quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Educar


Tenho para mim que metade dos problemas do País se resolveriam com uma diferente maneira de educar as nossas crianças.
Enfermamos de "eusebiozinhos", meninos de 10, 11, 12, 13, ..... anos que não sabem fazer nada sozinhos e que nunca têm culpa de nada, protegidos em berços de algodão!
Meninos mimados em demasia por mães que não pensam no futuro, nem na integração destes meninos na sociedade, e os defendem de tudo e de todos fazendo-os pensar que são heróis universais. Meninos que chegam à escola e saem dos carros feitos robots esperando que as mães saiam e lhes peguem na mochila e a transportem até à porta da escola.
Meninos de 12 e 13 anos que não pegam nos livros até que as mães cheguem a casa estafadas de um dia de trabalho para que então estudem com eles e lhes facilitem o trabalho e mastiguem por eles as dificuldades.
Meninos que nunca olham para o lado e que cultivam uma certa crueldade mental para com o outro porque lhes ensinaram que são os reis do universo. Meninos que consideram que tudo lhes é devido e tudo merecem só pelo facto de existirem e que não precisam de se esforçar por nada nem por ninguém.
Estes meninos quando crescem dão lugar a adultos cheios de si mesmos mas com um vazio de competências adquiridas muito grande. Adultos que não toleram ser contrariados, que não sabem trabalhar em equipa, que têm muita dificuldade em aceitar o ponto de vista do outro e em aprender do outro. Adultos egoístas que só olham para o seu próprio umbigo que são incapazes de lutar por algo em que acreditem e que partem a loiça quando não lhes fazem as vontades. Pouco autónomos porque nunca os deixaram experimentar descobrir o mundo sozinhos.Irresponsáveis face às suas acções porque sempre lhes fizeram crer que não tinham culpa de nada.
Adultos encarcerados na sua torre de marfim onde são os maiores porque foi isso que lhes ensinaram ao longo dos anos.
Tenho pena destes meninos! E das suas mães e pais que pensam estar a dar-lhes o sol enquanto lhes retiram a capacidade de serem felizes enquanto vivem.
A auto-estima, fundamental para o ser humano, não se impõe com palavras. É construída por cada um de nós, de cada vez que enfrentamos o mundo e vencemos, nos momentos em que nos apreciam, nas pequenas vitórias e conquistas, nos sonhos que vamos conseguindo concretizar. A auto-estima advém da acção do individuo sobre a sociedade.
Se ao longo dos anos, esta interacção for negada ou viciada por pais protectores em demasia, compromete a integração plena do individuo. E compromete a sua felicidade!

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