quarta-feira, 13 de junho de 2018

Coisas minhas


Culturas docentes e sociedade do conhecimento 

Vivemos numa economia do conhecimento, numa sociedade do conhecimento e as escolas do nosso tempo têm o dever de preparar os seus alunos para esta sociedade. 
A Escola Pública torna-se crucial para a preparação científica, ética e crítica dos seus alunos o que lhes permitirá ter sucesso numa sociedade competitiva, por vezes em demasia, volátil e em constante mudança. 
Aquando da saída dos resultados do relatório PISA, Andreas Schleicher, Diretor de Educação da OCDE, assinalou que “os professores portugueses trabalham isolados, não cooperam nem observam aulas uns dos outros”, acrescentando que “mudar esta realidade seria simples e traria melhorias significativas ao sistema de ensino” e declarando que tal seria o caminho indicado para a excelência: “Os estudos que fizemos indicam que os professores portugueses mal falam uns com os outros, trabalham muito isolados e não cooperam. Esta é uma das mudanças simples de fazer para Portugal passar de Bom a Excelente nos resultados do PISA.” Frisou ainda que em Portugal os professores "praticamente não observam aulas" uns dos outros para tentar colher ensinamentos. 
A sociedade do conhecimento é uma sociedade aprendente, atenta às mudanças, bem instruída e que sabe para onde caminha. Assim, para as escolas do futuro é requerido que tenham poder para pensar, aprender e inovar. (...)
Hoje pede-se aos professores que passem de uma cultura de isolamento para uma cultura colaborativa onde o insucesso e a incerteza não são protegidos e defendidos mas, antes, partilhados e discutidos tendo em vista obter ajuda e apoio. Estas culturas colaborativas também respeitam, celebram e permitem a expressão do docente enquanto pessoa (Fullan & Hargreaves, 2001). (...)
A sociedade do conhecimento necessita de equipas e grupos. Ensinar numa economia do conhecimento  implica trabalhar em grupos de trabalho colaborativo coeso, influenciando-se uns aos outros e a si próprios numa comunidade profissional que é segura o suficiente para enfrentar as diferentes opiniões e pontos de vista e aprender com eles (Hargreaves, 2003). Porém, a capacidade de trabalhar em equipa  de maneira fácil e eficaz é um desafio grande para as equipas de docentes (Bonals, 2008). (...)
A escola atual deve manter como principal motivação o incremento do trabalho colaborativo mas, paralelamente, deve alterar muito do que está estabelecido para que este se autovalorize, se engrandeça e permita um trabalho em equipa onde todos os docentes possam sentir-se motivados, integrados e participantes numa escola aprendente e motivada para o sucesso.  

Autores: Eulália Tadeu  e Joaquim Machado in Atas do II Seminário Internacional - EDUCAÇÃO, TERRITÓRIOS E DESENVOLVIMENTO HUMANO - Universidade Católica - Porto 2017

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