quinta-feira, 6 de abril de 2017

Coisas boas de viver em sítios calmos


Não lhe chamo província porque detesto esta expressão quase sempre usada pela negativa e como sinónimo de foleirice, de vidas curtas, de falta de acesso ao dito progresso traduzido em consumismo desenfreado e muitas vezes camuflado.
É bom ter uma loja chamada "Sabores a Granel" com tudo e mais alguma coisa e com uma dona super simpática e que nos dá dicas e nos ensina a utilizar todos os ingredientes. Aprendo sempre qualquer coisa!
É bom ter mesmo ao lado uma frutaria com frutas do Oeste, com mimos feitos em casa, com pão caseiro de forno de lenha e uns preços super convidativos.
É bom  ter a minha loja das revistas com uma dona que me guarda as minhas  revistas preferidas e me acena lá de dentro sempre que elas chegam.
É bom dar um passeio e encontrar imensa gente conhecida e parar para falar com elas e perguntar pelos seus dias.
É bom ter uma senhora que nos passa a roupa sempre em tempo útil e nos traz ao carro tudo organizado em cabides embrulhados em  plástico.
É bom ter um talho agrícola com a melhor carne do planeta com prémios nacionais a atestar o sabor inconfundível de há muitos anos. Chegar lá e ser atendida pelos empregados que conhecemos há anos e nos servem o que compramos há anos e nos perguntam pelos filhos que viram crescer.
É bom ter um restaurante em frente de casa que cozinha comida das nossas avós a preços incomparáveis e faz de cada refeição um manjar.
É bom ter sempre alguém a quem podemos encomendar um doce, um prato de bacalhau, uma surpresa qualquer e nunca dizem que não, que não têm tempo ou é impensável. 
É bom poder ter alguém que nos ajuda com a casa e tem a chave da nossa casa porque é de absoluta confiança e nos oferece mimos sempre que vem. Hoje trouxe flores que alegram a a minha entrada.
É bom poder conhecer toda a gente, andar devagar, viver devagar e sentir que não estamos sozinhos.

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