domingo, 18 de fevereiro de 2024

A falta que me fazes

 


Hoje faz dois anos que partiste pela madrugada.

Bastava estares presente para eu entender que o meu mundo estava mais protegido. Sempre estive contigo e, de todas as vezes que nos separaram, eu gritei, chorei, implorei até que voltei para ti. Não pôde ser assim até ao final mas foi com muita dor que vivi esta separação. Assisti ao teu declínio, à tua memória a ir-se embora até ao dia em que não me conheceste mais. 

Ficaste ansiosa, nervosa, tu que gostavas de ter sempre tudo sob controle. Nessa altura  já não o tinhas e a tua expressão era de aflição. Foi o tempo do Covid para piorar toda a situação. Separadas por um vidro, estendias a mão para a superfície fria e eu, do lado de fora, estendia também a minha mas não existia o calor da pele. Eram só 15 minutos que pareciam 5 e  ias embora e eu a ver-te ir, pensando na vida, na injustiça, na maldita da doença que todos os dias me afastava mais de ti, como eras antes. 

Quando te vi novamente com a tua expressão doce de Mãe, foi no caixão! Coisa estranha que só a morte poderá explicar. 

A falta que me fazes, continua cá nos momentos mais alegres. Nos tristes, é uma falta só para mim porque nunca te iria contar os meus problemas  para não sofreres  por mim. 

Querida mãe! Tanta saudade!

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