Um tema novo que ando a gostar de explorar!
Preencha a seguinte frase:
“Eu tenho medo de não ser... o
bastante.”
A ideia é que você responda a primeira coisa que vier à cabeça,
sem ficar racionalizando?
E aí, como foi pra você preencher essa frase? Veio algo de
imediato ou de repente não veio nada? Veio apenas uma palavra
ou vieram várias?
90% das pessoas que preenchem esse exercício pensam em mais
de uma palavra antes mesmo da frase ter sido completada. E as
respostas mais comuns tem a ver com ser bom ou perfeito o
bastante.
Essa situação interna de escassez é uma tendência mental que é a
base do ciúme, da cobiça, do preconceito e das nossas interações
com a vida. Segundo a antropóloga e ativista Lynne Twist, vivemos
numa cultura da escassez, que tem como base a vergonha,
comparação e desmotivação.
Brené Brown, especialista em vergonha e vulnerabilidade, chegou a
uma conclusão bem importante, que pode não ser exatamente a sua
própria questão, mas é para um grande número de pessoas.
Não nos damos muitas vezes o que precisamos pois não nos sentimos
merecedores. E não nos sentimos merecedores pois não nos sentimos
bons o bastante. Estou falando de uma cultura formada em torno da
escassez. Vamos compreender no que isso se manifesta?
Escassez: o problema de nunca ser bom o bastante.
- Nunca ser bom o bastante.
- Nunca ser perfeito o bastante.
- Nunca ser magro o bastante.
- Nunca ser poderoso o bastante.
- Nunca ser bem-sucedido o bastante.
- Nunca ser inteligente o bastante.
- Nunca ser correto o bastante.
- Nunca ser seguro o bastante.
- Nunca ser extraordinário o bastante.
A compaixão de si é tão central à nossa felicidade quanto a que
nutrimos pelos outros – se não até mais - e, mesmo assim, para
muitas pessoas parece tão estranha e desconfortável quanto andar
por aí plantando bananeira. Se ainda não estamos acostumados
com isso, é necessário começarmos a desenvolver esta prática.
Quanto menos autocentrados e mais voltados para o mundo, mais
felizes somos, mas a autocompaixão é totalmente diferente de
narcisismo. É possível cuidar de si ao mesmo tempo que se está
atento aos sentimentos e às necessidades de outras pessoas ao seu
redor. Os benefícios para a saúde mental e física que advêm da
autocompaixão nos permitem inclusive cuidar melhor dos outros.
A autocompaixão tem 3 elementos principais:
1) Atenção plena é reconhecer as coisas que acontecem sem
resistência e sem se superidentificar com o que chega.
É saber que
a mudança é a lei da vida, e que nada do que acontece nos
determina. Tem a ver com lidar com os acontecimentos com
abertura, receptividade, não-julgamento e curiosidade. Ou seja,
você aceita o que vier, para então poder tomar alguma ação a
respeito. É importante entender que aceitar o que acontece não
tem nada a ver com passividade, pois não é possível transformar
sem antes aceitar. Sabe aquele ditado “aceita que dói menos”,
pois é, cabe muito aqui. O nosso sofrimento é menor quando
resistimos menos a ele e simplesmente aceitamos o que se
apresenta, tomando as ações necessárias para lidar com o que
vier.
2) Gentileza consigo, que é o contrário da autocrítica.
Aqui é
importante ressaltar que a autocrítica não é discernimento, pois ele é
importante pra distinguir o que é benéfico ou não. Porém, a
autocrítica tem a ver com julgamentos moralizadores em que
acreditamos que tem algo de errado com a gente, é a voz interna
que nos culpa pela experiência que está acontecendo,
principalmente quando sofremos. A gentileza então tem a ver com a
disposição de um cuidado amoroso, sem cobrança consigo mesmo.
3) O terceiro elemento tem a ver com o senso de humanidade
comum que se contrapõe ao elemento do isolamento, que nos
lembra que todos passamos por muitas experiências emocionais
semelhantes, o que nos ajuda a conectar com as pessoas.