É o fim da tarde e a luz começa a amarelar e a diminuir. Crianças caminham dobradas pelo peso das mochilas. Umas ainda sozinhas, outras já acompanhadas pelos pais num regresso a casa que se deseja.
Os jardins estão muito verdes e as trepadeiras de rosas emergem do verde como que gritando pelo Verão.
Oiço os meus passos na calçada em sintonia com os meus pensamentos, com o centrar dos dias e de tudo aquilo que necessito realizar proximamente. É assim como que uma meditação andante.
Quase todos os rostos que passam são conhecidos, uns mais, outros menos. Os ex-alunos estão envelhecidos e caminham lentamente.
(Uma meia rompeu-se e um dos dedos solta-se da prisão causando um grande desconforto! Lembrar-me da próxima vez de escolher melhor as meias para a caminhada!)
Está tão diferente esta cidade! Vêm-me à memória outros passeios!
A praça com a sua cara nova. Olho a placa - 2009! Já foi há tanto tempo! Eu estive presente e estava um calor sufocante nesse fim de tarde.
O castelo já está engalanado para a feira medieval. É necessário convidar os amigos e preparar a agenda para dois dias de festa.
O café central fechou e está coberto por uma lona verde. As senhoras respeitáveis da cidade que por ali paravam para o lanche procuraram outro sítio.
As piscinas! Quantos e quantos fins de tarde por aqui estive à espera do final das aulas de natação.
Os baloiços desapareceram! No espaço colocaram uma barraca de farturas!! Sinais dos tempos!
O supermercado Solmira transformou-se no "miolo de noz" mais adequado aos tempos. Lá mais para cima, a casa das fotografias é agora uma elegante casa de chá.
Do princípio da avenida, já não se vê a Serra como antigamente! Só prédios!
Os plátanos estão enormes! Quando cheguei, não davam sombra suficiente para refrescar os passos.
Agora, já perto de casa, a luz desapareceu. Ao fim de 26 anos continuo a calcorrear as pedras da calçada e esse pensamento deixa-me feliz!
Nenhum comentário:
Postar um comentário