Nunca fui pessoa de pormenores patéticos que não servem para nada. Na profisão causam-me urticária porque me ocupam tempo precioso que poderia ocupar de outro modo. Aquele colega que envia uma acta para emendar porque lhe falta um acento sabendo muito bem que a frase não perde o sentido e depois de arquivada nunca mais ninguém a lê. Aquelas pessoas que gostam de encontrar pormenores só para complicar mas que depois não se traduzem em nada nem têm uma teoria sequer que sustente as suas opiniões. É só porque sim. Porque quero e me apetece complicar e estragar o trabalho do grupo.
Sou totalmente pragmática. No importante, naquilo que pode influenciar a aprendizagem dos alunos não dou tréguas. Sou chata com a indisciplina, com o burburinho que se gera do nada, com as entradas ordenadas nas aulas, com as observações sem sentido e fora de contexto dos alunos. O primeiro período é sempre um tempo chato porque eu não deixo nada por mãos alheias. No segundo período, já estamos habituados e como as regras já foram interiorizadas posso relaxar, rir e ser eu própria.
Com os alunos tudo corre sobre rodas. Com o resto do trabalho quase tudo corre sobre rodas. Faltam ainda alguns pormenores.
Com a idade fui aprendendo a perceber que o que é hoje não o é amanhã e todos mudam de opinião com a maior das facilidades. Houve um tempo em que eu achava que pensar sempre do mesmo modo era sinal de estupidez mas o ritmo de mudança de pensamento, por estes lados, anda muito acelerado.
A idade também me ensinou a não me preocupar. Tudo se resolve. Por vezes não se resolve mas ninguém dá conta! E se não se resolveu e ninguém deu conta é porque não era importante!!
Hoje lembrei-me disto tudo quando estava a ler, com muito entusiasmo, uma entrevista dada pelo médico António Coimbra de Matos grande psicanalista que com 88 anos ainda dava consultas e que às tantas, no meio da entrevista, afirmava: Só puxa dos galões quem não tem c******!
Grande Homem do Norte!
It´s true!