Todo o ser humano devia passar pelo estado de paixão!
Sair de nós para encarnar o outro. Viver dia e noite com a obsessão do outro, eléctrico, apressado, arguto na interpretação de gestos e de palavras. Viver só para agradar, para endeusar quem já é deus. Não ter fome nem sede, porque tudo se esfuma em presença do ser amado.
Mesmo quando não correspondida, é uma lição imensa sobre as potencialidades da visão que podemos ter de nós e do mundo. É alcançar a transcendência. É saber que em qualquer momento podemos elevar-nos e ser muito mais do que somos.
No estado de paixão a perfeição existe! Depois, pouco a pouco, o deus torna-se humano, as brechas vão aparecendo, as imperfeições tornam-se visíveis e voltamos ao que éramos.
Mas, enquanto dura, somos empoderados e fica para sempre essa felicidade de que um dia já fomos invencíveis e tudo conseguimos. Tão bom ter tido essa certeza!
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