E encontrámos os moinhos! Antigamente trabalhavam noite e dia. Mas depois as mercearias trouxeram a farinha já empacotada. O moleiro envelheceu! Os filhos partiram. No meio do verde e da paisagem, ficaram o moleiro e a mulher, agora com 94 anos. Em Setembro, fecham a porta da casa nova, entretanto construída ao lado do moinho e baixam à aldeia para ingressar no lar de idosos! Para trás ficou uma vida de trabalho! Muitos momentos felizes e o som da mó do moinho mesmo ali, pertinho da casa que viu crescer a descendência. A horta, ainda cultivada sob o peso dos 94 anos e com a tenacidade das gentes da montanha, vai secar pouco a pouco e as ervas daninhas envolverão o espaço.
- Agora que eu tinha tudo - telefone, televisão, electricidade - é que tenho de abandonar tudo e ir embora. A vida é muito injusta!
E, pouco a pouco, o moinho até aqui conhecido como o "moinho do Ti Lagartinho" deixará de o ser. Ficarão as ruínas envolvendo a vida que já foi.
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