Não se entristece quando partimos porque já não dá conta mas enquanto estamos penso que desfruta de nós.
Há dias piores e este é um deles. A orfandade invade-me. Nenhuma videochamada substitui o estar lá. Enquanto estou com ela parece que os meus problemas ficam mais pequenos porque o seu colo me faz sentir amada.
Deixo-te um dos meus poemas preferidos. O poema que faz sentido nestes tempos em que a tua vivacidade de outrora me faz doer o peito de saudade.
Mãe! aqui me tens,
restos de mim.
Guarda-me contigo agora,
que és tu a minha justiça e o exílio
do perdido e do achado.
Guarda-me contigo agora
e adormece-me as feridas
com as guitarras do fado.
restos de mim.
Guarda-me contigo agora,
que és tu a minha justiça e o exílio
do perdido e do achado.
Guarda-me contigo agora
e adormece-me as feridas
com as guitarras do fado.
Mas caberá no teu regaço
o fantasma do perdido?
o fantasma do perdido?
Fernando Namora, in "Mar de Sargaços"
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