou completa:

-rumar ao mercado para as compras de fim de semana;

-fazer almoço e jantar;

-passar a ferro a roupa que falta;

-continuar a passar a papel um projecto educativo a iniciar em Setembro;

-Fazer uma corrida ao final a tarde;

-Ver o " Alta definição".

E pronto! Lá se foi o descanso! Obrigada cérebro!

Coisas que me enternecem

Filmes antigos de irmãos e de primos. Novos. Muito novos. Férias de verão que nunca mais acabavam. O meu primo que vinha dos Estados Unidos para passar esses tempos connosco. As maluqueiras dos serões de Verão quando quase não havia televisão e o computador era uma palavra ainda não inventada. Pelo menos para nós! O convívio, a amizade e o riso.

Não resisti a guardar em foto algumas memórias de há 40 anos.

Piscina de água salgada da Figueira da Foz.

O sorriso dizem que é o mesmo! E ficamos por aí!

Começam os rituais de preparação do Outono

Por esta altura e celebrando os rituais antigos é tempo de:

1- Fazer compotas aproveitando a fartura de fruta;

2- Cozer e congelar feijão de várias qualidades para misturar nos manjares de Outono;

3- Fazer biscoitos secos que se armazenam em latas bonitas com cores de outono;

4- Assar grandes pedaços de carne para estarem prontos a ser utilizados;

5 - Arrumar os armários e retirar tudo o que já não se utiliza. Reciclar;

6- Cortar o cabelo (vá-se lá saber porquê!!! Renovação espiritual??);

7- Começar, afincadamente, a rever revistas de decoração e a pensar em mudar a cor da casa! (acabam sempre por não me autorizar a façanha! E eu talvez agradeça!)

8 - Começar a pensar em fazer uma meia dúzia de licores diferentes para saborear à lareira lá para o meio do Inverno.

E, para além disto tudo, este ano vou aprender a fazer sopa de castanhas! a minha avó contava sempre ser um grande sacrifício comê-la. Este ano ouvi nova versão que enaltece o sabor oriental de tal manjar - O doce e o salgado num equilibrio perfeito. Estou ansiosa por experimentar.

Alguma receita de família?

Agora é o tempo de lhe sentir a falta!

É o tempo das memórias e de voltar aqui muitas e muitas vezes ao longo do dia! Foi muito bom. todos juntos, no final da tarde, depois dos dias de montanha, chegar a este oásis de calma e poder relaxar olhando a montanha lá fora. Até ao cair da noite era por aqui. Grande piscina e todas as vertentes de um spa. Muito bom!!

Coisas engraçadas

3 da tarde - Mondim de Basto - Muito calor. Procurava-se um café para uma bebida depois de passeios debaixo do sol. Encontrámos o "Mar e Pedra" que nos recebeu muito bem. Aproveitou-se para consultar o email depois de alguns dias longe de notícias frescas e alheados do mundo profissional.

Achei graça à esplanada! As carpetes davam-lhe um ar composto, acolhedor, ou não fosse eu uma apaixonada por tapetes orientais.

Coisas que eu entendo devagar!

Percebes que tens de entrar rapidamente nas rotinas de limpeza da casa e acabar com o regabofe das férias quando acordas manhã cedo com o barulho do balde e da esfregona e dás conta que o cara metade anda atarefadíssimo na limpeza do chão!!!!!!! Porque sim! Porque havia algumas nódoas com algum pó à mistura!

Chamemos então a nossa fada do lar!

Até estava a gostar deste parque de campismo improvisado por entre montanhas de roupa, pó com fartura e muita desarrumação!

Mas algum dia tinha de voltar ao modo dona de casa perfeita! É hoje!

Há sempre um limite para tudo!

Paris

Lá vai ele para mais uma viagem! A cidade luz espera-o para 5 dias de muito trabalho e alguma diversão. Sinto a falta dele cá por casa! Mas as asas são para voar!

Ruínas

E encontrámos os moinhos! Antigamente trabalhavam noite e dia. Mas depois as mercearias trouxeram a farinha já empacotada. O moleiro envelheceu! Os filhos partiram. No meio do verde e da paisagem, ficaram o moleiro e a mulher, agora com 94 anos. Em Setembro, fecham a porta da casa nova, entretanto construída ao lado do moinho e baixam à aldeia para ingressar no lar de idosos! Para trás ficou uma vida de trabalho! Muitos momentos felizes e o som da mó do moinho mesmo ali, pertinho da casa que viu crescer a descendência. A horta, ainda cultivada sob o peso dos 94 anos e com a tenacidade das gentes da montanha, vai secar pouco a pouco e as ervas daninhas envolverão o espaço.

- Agora que eu tinha tudo - telefone, televisão, electricidade - é que tenho de abandonar tudo e ir embora. A vida é muito injusta!

E, pouco a pouco, o moinho até aqui conhecido como o "moinho do Ti Lagartinho" deixará de o ser. Ficarão as ruínas envolvendo a vida que já foi.

Ecos

Paisagens que evocam ainda a calma do fim de semana por outras paragens. O azul do Verão na imensidão da serra.

Paisagem emocionais

Será uma das melhores vistas que conheço! O terraço da casa da mãe! Acompanhou-me os sonhos de menina, embalou-me os devaneios de adolescente e maravilha-me sempre que cai a noite e as luzes se acendem. Muito mais luzes e muito mais brilho. Com o tempo e o desenvolvimento, tudo se foi acrescentando. O perfil das aldeias que pouco a pouco fui aprendendo com a avó, de um e de outro lado da "estrada real", está diferente. A estrada deixou de ser real e passou a uma vulgar estrada nacional de que não sei o número! Perdeu a nobreza com que lhe aprendi o nome e o perfil.

Ficou só a vista! De uma grandeza espacial que chega quase ao Douro. E ficou a vontade sempre presente de por ali ficar na escuridão a pensar na vida e na pequenez do ser humano!

Acabou o fim de semana no campo!

Foram dois dias muito bons! Reencontros e encontros que nos enchem a alma. Passeios por locais que foram o nosso chão. Olhá-los agora com novos olhos. Ver as alterações, perceber a diferença das escalas e entender que os olhos das crianças acrescentam magia a tudo o que vêem.

Amigos que entram nas nossas vidas e aqui ficarão. Sensação boa! Muito boa!

Já parece um blog de culinária!

Hoje foi dia de mimar o André com o seu doce preferido! Ficou bom! Muito bom!

Era também o doce preferido do meu pai! Cheesecake!

Mimos

O cara metade queria um pão de ló que é o seu doce preferido. Que sim! Que eu faria o bolo.

Pesquisar na net novas receitas, mais cremosas e mais húmidas.

E pronto. Saiu do forno mesmo a tempo da sobremesa!

E pronto!

Voltámos a casa! Depois de três semanas fora de casa e de muitas recordações! Boas é claro! As más, se as houvesse, ficariam enterradas nos lagos da montanha porque eu sou uma pessoa muito positiva.

Temos pela frente montanhas de roupa para lavar e arrumar, uns projectos para elaborar, um dos filhos para mimar, (já tenho a receita do melhor cheesecake do mundo) e a casa para limpar. Não é por coincidência que fica em último! Alguém de quem gosto muito diz, muito sabiamente, que uma vida a limpar a casa é uma vida desperdiçada! 100% de acordo!

Hoje é um daqueles fins de tarde em que não me apetece fazer nada, mas mesmo nada. Há alguns anos, contrariaria imenso estes tempos de sorna. Agora não. Se o corpo me pede calma e alma sossego é porque há uma razão forte. E eu sei que há. Tenho de descansar e de meditar! Muito!

Almoços de comemoração

Por mais um ano juntos. Pela saúde que ainda vamos tendo. Pelo futuro. Pelos sonhos que ainda temos de viver. Pelos projectos que já temos e por aqueles que ainda havemos de vir a ter.

É bom estarmos juntos. Feliz aniversário!

O meu coração está com ele

Para sempre mas especialmente hoje que faz dois anos que me deixaste.

Anda PAI, vamos passear pelas montanhas como fazíamos quando eu era adolescente. Paramos quando quiseres à beira de fontes de água cristalina. Tu tiras do saco a merenda e comemos. E falamos de nós e de tudo. Paramos mais uma vez para tu admirares as árvores e as florestas que tanto amas. Belo castanheiro, não é?

Agora já sou mais velha e conduzo-te no meu carro por estradas mais civilizadas. Só os dois como antigamente. E conto-te que penso casar-me ainda esse ano. Que achas pai?

- Ouve o teu coração. O teu coração é o teu mestre!

E a paz invade o meu coração. Sim pai. Eu consigo ouvir o coração!

Agora já estás doente pai. Por vezes, a falta de oxigénio faz com deixes de ser tu todo inteiro e eu sinto medo. Medo do dia em que não me conheceres e em que eu não reconheça nesse corpo o pai que eu amo. Deito-me na tua cama e encosto a cabeça à tua e olho para o teu rosto. Eu sei que ficas feliz por me ter ali, tão pertinho do teu corpo doente. Ficamos ali muito tempo em silêncio. Mas o tempo apagou-te a luz do olhar que agora era baço e onde os teus olhos verdes que eu herdei já não eram o farol que eu seguia.

O tempo levou-te há dois anos.

Mas no meu coração que eu ainda escuto todos os dias a teu conselho, mora ainda a filha que procura a protecção do coração do pai.

Tenho saudades tuas! Tantas que fazem doer a alma.

Cara metade Bday

Começámos de véspera as comemorações com um jantar divinal num local há muito conhecido mas ainda não experimentado - Os Tibetanos, na rua do Salitre.
Uma atmosfera diferente e bonita. O som da água que corre, a música e, prioritamente, a companhia. Boa comida vegetariana. Os sabores de outras paragens que tanto apreciamos à mesa. O bolo de chocolate cremoso "era" uma delicia.
Passeio pela baixa pombalina cheia de turistas. Barulho e luzes! Animação! Festa! Férias!

O escorrer dos dias

Lisboa em Agosto é uma delicia! Sem filas, sem o mau humor de quem se cruza connosco! Tudo é paz! Ou quase!
As praias da Costa estão a 10 minutos, atravessando a ponte e observando o rio. Almoço já em casa. Ler! Muito! Porque gosto.
Muitas lojas numa romaria pelo fim da tarde, como eu gosto - com calma, observando as grandes ofertas desta época e comprando só o que faz falta. Ou fará!
Limpezas necessárias cá em casa. Uma divisão por dia para não cansar. No final da semana, a casa estará pronta para mais um ano de trabalho. Esta é uma casa peculiar que de vez em quando se enche de amigos vindos dos quatro cantos do mundo!
Todos juntos por mais esta semana!

O Românico em Andorra

Igrejas românicas muito bem preservadas. Dizem que se deve ao facto de o Principado ter estado envolvido em poucos conflitos históricos. Pequeninas, intimistas, onde predominam a ardósia e a madeira. Entra-se e somos envolvidos pelo passado, pelo sagrado, pela fé dos Homens das montanhas ao longo dos tempos.
Templos de pastores e de guerreiros, envolvidos pelo vento e pelos frio das montanhas. Ali chegaram, pelo menos no coração dos que as visitavam, os dramas e os sucessos das gentes da montanha.

Paisagens que fazem bem à alma

À minha, fizeram!

Conversas com eco

Ora com um, ora com outro, para cima, para baixo, as conversas prolongam-se pelo dia ao sabor da paisagem. Coisas do futuro, do passado, sonhos e realidades.
Dias com os filhos são iguais a dias perfeitos!

O banco! Mirar o infinito!

Sem palavras!

Coisas importantes. Muito importantes!

Todos juntos! Por montes e vales. Por caminhos pedregosos ou por veredas relvadas. Por paisagens de lagos ou simplesmente de pedras.
Sentir quem somos e por que razão temos esta necessidade de estar perto para sermos felizes.

Férias especiais

Estas são umas férias de mudança. E sabem muito bem por isso também!

Em Setembro, o filho mais novo começa a trabalhar! 21 anos e um curso de Direito! Passaram tão depressa!

E porque as oportunidades se agarram com as duas mãos foi necessário, ao longo do ano, dar um guino ao inicialmente previsto. E ainda bem que foi assim! O mundo do trabalho, principalmente quando na área de estudo, ensina muito! E sei que o André vai aprender muito e dar o seu melhor!

Entramos assim numa nova fase da vida! Mais independência mas uma sensação muito boa de dever cumprido!

Regresso

Depois de uma semana 5*, chegámos a casa! Reconfortados plas alturas, pelo exercício, pela paisagem deslumbrante e por mais uns quantos glóbulos vermelhos a correr nas veias depois destas altitudes retemperadoras.

O melhor de tudo isto? A família completa! O tempo todo do mundo para estar com eles e perceber o quanto mudaram e cresceram emocionalmente ao longo do ano sem haver tempo para dar por isso! O sentimento de pertença aconteça o que acontecer!

Andorra excedeu as nossas expectativas! Paisagens de cortar a respiração! Foi muito bom descobrir este canto dos Pirinéus.