Listas, como sempre. Para que nada falhe. Timings definidos. Pormenores importantes ou nem tanto. É a tarde de todas as preparações.
Que feliz estou nesta organização mental de que gosto muito.
Que feliz estou nesta organização mental de que gosto muito.
Tenho orgulho nele e em tudo o que construiu. Estar com ele e ouvir o seu riso é voltar lá atrás, às escadas do prédio dos meus pais onde nos sentávamos a conversar sobre a vida, ao final da tarde e ele se ria das minhas parvoíces e eu das dele.
Por separado, fomos construindo as nossas vidas e sabendo um do outro. Ele viveu em muitos países da América do Sul, criou os filhos e voltou aos Estados Unidos.
Eu fiquei sempre colada ao chão desta cidade. Criei a minha família e voaram para as suas vidas.
Agora somos os dois avós! Deixámos de ser os adolescentes que passeavam pela cidade quente em pleno Agosto, a fazer e a dizer parvoíces, para nos tornarmos, sem dar conta, em dois belos avós, orgulhosos dos nossos rebentos.
Muito contente com este encontro.
Fica apenas um buraco fundo para onde entras e onde nada te afecta. Não te destrói nem te constrói. Apenas o passar dos dias e das noites te dão conta que ainda continuas a respirar.
Sentes a solidão mais profunda e a saudade mais triste mas, como és forte, ou disseram que sim, continuas a andar, mesmo que à deriva.
Bom feriado!
Admiro a arrumação da minha irmã com todos os itens colocados em determinados lugares e confesso que stresso um pouco quando ela vem cá a casa. No dia anterior, há que arrumar o possível e esconder o mais caótico. Ela sempre conseguiu definir o que vestir no dia seguinte coisa impensável para mim e, em viagem, leva sempre arrumadas todas as toiletes a utilizar. Eu levo uma série de peças que combinem umas com as outras e depois logo vejo o que me apetece vestir de acordo com a disposição do momento.
Não vivo no caos, sei sempre onde encontrar tudo e quando a desarrumação atinge um determinado grau, é tempo para parar e arrumar.
No entanto, gostava de ter uma casa de revista, com as mantas dobradas nos braços dos sofás, o pijama dobrado em cima da cama à minha espera, o frigorífico na perfeição da arrumação, os sapatos todos bem acondicionados e a ordem em todas as divisões, mas não consigo. Faz parte do meu carácter!
Um dos quartos dos filhos é o local onde vou colocando tudo o que é para arrumar, para levar para outra casa, ou para dar a instituições. Estou a trabalhar numa mesa enorme porque tenho preguiça de ir debaixo dela afinar umas tábuas que não estão no sítio! Preguiça!!
Quando cá viviam os filhos era obrigada a contorcer esta minha faceta. Agora, tenho toda a casa para mim e, como é grande, há espaço para todas as loucuras.
Na semana passada passou por cá um camião que me levou de casa muitas coisas de que já não necessitava. Senti um certo alívio. Este caminho é para continuar. Substituir as estantes abertas por estantes fechadas para os meus livros para não ter que os limpar. Pouco a pouco, muito pouco a pouco, vou fazendo acontecer.
Continuo a ter pena de não ser como a minha irmã!
Estou saturada de brinquedos de plástico que duram uns dias e depois se esquecem. Este, mesmo que não o utilizem, vai lembrar-lhes a avó com toda a sua nabice para artes plásticas mas que tenta sempre. Não percebendo nada de tintas, vai perguntando a quem sabe, vai ao tal sítio que conhece para escolher e recolher seixos rolados, sobe grandes escadarias com o saco das pedras porque um dia isto tudo se tornará uma linda recordação.
Eu tinha um xilofone feito pelo meu avô que ainda hoje tenho pena que tenha desaparecido!
Mãos à obra.
Colocava numa taça o feijão cozido e escorrido, muito azeite, salsa picada e cebola picada. Misturava muito bem e sabia deliciosamente. Por vezes, acrescentava um ovo cozido, ou uma lata de atum, outras vezes era só isto assim de simples e tão saboroso.
Hoje fiz esta salada. Tinha salmão para acompanhar mas fiquei-me pela salada. Lembrou-me a mãe, o sol da serra, o calor tórrido e, acima de tudo, o seu amor por nós.
Anda há dias para escrever um texto que trago na cabeça. Terá de reflectir o amor, a amizade, os laços, as memórias, o alento e o legado de uma pessoa muito querida. Tenho tudo na cabeça mas ainda não comecei.
Sei que existirá o tempo certo para que as palavras se alinhem e transmitam o que quero dizer.
Vou pensando nele e em tudo o que representou na minha vida. Os momentos que deixou e o que transformou. Os exemplos de homem bom que tentamos não esquecer.
Nunca vivi com ele mais do que o tempo das férias de Verão! No início, só de 2 em 2 anos. Mais tarde, vinha todos os anos. Cravados em mim, imensos exemplos e gestos de carinho.
A certeza do amor que nos tinha.
Vai sair um texto bonito. Eu sei. Está lá tudo. É só harmonizar.
Tanta coisa que me aconteceu e que eu não merecia! Sempre me considerei uma pessoa do bem! Mesmo aos meus inimigos, que toda a gente tem, nunca desejei mal. Talvez ainda vítima do ensinamento da mãe. Um dia eles "vão ter a paga" como ela dizia.
Hoje acordei assim. Injustiçada, amarga e essencialmente triste. Há coisas e acontecimentos que eu não merecia. De todo.
Viver e esquecer. Viver é mesmo isto e relativizar os ensinamentos de querida mãe que acreditava na justiça divina e no bem que existia no mundo. Talvez no dela ainda fosse assim. No meu, nada disso.
Ando há imenso tempo a tentar decidir o que fazer quanto ao exercício físico de que necessito. Detestava o ginásio onde andava. Finalmente vai mudar a gerência o que invalida o meu antigo contrato com eles. Anulado o débito.
Hoje no cabeleireiro estava um dos PTs de que eu gostava com a informação de que vai abrir um local só para aulas de PT para poder personalizar os treinos às necessidades das pessoas. Fiquei entusiasmada com esta alternativa. Focada nesta hipótese.
Depois, chegou a vida séria. Vim viver para uma pequena cidade onde não conhecia ninguém. No primeiro dia que me vi com um filho nos braços estremeci de medo. E agora? Desde aí passaram por mim e por ele 36 anos! Mudei o estilo, fiquei loira para sempre, mas a burrice não me contagiou. Aprendi muito sobre a vida, os aborrecimentos, quando devia enfrentá-los e quando devia contorná-los. Sempre que foi necessário enfrentar, estive e estou sempre na linha da frente! A família no seu melhor com altos e baixos, doenças, medos, terrores a superar e aqui estamos.
Profissionalmente dei o meu melhor. Assumi muitos cargos, muitos projectos, muitas lutas, trabalhei com alunos brilhantes que hoje dão cartas por esse mundo fora e com outros alunos que, mesmo não parecendo, me surpreenderam imenso por tudo o que conseguiram e em quem se transformaram. São estas alegrias da profissão que só nós vemos. São o nosso estímulo. Tenho saudade de alguns. Há poucos dias, dei um grande abraço a um deles que não me saía do pensamento. Dizia que eu era a segunda mãe dele! Como fiquei feliz ao vê-lo bem! Recordámos tempos passados, acabando por confessar que, nesses tempos, atravessava uma grande crise! Tão visível aos meus olhos!
Continuo a gostar de estar com alunos. Sinto a imaturidade deles e rio por dentro! Tudo tão passageiro, tão efémero! Daqui por uns anos logo se vê como pensam e como se veem.
A vida no seu melhor!
Uma foto do pinterest, deu-me ânimo para a reciclagem do dito. Não era por ter sido barato mas a madeira maciça de que é feito teve o seu peso nesta época de móveis leves e de pouca dura.
Este fim de semana fui vê-lo transformado. Que bem que ficou! Ilumina o local onde está e a negregura da entrada desapareceu.
Fiquei contente com a decisão tomada.
Com o pequeno almoço tudo começa a fazer sentido e, pouco a pouco, vou iniciando o dia. Já algumas coisas realizadas e vontade de iniciar outras. O negro do serão atenuou-se. Está sol.
Dei por mim a pensar nos locais em que cada um dos irmãos e primos vivemos e a que tivemos que dizer adeus para nunca mais lá voltar. Há dias em que esses lugares fazem parte de mim e me aflige não poder ir lá novamente mas, na maioria dos outros dias, a vida encarregou-se de me levar ao esquecimento e à aceitação.
Olho para o arvoredo que quase me entra pelas sacadas da minha casa, onde vivo quase há 25 anos, e lembra-me outras árvores, outros barulhos, outros cheiros a que nunca mais vou ter acesso. É mesmo isto a vida? Saltar de um para outro lado, ficando só na memória os sítios onde fomos felizes?
Pensarão todos assim ou é apenas esta minha característica de saudosista que me faz reflectir por mim e pelos outros?
Vida profissional e vida pessoal tudo ao monte e a não me apetecer pensar. Dou comigo a retardar os pensamentos para que consiga dormir bem. Isto penso amanhã que ainda dá tempo! Aquilo penso só no final da semana . E por aí adiante!!
Tenho distribuído deste modo as preocupações e o modo de as resolver. Divide e vencerás. Neste caso não é propriamente uma vitória. É mais um aquietar da alma juntando ao modo "está tudo certo".
Isto de viver e conviver tem as suas cruzes!
Feliz dia da família!
Fica tudo tão claro, tão transparente, que até incomoda não teres captado a não esperança há muito mais tempo.
Não podemos é deixar de acreditar em nós e em todas as nossas capacidades e pontos fortes. Temos idade e sabedoria suficientes para não nos deixarmos levar por opiniões alheias.
É a vida a mostrar caminhos!
Fui atendida pela directora técnica, que se mostrou feliz por eu ter voltado a ter o bom aspecto do costume! Disse que tinha passado por um período muito mau, que tinha deixado de me arranjar quando antes andava sempre bem arranjada e maquilhada, mas que se alegrava de ter voltado ao que era e já parecer novamente muito mais jovem e não uma velha como antes.
Fiquei estarrecida!!
Primeiro, porque não me dei conta, de todo, desta bandalheira em que andava. Segundo, porque ninguém me avisou do poço para onde caía. Terceiro, porque segundo ela quando eu saía todas comentavam o facto mas que não ia dizer-me que estava mal!!
Depois de me ter rido de início, fui perguntando às pessoas que me são mais chegadas se foi mesmo assim!! Disseram que não tinham dado conta. Menos mal!
Mas que aconteceu algo, aconteceu!
Não é o que está cá dentro. É o que os outros veem!
Agora já não sou assim. Deixei de querer controlar e só faço mesmo o que me apetece e o que eu gosto. Deixei para os outros essa necessidade de levarem a vida para a frente porque, com a minha idade, é manter o que há e o que tenho e uns poucos projectos de pouca monta que consiga realizar. Também não tenho conselhos para dar porque a minha vida foi cheia de erros e o mais banal possível.
Mesmo que à minha volta aconteçam coisas que anteriormente me causariam stress por antecipação, agora é só pensar: nessa altura, já cá não estou! Nem me sinto triste, apenas muito aliviada e nada stressada.
Viver o dia a dia e aproveitar todos os momentozinhos que possa, com quem amo. Ontem foi um dia bom em que pude estar com as minhas netas lindas. Há lá alguma coisa mais importante?
Stress? É o quê na minha idade? Qual a finalidade? Aumentar o ritmo cardíaco? Não, obrigada!
Já tem tudo, agora é só harmonização. Necessita de sofás. Mas quais e como? De canto, dois separados,?
E são todos tão caros!! E não me apetece nada gastar tanto dinheiro para no Inverno atravancar as divisões da casa com eles. Ando em círculos à espera de uma ideia luminosa. Sei que chegará mas já não tenho muito tempo!
O próximo fim de semana vai ser de muito trabalho mas nada se consegue gratuitamente. Gosto de sentir que sou capaz.
Como eu concordo com esta afirmação! Por vezes parece que há mesmo vidas grátis, mas quanto mais parece, menos o são.
O ser humano é cheio de contratempos, arrelias, sensações que roubam a paz, intuições, acontecimentos que magoam, tristezas e amuos. Há os outros dias, os mais felizes, mas nada é grátis nas nossas vidas.
O pagamento é quando menos se espera. É só uma questão de tempo. E quando duvido, é só olhar à volta.
Ao percorrer a paisagem num fiat 600 bem característico, vêm à memória os filmes já um pouco esquecidos dos grandes realizadores da juventude. Tudo parece cenário de um filme do Visconti, do Bertolucci e por aí adiante.
Milão, lago de Garda (Sirmeone),Verona, Veneza, Pádua, Milão. Um périplo que soube a pouco mas há que voltar com calma para saborear novamente a musicalidade da língua italiana, os bons restaurantes, a boa música e estudar com calma a história dos lugares.
Cheguei cheia de novas emoções. Cansada mas contente. Vale sempre a pena.
Não andei muito porque o aluguer do carro e os táxis ajudaram muito. O pé aguentou os pequenos passeios. Foi positivo.
Adoro trabalhar em contrarrelógio, atarefada, quando o poderia fazer de outro modo. Já não vale a pena resistir.
Já choveu, está sol, e continuo com a mala por organizar, as refeições por confecionar e os mil e um pormenores que existem ainda só em listagens.
Estou sentada ainda a ouvir as vozinhas das minhas netas e as conversas doces que têm! As coisas engraçadas que dizem e como explicam a vida do alto da sua inocência. Tão bom!
Quando começar, sei que fica tudo muito bem feito porque a adrenalina faz milagres.