Tudo!
Na primeira era uma menina do campo que conhecia a cidade através de idas esporádicas quase sempre por visitas ao médico ou para realizar tarefas inadiáveis com os meus pais. Vivia feliz numa família alargada que no Verão me levava à praia não pela diversão mas por razões terapêuticas.
Todos nos conhecíamos e confiávamos. Pelo menos eu! A casa dos meus avós maternos era o centro do meu mundo e o futuro regulava-se pelas estações que iam e vinham. A minha preferida era o Inverno porque me fascinava a neve e o aconchego que trazia à família.
Na segunda já passei o meio século. Já vivi em cidades diferentes, já amei outras gentes que não a minha família original, já criei a minha própria família, os meus filhos já levantaram voo e já me desiludi tantas vezes que já quase é impossível surpreender-me com mais desilusões! Quase!
O que ficou? Esta vontade de conhecer, descobrir e criar que há-de morrer comigo! Este gostar e precisar da minha companhia para colocar as ideias em dia. Este acreditar que sou capaz mesmo que a tarefa seja árdua.
E pouco mais!
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