domingo, 6 de outubro de 2019

O que me apetecia mesmo nesta altura da minha vida


Temos alturas em que tudo nos farta, nos aborrece, nos transcende. Tudo enerva, tudo é montanha a ultrapassar e nós sem forças para andar quanto mais para subir montanhas.
Resta-nos a arte da fuga. 
O que me apetecia mesmo, mesmo? Pegar numa mala vazia, meter lá dentro umas quantas mudas de roupa e partir. Começaria talvez por uma visita aos meus tios com quem falei hoje e me trouxeram uma saudade imensa de outros tempos e a certeza de ser muito difícil voltar a vê-los. Sentada no meu sofá, olhando o sol que entrava perguntei-me, em silêncio, o que me faz fazer sempre o que esperam de mim. Porque não parto, porque não vou fazer o que o coração me grita?
A vida será mesmo só o que fazemos por impulso e para acalmar o nosso coração. Tudo o resto são dias que passam sem história. 

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