quarta-feira, 22 de abril de 2009

A Roseanne





Conheci-a quando eu tinha seis anos e ela veio a Portugal passar férias. Depois disso, encontrámo-nos nas férias de Verão quando ela frequentava os cursos de Verão da Universidade e passava esse tempo em minha casa. Fazia anos no mesmo dia que eu. Amiga, algo fechada, com um sorriso tímido, deixei de a ver durante alguns anos. Reencontrei-a quando estive nos Estados Unidos. Já estava doente nessa altura e os tratamentos tinham-na deixado algo debilitada e triste. Estivemos em casa dela e estabeleceu, com os meus filhos, uma relação de declarada meiguice algo estranha nela sempre tão séria e contida. Passeámos, almoçámos nos restaurantes de Washington e visitámos uma mansão sulista representativa da história americana. Lembro-me de uma conversa muito dolorosa que tive com ela ( uma das últimas) na piscina do condomínio em que me falou dos efeitos dos tratamentos e do que tinham feito no seu corpo e no seu espírito.
Depois, regressei de férias e fomos recebendo presentes e cartas que enviava, sempre que se lembrava de nós. Nos quartos dos miúdos, ainda brilham as estrelas que lhes enviou. Cada vez que lá entro às escuras, lembro-me dela e dos tempos que passámos juntas. Morreu no tempo de Natal quase a fazer 50 anos! É cruel a doença.

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