sábado, 25 de março de 2017

Conta-me como foi


Uma réplica perfeita do que foram os meus anos de juventude! Agora, visto à distância, foram tempos com tempo que deixaram saudades. O outro dia comentava a rir que perdi muita qualidade de vida com o passar dos tempos porque, por aquela altura, chegava do liceu e tinha à minha espera a minha mãe e a minha avó para me colocarem o prato na mesa me encherem o copo com água, me ouvirem os acontecimentos da manhã enquanto comia e me levantarem o prato da mesa quando eu acabava de almoçar. Um luxo hoje em dia! Um abuso, digo eu agora. Naquela altura achava natural!
Tínhamos uma costureira que vinha a casa dois ou três dias fazer-nos a roupa para a estação e um leiteiro que trocava as garrafas de vidro vazias deixadas à porta por duas garrafas cheias de leite madrugada dentro.
Com o tempo e as exigências de um melhor guarda roupa, mudámos de costureira e eu e a minha irmã passámos a ter modista. Duas provas  e modelos escolhidos pela Burda. Roupa bem feita, moldada aos corpos  e encobrindo mazelas. Foi ainda ela que me confeccionou o meu vestido de noiva.
O pronto a vestir acabou com estes luxos. 
Penso voltar às modistas dentro de pouco tempo. Não há nada como um vestido feito para o nosso corpo transformando em realidade o que sonhámos sem grandes caminhadas à procura do que se calhar não existe. 
Afinal, o tempo não mudou assim tanto! Esta semana vai começar a aventura! Primeiro, comprar o tecido!

Um comentário:

Eulália Tadeu disse...

simplificar é um sinal de inteligência